Peça: Mercedes
Texto e direção: Paulo Vieira
Cia. Teatral: Galharufas
Patrocínio: FIC
A vida é o pânico num teatro sem chamas
Jean-Paul Sartre
A Ditadura fora um regime
antidemocrático, onde a participação popular fora cerceada total e
irrestritamente. No Brasil, deu-se de abril de 1964 a março de 1985.
Período de tortura e prisões de pessoas sem possibilidade de
revisões judiciais. Aconteceu quando As Forças Armadas do Brasil derrubaram o
presidente João Goulart e terminara quando o presidente José Sarney
assumira a presidência.
A peça Mercedes traz a
baila esse período conturbado da nossa história. Além disso, expõe
o tema de forma pragmática, focalizando a vida de uma jovem que se
envolve nos meandros tortuosos da ditadura, inclusive necessitando
exilar-se. Faz o espectador, literalmente, descer aos
porões das torturas, num momento intenso, concentrando-se, aí, o
ápice dramático. Uma catarse! Mesmo porque fora escolhido a dedo o local da apresentação. O prédio do Teatro Lima Penante caíra muito bem; e o escoltamento fora de arrepiar tanto para os artistas, quanto pra todo pessoal que fora ver o espetáculo. Sim, porque fora como se entrássemos no próprio porão de tortura: rústico, escuro, quente, dando todo um clima de horror; ainda, aquela passagem lá por trás e aquela moça dizendo que a entrada era por lá, pela rampa que dá acesso ao palco e não pela porta da frente do prédio.
A força dramática da peça, em voga,
encontra-se na tríade Mercedes (a jovem, a madura na pessoa da Dra.
Mércia e a Mercedes filha). Outra coisa bem legal, o lado poético,ou seja, a fantasia a partir do lance de cenas musicais de Janis Joplin
e do Rock-Musical Hair.
Além do mais,
apresenta-se com um elenco fantástico de atores, nas pessoas de Suzy
Lopes (de performance teatral invejável, já reconhecida pelos pessoenses), Eulina
Barbosa, Bárbara Hellen, Nika Barros e Jorge Félix.
Resta dizer que, Paulo Vieira escritor e diretor do texto é doutor em arte pela USP, onde defendeu tese sobre Plínio Marcos e professor no Departamento de Artes da UFPB desde 1982.
Resta dizer que, Paulo Vieira escritor e diretor do texto é doutor em arte pela USP, onde defendeu tese sobre Plínio Marcos e professor no Departamento de Artes da UFPB desde 1982.
Assim acabam por aqui
minhas conjeturações a respeito de Mercedes. No entanto, faço
ainda algumas reflexões referentes ao Teatro paraibano. Tipo: Por
que o teatro paibano é tão ínfimo em relação a outros estados?
Por que o teatro paraibano não se desenvolve como em outras
capitais? Por que o teatro paraibano deixa tanto a desejar? E está sempre patinando na experimentação, se tem todo um aparato humano, técnino e de
pesquisa?
Por quê?
Eis a questão.
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