Dedicado ao Poeta Augusto dos Anjos
Roes tudo, verme, pútrido e imundo!
Não te faças de rogado, essa é tua
missão!
Devastas-me tudo, até o meu coração!
Só não toques no cérebro! Pois, é
meu ser profundo!
Roes tudo! Nada, nada te impeças
Em tua faina! Vais fundo, roes-me as
entranhas!
Dás vazão a tua gula! Não te
detenhas!
Mas, não toques na massa cinzenta que
tenho na cabeça!
Sacias-te, verme, maldito!
Tua voracidade é tamanha...
Que nada te pertubes, viu!Sei, nem
Cristo...!
Devastas-me todas as minhas carnes
amarelecidas
E flácidas pelo tempo! Fazes festa!
Tua gula te apeteças mais e mais,
peste!
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