sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Manifesto: Pra não dizerem que não Falei de Flores


Manifesto às Mulheres do Mundo, pois não é possível dois pesos e duas medidas em relação aos gêneros feminino e masculino.
As mulheres são as mais culpadas de serem tratadas dessa forma. Discriminadas, usadas e espoliadas. A sociedade machista atual é o retrato fiel dessa truculenta história. Mas, somente sabe quem está na nossa pele. E como somos retratadas na boca de garotos, jovens,e homens e das próprias mulheres? Que sina é essa? Estamos no século XXI e tudo continua como na época da minha tataravó. Quer mais? Desculpe-me, leitora, precisamos virar a mesa literalmente. Repensar nossa cultura; rever como reverter esse quadro de maus-tratos. Mesmo porque, precisamos nos unir mais, mesmo que, pra isso, seja preciso uma lavagem cerebral. Urge uma atitude da nossa parte!
Será que as mulheres irão continuar como suporte pro homem alcançar os louros a vida inteira? Sim, porque é só olhar ao seu redor. A mulher trabalha, e os homens ficam por aí, curtindo a vida. As mulheres estão anestesiadas, por isso não vêem que já é tempo da virada, ou melhor, já passou do tempo, de sua conscientização. Ou será que preferem continuar escutando a célebre frase: Por trás de um grande homem, existe uma grande mulher!? Que ‘grande mulher’ é essa que só sabe está à sombra de um ‘grande homem’? Quero mais, leitora! Não aceite esse tipo de valorização. Você não tem que servir de ponte pra seu ninguém! Sirva-se do seu espaço como sendo único e pleno. Pois foi conquistado à duras penas. E você sabe muito bem disso. Diga não a esse tipo de manipulação e a todas as outras!
Cresci ouvindo minha querida mãezinha dizer que não trocava as saias das filhas pelas calças dos filhos. Só hoje compreendo o que ela queria dizer com isso. Lógico, os homens são dormentes. Talvez possa dizer que, até que um tanto alienados. Sim. Como podem ver algo pra fazer e não se tocarem? Uma louça pra lavar, uma casa pra varrer, fazer uma comida quando a fome aperta, passar uma muda de roupa quando ele precisa, etc. Os tempos mudaram e os preconceitos machistas continuam do mesmo modo que no passado. Leitora, é claro que não são todos os homens assim, têm aqueles que se tocam. Meu pai, por exemplo, um paraibano arretado, faz de um tudo, é só dona Lulu precisar. Prepara um peixe, uma galinha que a gente baba. Existem as exceções, mas é minoria. E prova disso, são os barzinhos, campos de futebol e bancos de praças abarrotados deles, de segunda a segunda; e as cozinhas repletas delas. Quando o escravismo feminino vai acabar? Creio que nunca, pois o homem irá se perpetuar no poder. Creio que é preciso, no mínimo, refletir essa parada aí, o mais urgente possível.
É muito confortável para os homens. Por eles, continuarão desse modo pra sempre. Eles seriam tolos se quisessem largar o posto de rei da cocada preta. Quem é besta pra querer trocar de um posto tão cômodo? Ninguém! Logo que nascem, já se grita: “É m-a-c-h-o!” Enquanto quando é menina, mal se fala: “é mulher” (fala baixo). O homem tem sempre uma mulher pra o paparicar: avó, mãe, irmãs, namoradas, noivas, esposas, amantes, enfermeiras, babás, etc. Pra que iriam deixar de usufruir dessas mordomias? Só sendo loucos!…
“As mulheres dizem que os homens são uns diabos. Mas estão louquinhas que os diabos as carreguem”. Ouvi essa frase desde pequenina. Imaginem o imaginário feminino sendo atropelado vinte quatro horas por dia. É como é feito pela mídia brasileira: é a televisão, o rádio, os jornais locais, as revista de modo geral. A mulher está sempre para um tema apelativo, mas precisamente sexual. Já o homem não, é diferente, os temas são outros: empresariais, negociações intelectuais: econômicas, políticas, etc. Têm algumas mulheres nessas áreas, mas são pouquíssimas. São deverasmente discriminatórios nossos meios de comunicação. É acirrada a rixa competitiva. A apelação é demais!É como bater uma siririca! Como criar um novo marketing publicitário que possa levantar a auto-estima da mulher brasileira? É preciso se buscar novos paradigmas para a mulher! O tempo mudou, mudemos também!
