Livro: O Laboratório
das incertezas/
Ensaios sobre
o Teatro
Autor: Paulo Vieira
Editora Universtária
UFPB
João Pessoa – 2013
O Teatro é o último
reduto onde o ser humano pode se reconhecer humano.
Dramaturga Fátima Ortiz
A obra, em voga, é uma
viagem no oceano do fazer teatral. São dezenove ensaios de puro
enlevo, já que o autor expõe seus conceitos e vivências de vinte
anos de atividades. Inclusive, dito pelo próprio, na apresentação,
que fora sonhado ao escrever seus primeiros artigos, apontando para devaneios de tempos remotos da sua adolescência, quando ele ainda dava os
primeiros passos na arte teatral. E que – até mesmo o título –
fora inspirado nessa mesma época. Onde acrescenta, não ter nada a
ver com efeito de retórica, mas que reflete simplesmente sua
concepção sobre o teatro. Segundo o qual, o Teatro é mais que um
conjunto de técnicas e de teorias poéticas, é um Laboratório de
Incertezas humanas.
De linguagem acessível,
os textos ruminam sobre o que é o teatro; e de modo bem didático,
com referências possíveis e imagináveis. Logo à página 34,
“Examinando o fenômeno por um ponto de vista estritamente
antropológico, o teatro não é mais do que isto: a representação
do mundo. Esse é, inclusive, o conselho dado por Bharata, na obra
Tratado do Teatro,...”
Além do mais, a obra
enfocada teoriza os vários estilos e escolas, tais como: De
Aristóteles ao Brecht; e do Classicismo à modernidade. Também, está
recheada de pérolas da arte dramática. Pode-se ver à página 47:
“O primeiro passo para o imaginário moderno foi dado ainda na
metade do século XIX, quando Richard Wagner escreveu os seus textos
teóricos, A Obra de Arte do Futuro (1850) e Ópera e Drama (1851).
Nesses textos, ele propôs a síntese das artes através do drama
que, a seu ver, deveria realizar a união da música, da mímica, da
arquitetura e da pintura para um fim comum, qual seja: o de oferecer
ao homem a imagem do mundo.”
Sem contar que, à página
141, no ensaio “Plínio Marcos, um homem ungido pela divina ira”, o autor mostra sua intimidade com um dos nossos melhores dramaturgos;
compartilhando facetas de sua personalidade, peculiares à sua
pessoa. Vê-se em (p.142): “Essa impressão eu nunca a perdi. Nem
quando nas noites de boêmia intelectual e gastronômica pude
conhecer de perto um Plínio Marcos extremamente humorado, de um
senso de humor ferino e sagaz, que nos fazia rir a ponto de quase não
nos dar trégua para respirar.”
Ainda, trata com muita
propriedade dos Mestres: Ariano Suassuna, Hermilo Barbosa , Altimar
Pimentel, e Lourdes Ramalho. Discorre, brilhantemente, sobre algumas,
da vasta, obra desses monstros.
Por fim, enfatizo o
primor desse trabalho, especialmente, para aqueles que se dedicam à
Arte Teatral, pois nada melhor de que uma boa reflexão. Assim,
concluo minhas considerações, deixando aos interessados, a dica.
Em tempo: Vale dizer que o
livro está a um preço bem em conta no Sebo Cultural. Portanto, não
tem como não ler! Uma excelente leitura!
Eu tenho. Um belo livro do meu amigo Paulo Vieira... Ótima dica cara Lourdes!
ResponderExcluirPoxa, amei o feedback, Sidney!
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