domingo, 7 de outubro de 2012

Farsa do abegobado Ou Do me engana, que eu gosto


      


Cena 1
 Adalgisa passara quase dois meses somente fazendo campanha eleitoral em prol de um único voto: voto 40, do partido PDGE. Seria a primeira vez  que se elegeria uma Prefeita naquela cidadezinha. A mulher ficara 24 hs. Por dia nos meios de comunicação: Twitter; Facebook, youtube, etc.
_ Estrela é a nossa Prefeita. Votem 40!
Cena 2
Chega o dia D;  fila de votação da Zona 67 do Colégio Fernando Teixeira. Adalgisa, a  própria, é a primeira a chegar pra votar. Não dá uns 15 mins., chegam mais umas quatro outras mulheres. Uma delas com um santinho:
_ Ei, vocês já tem candidato pra vereador? Toma esse aqui; ele é meu filho.
Cena 3
Chegam à fila mais uma meia dúzia de pessoas; se aboletam ali. E a outra:
_ Ei, vocês já tem candidato a vereador? Toma esse ‘santinho’. É meu filho.
Cena 4
Chega o policial no portão e diz:
_ Olha, pessoal, tudo indica que a entrada será naquele outro portão de trás.
Povorosa geral: (revolta mesmo)
Galera 1: Não pode ser, seu policial, a gente precisa ter certeza.
Galera 2: Que bagunça é essa?! Não sabe onde é a fila?
E várias pessoas revoltadas.
Cena 5
A mulher do santinho outra vez.  Volta e agradece as pessoas que receberam os santinhos do filho dela; abraça umas mulheres, e sai. De repente, duas daquelas mulheres que estavam ali e receberam o santinho saem dizendo que votavam em outra seção e que estavam esperando o ônibus. Então a tal mulher do santinho oferece carona e as duas aceitam. A tal mulher dos santinhos ainda diz:
_ O que a gente não faz por um filho?!
Cena 6
O Portão é aberto exatamente 8 hs. como fora previsto; Adalgisa entra, cumpre com o seu dever de cidadã, indo à urna votar no 40, na Estrela sua candidata. Rapidinho vai embora, porque ainda iria assistir à missa domingueira.
Cena 7
Após a missa, já em casa, faz as tarefas triviais. Depois do almoço, à frente da TV, comendo sua sobremesa preferida, coalhada gelada; acima da sua cabeça, aviões sobrevoam numa barulheira infernal.
_ Que diabo é isso?!
Pois é, pegaram o vizinho da Adalgisa fazendo boca de urna. Era tanto policial no portão do condomínio onde morava.

Daí, Adalgisa se toca que aquele teatro todo na fila de votação fora uma farsa pra ela cair de boca; e  quebrar a cara. O plano era levá-la presa de qualquer jeito. Ela até sabia o candidato que aprontara pra cima dela. Tudo armação! Aquilo, sem dúvida, fora uma ótima farsa pra pegar abegobado.
Adalgisa felizmente se safou daquela cena ilesa. Do jeito que se empolgara com sua candidata Estrela, provavelmente, despertara o veneno dos outros prefeitáveis, os quais compartilhavam os mesmos links on-line que ela.

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