AUTOR: JOSÉ CAITANO DE OLIVEIRA
EDITORA: SAL DA TERRA
JOÃO PESSOA/2013- 342ps.
“Não
existe maior loucura no mundo do que um homem entrar no desespero.”(
Miguel
de Cervantes)
Lendo
a obra citada, dar
a perceber como a história é pontuada à mercê daqueles que estão
acima do 'bem e do mal'. No
caso, o conceituado presidente do estado paraibano:
João Pessoa. Como questioná-lo sobre seus arroubos
de loucura? É, porque ele fora a Recife,
praticamente ao encontro de sua morte. Já que, era reduto do seu
desafeto João
Dantas; onde
veio a tombar no auge de sua carreira política e de seus 52 anos de idade.
O
autor
José Caitano de Oliveira, no seu livro, conta detalhadamente os
fatos; inclusive, com fontes referenciais; pondo em foco toda essa
macabra passagem da vida dos paraibanos. Vale
conferir, não somente pelo valor histórico, como também pela
necessidade de se revisitar esse episódio que até hoje mexe com
o
brio da paraibana; e também, com o imaginário popular, em cujo, suscita tantas controversias a respeito desse fato
escabroso
que
maculara as páginas da história do povo paraibano.
'A
Saga de 1930 e o doido da Paraíba' é um caleidoscópio que traz à tona toda
picardia do homem obstinado em se empoderar no poder de Presidente
da Paraíba, fosse o que fosse. Mesmo se fosse preciso passar
por cima da honra de homens íntegros e probos, tipo João Duarte
Dantas. O qual fora torpemente desonrado e
aniquilado; sem ter o direito de ir a julgamento, como é praxe de todo aquele que delita contra a vida de quem quer que seja a vítima.
Vê-se
à pg. 256, “...Nas edições do matutino (Jornal do Comércio) de
5, 17, 22 de abril de 1930, circulou o seguinte relato: “O Sr. João
Pessoa, pode-se dizer, é no scenario político um caso deveras
mental. Autoritário e impulsivo, dá por paus e pedras, para depois,
no intervalo das crises, quando a fadiga nervosa se manifesta,
apellar para o tio.”
Vê-se,
também, outra passagem onde se percebe os arroubos com o dinheiro público do Sr. Pres. João
Pessoa: “Em artigo publicado no jornal O Paiz, de 4 de dezembro de
1929, vamos nos deparar com a seguinte denúncia pública:
“O
Pres. João Pessoa tem a volúpia das affirmativas levianas. A União
publicou apenas um a demonstrativa das despesas feitas por S. Ex a
partir de setembro de 1923 a 14 de set. de 1928.
Nella
está incluída a famosa rubrica:
“Outras
despezas.......................368.581$400.
Diga
o Sr. Presidente do Estado qual foi o número do seu jornal que
publicou a demonstração dessas outras despezas. Prove que foram
publicadas duas demonstrações - e venha então para os debates da
imprensa, esgrimir aleives contra os seus semelhantes.” (p. 262)
O Presidente João Pessoa deixava os rastros de malogros; e o seu tio Epitácio o desaprovava, óbvio. O tio não pensara que o sobrinho fosse chegar a tantos desmandos, quando o indicara à presidência paraibana. À Pg. 286, "Epitácio navegava contra tempestuosa maré. De que maneira sensibilizar o sobrinho, a fim de evitar o caos provocado por ele? As cartas nada resolveram, nem mesmo a doçura do texto, quando:
"(...) num bate-boca apaixonado, o fundamento ou injustiças das aspirações recíprocas, não parece conveniente."
Finalizou Epitácio, dando sua opinião:
"E foi a impressão que tive daqueles e de outros casos."
O Presidente João Pessoa deixava os rastros de malogros; e o seu tio Epitácio o desaprovava, óbvio. O tio não pensara que o sobrinho fosse chegar a tantos desmandos, quando o indicara à presidência paraibana. À Pg. 286, "Epitácio navegava contra tempestuosa maré. De que maneira sensibilizar o sobrinho, a fim de evitar o caos provocado por ele? As cartas nada resolveram, nem mesmo a doçura do texto, quando:
"(...) num bate-boca apaixonado, o fundamento ou injustiças das aspirações recíprocas, não parece conveniente."
Finalizou Epitácio, dando sua opinião:
"E foi a impressão que tive daqueles e de outros casos."
E,
também,
registra
à pg. 325,
um
trecho ilustrando a alma e as razões pelas quais o Dr. João Dantas
dera cabo da vida do então Presidente João Pessoa, escrito às
vésperas daquele fatídico dia, 26 de julho de 1930.
“(...)
arrombam meus aposentos, quebram os móveis a cacete, destroem objetos
de valor, como quadros de retratos de família, forçam as minhas
secretárias, violam o meu arquivo, rasgam livros, inutilizam
valiosos documentos dos meus constituintes, de minha família e meus
e até autos judiciais, retiram do móvel onde estavam e põem bem à
vista e intacta a minha correspondência política e particular,
constante de cartas e telegramas...”
Continua
“Até
aqui, a violência, o atentado covarde, repugnante, perpetrado contra
a residência indefesa, desabitada, de um adversário ausente, havia
quase dois meses, e sem que se respeitasse sequer o meu arquivo de
advogado, tão sagrado quanto os são os cartórios e os arquivos
públicos.”
Por
fim, cabe dizer, então, da necessidade de se reconfigurar os fatos, os quais foram por gerações, deliberadamente, escamoteados pelas autoridades,
estudiosos, pelos próprios educadores; e também, pelos escritores, poetas etc. Mostrar ao povo
paraibano a verdade, doa em quem doer. Assim concluo, com o seguinte
pensamento: A Verdade é como a luz do sol, dia a dia ela nos move à
vida no planeta terra.
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