quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Anayde Beiriz: Mulher de verdade


Flor em botão! Professora e Poetisa
Morena, meiga e, ainda muito talentosa
Brilhou, no céu, uma das estrelas
Mais cintilante, e mais luminosa
Lá pelos idos de 1922
Fora das moças mais bela e formosa.

Nascida pra brilhar
Pelos seus 17 anos de idade
Formara-se pela Escola Normal
Menina-moça faceira
Olhos negros; digo: olhar divinal
Anayde Beiriz - uma jovem fenomenal.  

Com os versos que cantava
O seu talento contagiava
O Amor adolescente era o lema
Sentimentos? À flor da pele
Empolgava uns; a outros, muita inveja
Quanto à vida? Ela ditava seu amor.  

Amava às coisas que a rodeava
Ainda tão jovem, era forte como um leão
Uma Pantera, de força e bondade
A toda sociedade
Àquela época, impunha sua personalidade
Era uma menina que nos enchia de emoção.

Alfabetizou os pescadores
Na Vila, conhecida por Cabedelo
Participou ativamente do mundo intelectual
Daquele tempo; foi uma legítima cidadã
Fora muito ousada em suas idéias
Não se prendia às convenções.

Anayde! Anayde!
Quantas foram as tuas quimeras?
Flor por todos desejada
Mas, o teu coração fora de um só homem
Tu o entregaste àquele que amaste
Flor! Tu eras de um jardim único: do Amor.

Amor sincero e fiel
Não poderia ser diferente
Amor de uma pessoa só
“Yo como te amo”
Amava-o como a nem um outro
De sempre e sempre
E pra todo sempre, amém!

Poetisa, nossa homenagem
Sincera, de coração
Vive em nós, tua lembrança
És, pra sempre, nossa inspiração
Hoje, amanhã e sempre
Anunciamos nossa gratidão.  




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Haiti é logo ai no Renascer, em Cabedelo/PB

Famílias marginalizadas
Crianças sem a mínima esperança
Entregues à própria sorte
Despreparadas, sem educação
Saúde e moradia
Literalmente, abandonadas.

A Fome ronca nos seus ventres
O Crack tá pegando
Muitos jovens se desmaterializando
Virando pó, ou se apenando
Vendo o sol quadrado
Doideira! E bandidos gente matando!

É um ranger de dentes!
A Droga correndo solta; depredando os lares
Meninos, meninas; moleques em tenra idade
Pensam que isso é futuro
Porém, é um beco sem saída
É morte certa!

A Polícia na cola deles
Os homens não podem desgrudar
A matança virou moda
A vida a troco de banana
O jovem está como o diabo quer
A moçada toda dominada.

Guerra dos donos de boca
Não há razão de ser
A sociedade toda anestesiada
Vão fazer o quê?
Fome de tudo
Mas, não sabem de quê.

Tudo gira ao encalço
A vida é uma merda!
Traficantes estão no controle
Sentem-se os donos do pedaço
O Barato sai muito caro
Não há feijão no barraco.

O bicho pegou
O que tem mais é bandidagem
“Vem a nós as sacolinhas
Esquenta logo o nosso papo
A verdinha, sabe?
É somente aperitivo.”


terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A Poesia a meus olhos


A Poesia está em todo lugar
Na folha que cai
No sol a brilhar
No sorriso da criança
No semblante triste de um idoso
No ritmo da batera num samba.

A Poesia é como você olha as coisas
Ao amanhecer, o sopro nas narinas
O rosto no espelho
A vida que nos chama às tarefas
O jovem indo à escola
Os pássaros voando sobre os buritizais.

A Poesia é a rotina diária
Costumamos não enxergá-la
Ficamos tão dormentes
Às coisas ao nosso redor; como forjá-la?
Vemos, mas não a enxergamos
Não há tempo pra senti-la.

A Poesia é apreciar tudo com carinho
Seja uma rosa, ou um jardim em flor
Seja o mar, ou o infinito oceano
De tudo  ser um eterno namorado
Amar em um dia bem atarefado
A Poesia é um circo encantado.

A Poesia está nas coisas mais simples
Está no encontro e no desencontro
No ir e vir dos transeuntes
No murmurinho das ruas
No silenciar cá dentro do peito
No querer bem.

É preciso olhar a Poesia em cada canto
Está atento aos mínimos detalhes
Na padaria, o pão fresco
No restaurante, a sofreguidão da fome
Na academia, o afã da estética pessoal
Na morte, o suspiro final.

A Poesia pede esforço individual
Imaginação
Impossível passar pela vida
E não vivê-la, com inspiração
Assim, não há encantamento
Ver-se apenas o lado escuro da lida.

A Poesia não muda ninguém
Até porque ela não é feita pra isso
Ela, no máximo, remodela alguém
Deve reconstruir uma parte de nós
Não consigo imaginar um ser antipoético
Então, quer viver nisso? Viva.