As mães precisam desligar as TVs na hora das novelas. Porque esses programas são alienadores. É o fundo musical, o mocinho, o clima romântico entre os protagonistas e tudo mais. Não há garota que não fique fissurada nessas cenas. É um processo masturbatório! É uma praga na cabeça das meninas. Elas passam a sonhar em cima das referidas imagens. Iludem-se com uma realidade distorcida. Outra coisa importante é: precisamos exigir um nível melhor das nossas telenovelas! Que apresentem um espetáculo mais cultural, valorizando um pouco mais o potencial do jovem brasileiro. Pois a mulher e também, o homem, têm a TV que merecem! Mas, não vamos abusar!
“Quando casar, passa”. Por que isso? Incrível! Óbvio, né?! Quando tiver um macho do lado, tudo passa. Dor de dente. Cólica menstrual. Mau humor. Tudo! Isso mesmo! Toda mulher precisa possuir um homem pra lhe dá respaldo. Para ter mais respeito e consideração da sociedade. É lógico! Só assim a mulher é Mulher com ‘M’ maiúsculo. Do contrário, ela é um Zero à esquerda, à direita e a toda direção. Quer ser um nada no mundo? Opte por ser só. É mulher sozinha? “Só pode ser é puta. Vive no desfrute com um e com outro”. Além disso, é discriminada pelas próprias mulheres. Quer ver!… Seja a festa que for, chegou uma mulher desacompanhada, não dá outra. Quer tirar prova? É só olhar a cara das mulheres acompanhadas. “Ah! Bem… vamos, né?!“ ou “Benzinho, você não quer ir?” É um Deus nos acuda! O ambiente vira um caos. Melhor mesmo é acabar o barato, para não terminar caro.
A mulher descasou, tem que virar santa. ‘Santa do pau oco’ só pode! Morre pra vida fora de casa, porque, senão, é filho que se intromete, é família (mãe, pai, irmãos…) até os amigos. Todos querem dar um pitaco. Querem não, todos dão pitaco. É coisa de doido! Você já não pode vestir uma roupa melhor, que logo escuta: “Ih! Quem é o felizardo?”; “Eu conheço?”; “Me conta, vai…”. A aporrinhação é geral! Pior mesmo, é que a curtição é ficar só, porém ninguém acredita. Sempre aparece um engraçadinho com uma pergunta cretina: “E aí, como está o coração?” ou “Já arranjou um namorado?”. “Também, do jeito que tá se embonecando…!” É muito chato! É um porre! Mesmo assim, ainda continuo achando que antes só do que mal acompanhada. Coisa bem mais preciosa é minha liberdade. Não a troco por nada nesse mundo. Quem não gostar, azar! A discriminação é filha da mãe! No trabalho, então, Você não tem o menor crédito. Inclusive, você pode ser a ‘mulher-maravilha’, isto é, honesta, trabalhadeira, responsável. Nem seu patrão e, menos ainda, seus colegas lhe dão o menor valor. Parece que fomos acometida por uma doença contagiosa. Ninguém merece! Só sabe o que é isso quem sente na pele.
O preconceito em relação à mulher se verifica primeiramente no seio familiar. Quando a mulher é estigmatizada, seja por sua fragilidade ou por seu nível intelectual. O tratamento com o filho-homem é bem distinto. Ele sempre pode tudo. É ‘super-homem’. Pode chegar tarde das noitadas; experimentar sexo tranqüilo; dirigir o carro do pai; não existe problema nenhum. Já a filha-mulher, não. As regras são outras. Tudo é medido e pesado. Daí você, leitora, pode dizer que isso é obsoleto. Vá educar uma filha porque falar em relação à filha alheia é legal; quero ver da sua própria. Usamos, de verdade, dois pesos e duas medidas. Sei que o século é outro. Que já se pode plastificar o órgão sexual pra não contrair doenças nem pegar gravidez indesejada, mas na real, pesa criar filha moça. E como!
