O Maluco, a gralha, o piolho de cobra e a mulher
A noite de lua cheia era
inspiradora! Era quando o pátio
prateava, e tudo ficava mais iluminado. Como é de conhecimento popular, a lua
mexe com a cabeça de muita gente. Eu não sei por que há influências na psique e
se é verdade ou mito. Sei que está na boca das pessoas; e se faz regra naquela Casa Amarela.
O maluco véio endoidecia, por
demais, quando o brilho da lua entrava em sua varanda e clareava suas ideias. A
gralha, sua alcoviteira de doidices, o incentivava em todas suas infelizes
orgias. O piolho de cobra também sempre lhe dava apoio, proteção e o tietava, batendo
forte à mesa; arrastando cadeiras ou mesmo lhe coçando às costas.
As noites prometiam cada vez mais
uma loucura maior que a outra. A lua cheia de cenário prenunciava que as mais doidivanas
coisas estavam pra acontecer naquela noite em especial. O bicho ia pegar, ia ser de
arrepiar!
O espetáculo começara com a
gralha gargalhando:
_ Haaahaaaaaaaa!- estridentemente
O dito cujo também iniciara o
ritual de gritaria. Os mais loucos palavrões. Os mais absurdos gritos. Mais o
que mais se ouvia ele gritar era:
_ Eu quero é pirar de vez! Eu sou
o maior louco nessa bonita noite enluarada...!Eu sou romântico e vou gritar pra
todo mundo ouvir!
A mulher que residia ali do ladinho
deles, que já convivia há algum tempo com aqueles serões oníricos, nem esquentava
as orelhas; pegara logo os fones de ouvidos e fora pros braços do morfeu.
Tem doido pra tudo nesse mundo de
meu Deus!
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