A Poesia são as estrelas no firmamento
Depois de uma tempestade, o sol brilhar outra vez
O canto da rolinha na janela
Um hino de louvor a Deus
Aquilo que a gente imaginar
A Poesia é isso e tem mais:

A Poesia é super preciosa na nossa vida
É superar a preguiça
Num dia de chuva, pular da cama
Deixando os cobertores pra trás
Continuar aquilo que havia iniciado
Fazer tudo o de sempre, de repente.

A Poesia é dar um salto de qualidade
É amar-se
É querer-se bem
Sem muito alarde
Nem muita afobação
É o amanhã.

A Poesia é viver sem pretensão
Engatar a segunda na ladeira
Subir bem devagarinho
Encarando a depressão
Não cochilar pra não ratear
Seguir enfrente na pressão.

A Poesia é o mais lindo cantar
Música popular, baião, rock
Samba do bom
Paulinho da Viola, a nos contagiar
A brincadeira e a vadiagem
No refrão, embalando os corações.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Renata Arruda e Elba Ramalho : paraibanas raçudas


                                   
    Homenagem as rainhas do Olimpo Pessoense 

Essas duas mulheres
São de nós paraibanos
Referências de mulheres fortes.

Guerreiras
Mulheres de fibra
São arretadas.

A deusa Diana, da caça
Fica irrelevante
Perante essas rainhas.

A Elba, inspira-nos
A essência do ser
Renata o amor.

Bravo!
Bravo!
Meninas, meus amores!
Amo vocês como são!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Lampião: O Bin Laden do sertão nordestino



Toda minha vida fui apaixonada por Lampião
- O Bin Laden do sertão
Esse indivíduo, bandido
Sempre fora minha inspiração
Valentão, não tinha medo de nada não
Por isso mesmo o adicionei a meu blogão.
Fez um tal estardalhaço
Que nem bala de canhão
Criou tanto estilhaço
Quando entrou na web
Mas como todo Corisco que bebe
Nem deu sequer atenção
Todo mundo numa tal histeria
Até o padre no altar
Desembestou na carreira
Se escondeu na sacristia.
A rede on-line em povorosa
Numa sangria dolorosa
Ninguém saia nem entrava
Sem a sua permissão
Grande era a danação
Pior era a sua caçada
Maria Bonita tremeu nas base
Tal vara verde, diante de tá causo.
Onde o pau come no centro
Não dá pra seu ninguém
Porém é aquele desdém
Tanto quebra pau e desencontro
O rolo é comprimido
Antônio Pereira espremido
Que nem a presa do Carcará
Na seca das banda de lá.
Um palmo de língua pra fora
Da moçada do Coisa ruim
Morrendo de fome e com o micuim
Bate em seus irmãos
Não escolhe o estradão
A porrada é generalizada
O ‘santinho’ é incólume
E o couro come no lombo da negada.
Assim, quando sai fora o sistema
O estresse é o tema
As crianças não jogam bola
Os velhinhos deixam de pitar
Com muito grilo na cachola
A paz não vai nunca mais reiná
Também não quero mais namorá
Na banda larga locá.
Tamanho é o fordunço
Não dá nem pra contar
A galera se contagia
É intensa a estripulia
Dar inté vontade de chorar
Doido é o bafafá
A coisa fica de amargar
Quero mais é deletar.
Quiçá o capeta vá embora
Sem levar no matulão
Os objetos de estimação
Os ouros dezoitos
Pois dá muito desgosto
Se formos contabilizar
Tudo o que o referido ladrão
Conseguiu surrupiar.
Vão-se os anéis
Fiquem os dedos
Não dá pra questionar
Já que tudo é tão efêmero
Fique bem a lição
Com o passar do tempo, então
O caso vai a todos inspirar
E também ao cordel tradicioná.


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

AMOR


A fronteira entre o amor e o ódio é tênue
Basta um olhar atravessado
Pra se invadir esse campo minado
A coroa já não é cara na aposta
E vice-versa.

Não existe nada pior quando o amor acaba
Entra-se em parafuso
Àquele que ainda arrasta uma asa
Já pro outro, não
Sai fora, não existe sofrimento.

Os corações não estão mais em sintonia
Sai-se do sério
A reciprocidade, nessa hora, é utopia
Não há quem se segure.

Vira-se a mesa
Muitas vezes, há pancadaria
Descomposturas
Também, muitas são as lágrimas
Não adianta chorar o leite derramado; já era!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Boi na linha


Um boi a mugir
Esse boi confessa algo importante
Sobre sua amada
A vaquinha branca e preta
A sua queridinha, a malhada
Ele muge sem parar
Sua dor está no chifre
Que está a brotar
Da danada da marvada
Pois ela atira lorota pro boi tatá
Não dá bola para o boi prateado
Que está a esguelhar.
A beldade da vaquinha
Já tem outro boi na moita
Preencheu, à doidivanas, seu coração
Doente de tesão.