Velas Enfunadas – Poemas à beira mar
Livro do Poeta Ronaldo Cunha Lima
Livro do Poeta Ronaldo Cunha Lima
Ed. Ideia
João Pessoa/2010
A felicidade não é um ideal
da razão, mas sim da imaginação” Emmanuel Kant
O livro Velas Enfunadas, do
Poeta Ronaldo Cunha Lima é, sem dúvida, um Canto de amor, mais que isso, é uma
Declaração de amor. Não há como negar nem como não se apaixonar por sua lírica.
Sublime é o homem que se faz
adolescente, ‘menino mesmo’ nos sentimentos e emoções.
O Eu-lírico do poeta
extrapola-se no vagar sensível, romântico; vai fundo no âmago. E é, por tudo
isso, que o leitor, dessa obra, se deslumbra. Ele fala direto ao coração. Além
disso, o Poeta é de uma riqueza linguística marcante, demostrando todo um traquejo
vocabular. O uso metafórico é a sua força precípua.
Ex.: “A minha vida é uma noite enclausurada,
Ex.: “A minha vida é uma noite enclausurada,
com prenúncios de ocaso do que existe,
é o vazio do medo de ser triste,
é a
procura de ser, sem ser mais nada.” p.30
Distribuído em 30 sonetos, acrescidos
de quarteto, décimas, sextilhas, quadras e outros tantos variados modos de versos,
o Poeta enfuna o peito e faz valer a sua veia criadora e artística num pouporri
de ritmos, rimas e formas que enlevam o mais insano coração.
Observe:
“Viajante dos sonhos que sonhei,
“Viajante dos sonhos que sonhei,
eu me fiz timoneiro das
quimeras
em cada porto fui deixando esperas,
e em cada espera um novo amor
deixei.” p.34
Tem muito mais, o eu-lírico
transborda, no seu versejar, toda paixão, encantamento e loucura, tendo como
cúmplice o Mar. Esse é aquele de todas as horas; pronto pra tudo. O refúgio,
conforto; é a sua regra três. O Mar e seus mistérios, que não são poucos! A sua
cor esverdeada lembra os olhos da amada.
Em: “O seu olhar que maldade!
Em: “O seu olhar que maldade!
de meu olhar se perdeu.
Mas, no mar mato a saudade
do verde que me
esqueceu.” p.40
O Mar é a casa onde o Poeta
faz a sua morada imaginativa, revivendo os sonhos da meninice, de cujos sonhos, fala
tão bem no próprio Prólogo: “Eu as vias com a distância de meus olhos infantis,
o coração batendo mais disparado que... (...) Elas iam e vinham brancas, cinzas, amarelas, cortando o verde das águas
em direção ao infinito ou em busca da praia,...”p.23
Assim, concluo dizendo-lhe, leitor: Corra logo à primeira livraria e faça uma ótima leitura!
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