Ser mulher é viver sem vez e sem voz. A voz da mulher é sempre para dizer “Sim, meu bem!” e a vez é para baixar a cabeça pro homem: pai, irmão, namorado, noivo, marido, filho e netos ou para um filho da puta qualquer. E mais, se não se fizer de objeto de manobra do homem, é morta. É só dar uma olhadela ao redor: O que mais acontece, em pleno século XXI, é ex-esposo matar a ex-companheira; ex-noivo, matar a ex-noiva etc., ou seja, quando a mulher não reza em suas cartilhas, é sumariamente assassinada. Mas, o mais chocante é que ficam livrinhos da Silva. Impunes prá fazer outras vítimas. As leis brasileiras são machistas e perpetuam esse estatus quo. Quantos e quantos casos, que o assassino não parou preso nem vinte quatro horas? Não se sabe nem das contas! É uma impunidade tamanha que envergonha qualquer cidadão. Porém, tudo isso precisa mudar. O mundo evoluiu. A mulher deve ser encarada com direitos iguais perante a sociedade. Precisamosfazer jus ao nome de pessoas civilizadas. Especialmente porque há muito se foi à época do homem da caverna, em que a mulher era levada pra cama pelo homem, sendo puxada pelos cabelos. Exigimos nossos direitos como pessoas de responsa que somos!
Barbeiragem no trânsito. “Ah! Com certeza, é mulher!”. Se acontece qualquer acidente no trânsito, “É mulher no volante”; e complementam: “Sabia, tinha de ser mulher!”. Por que existe esse tipo de machismo? A mulher tem que coibir esse tipo de atitude. Ela não deve aceitar de jeito nenhum nem mesmo de brincadeira essas colocações. Repudiar é a pedida. Processar aqueles que, por acaso, dêem uma de gaiato e queiram tripudiá-la, desqualificando-a por algum motivo. Reagir por nossos direitos, já é mostrar-lhes que não estamos pra chacota não. Precisamos estar atentas a todas as incivilizadades. E se o homem quiser respeito, tem que aprender, na íntegra, a nos respeitar. Respeito é bom e nós gostamos. Quiçá um dia esse quadro discriminador, mude! Porque, do contrário, deveremos começar a fazer uso de nossos direitos, especialmente tirarmos proveito dele, processando àqueles que se metam à besta e virem, por acaso, dar uma de doido pra cima de mois. Não dá pra se protelar a virada de mesa!
O amor é lindo, mas não precisamos ser alienadas. Burras seremos se continuarmos anestesiadas como estamos até hoje. As mulheres precisam tirar as vendas das vistas e enxergarem ao seu redor. Além disso, darem-se contas do quanto são tratadas como joguetes pelos homens. Se bem que a culpa não é só deles. Elas têm suas parcelas de culpa nisso. Verdade. Elas não se dão respeito. São doidas. Não vêem um palmo além do próprio nariz. E mais, não conseguem ver uma perna de calça que logo ficam lesas. Os homens têm de serem tratados na mesma moeda que as tratam: como objeto descartável. Outra, que a camisinha está aí mesmo. Se não quiserem encarar as mudanças sexuais, pior pra eles. Os tempos mudaram. Eles precisam saber que já não estão com essa bola toda. Precisam entrar num acordo, ou melhor, num consenso. Em outras palavras, já não tem aquela de mulher ser submissa a eles, de fazer só o que eles querem. O reinado deles acabou. Reconhecer o mérito feminino é mais do que um ato de amadurecimento. Brindemos as mudanças! Quantos séculos de patriarcado?!… Menos mal! Antes tarde do que nunca!
Mulheres, já é tempo de sairmos dessa letargia! O nosso discernimento faz-se mister. Abrir nossos olhos para essa aberração, é deveras importante. Não podemos continuar a sermos tratadas feito massa de manobra do homem. Vamos dizer um basta a toda essa história discriminatória que se arrasta por séculos e séculos. O tempo urge! Olhemos para nossos próprios narizes e enxerguemos aí bem embaixo deles, esses despautérios. Unamo-nos todas numa só corrente de pensamento e fé. Não podemos deixar prá depois o que se pode fazer hoje: Não ao estatus quo! Não a todo tipo de discriminação! Especialmente a dos dominadores, aos patrões, pois somos tanto ou mais capazes que os homens. E ESTÁ DITO!

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