Livro: Lirerótica
Autora: Irene Dias
INTERPLAN Editorial
Capa, diagramação e
ilustração:
Sandoval Fagundes
João Pessoa - 1974
As
paixões são os ventos que enfunam as velas dos barcos, elas
fazem-nos naufragar, por vezes, mas sem elas, eles não poderiam
singrar.
Voltaire
Olhai os lírios do
campo, eles nem tecem nem fiam, mas nem o Rei Salomão jamais vestiu
como um deles. Assim, são os versos da obra Lirerótica, da Poetisa
Irene Dias. Não precisaram de muitos artifícios, para dizerem,
lindamente, o que disseram. Escritos com alma e com tanto ímpeto do
Amor louco por si mesma e pela vida. Amor Sublime. Amor Paixão. Amor
de Fêmea.
O Livro Lirerótica é a
natureza feminina que canta. O mais belo Canto de Amor! Que flui do
âmago de toda e qualquer mulher. Por isso mesmo, pode-se dizer que
são versos universais da Alma Feminina. Mais, um Manifesto de
Liberdade expresso em versos, ditado pelo coração de uma Mulher que pulsa com todo
ardor. Que até suas entranhas queimam no fogo da paixão. E que, no
côncavo e convexo, explode.
A cúpula entre um homem
e uma mulher, literalmente, é a vida que borbulha nos órgãos
genitais, transportando-os para o Éden, habitat terráqueo do Ser
Humano. Explorar essa temática é ser, na real, verdadeira. É sair
da mesmice puritana (e machista) e revelar a beleza desse Ato
fecundo e belo, que por si só, enobrece o ser humano no que tange a
sua convivência no planeta Terra: Paraíso de Amor, doado por Deus,
a todo vivente.
O Amor é recorrente, e
vê-se, também, à página 41: “ o Masculino/ me alenta/ e me
sustenta, / o Masculino/ sussurra/ serenatas/ eu vou dizer/ à vida/
que na vida/ a maior ventura/ é ver/ um Homem/ a maior ternura/ é
ser do Ser,/ quando sentidos/ debruçam/ alumbrados,/ o Masculino/ é
muito mais/ que sexo,/ falo falando/ e falo/ na grandeza/ do
Masculino/ penetrar/ no mundo...
O Amor está posto às
mãos na entrega: (Pg. 63) “ eu irene/ segurando/ o Amor/ nas mãos/
sentidas.../ segurando/ o Amor/ como quem/ ama/ (…) segurando/ o
Amor/ como quem/ ama/ segurando a dor/ como quem geme.../ eu irene.”
Dizer o que mais de Lirerótica?
Sobre a autora Irene Dias
Cavalcanti:
Poetisa,
romancista jornalista e advogada, ícone feminino da literatura
erótica nos anos 70, marcou presença na cena literária de João
Pessoa já nos anos 60, com o lançamento de Eu, mulher; seguido de
Lirerótica, ambos livros de poesia. Depois, migrou do gênero
poético para o ficcional.
Da
poesia, gênero no qual Irene Dias Cavalcanti estreou, à prosa, que
hoje consolida com seu terceiro romance, foram 40 anos às voltas com
um bloqueio que ela atribui a uma crítica enviesada de seus dois
primeiros livros de versos: Eu, Mulher, Mulher (1971) e Lirerótica
(1974).
“A
crítica achou que eu era ousada e denegriu minha imagem através de
minha obra, que foi considerada ‘indecente’”, relembra a
poetisa potiguar que debutou na literatura assim que se mudou de
Campina Grande, cidade de sua infância, para João Pessoa, seu
“paraíso”.
“Não
rejeito o fato de ter nascido no Rio Grande do Norte, mas também não
nego que se tivesse que escolher teria nascido aqui”, diz
Outros
livros: O Amor do reverendo (2010), e O Médico e a noviça (2014).
Lembrete:
Dica de leitura àquele
que deseja algo que o encha de Amor!
Excelente
obra pros amantes da vida!
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