sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

A galinha quer pôr



Assim é uns e outros quando se separam
E voltam pra casa dos pais
O bicho não sabe o que faz
Se entra ou sai! Se azaram...!

Có...có...có...có! É um pra dante e pra trás
Coitado! E tem mais
Ao som, daquela cãnçao 'demais'!
Falando da dor de corno...só assim se satisfaz!

Às alturas, “ você foi a culpada...
Do nosso amor se acabar...”
Não sabe ele...ela tá cheia, não sabe como aguentar...!

Os beijos frios e escassos...
Visita é bom...mas sem amor, nem carinho...
"- Melhor mesmo, é ficar sozinho!"

domingo, 21 de dezembro de 2014

A Fazenda




A fazenda, na tv, muitos músculos e encontrões
Muitos peões à disposição!
Na vizinhança, apenas umas galinhas raquíticas
Uns pintos e pintas esqueléticas.

Parece que dão na vó/vô galináceo
Há até um galo surdo e cego, trocando a noite pelo dia
Ele canta tão feio que parece que fora estropeado
São tantas vacas e bois esfomeados!

Num é que a bicharada dita moda!
Pintaram as peias das pernas de encarnado
E os pelos das ventas azulados.

Oh, bichinhos bonitinhos!Só vendo...!
Estão parecendo mais o pastoril profano
Creio que eles tem Phd em folclore alentejano!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Vermes imundos

         

         Dedicado ao Poeta Augusto dos Anjos

Roes tudo, verme, pútrido e imundo!
Não te faças de rogado, essa é tua missão!
Devastas-me tudo, até o meu coração!
Só não toques no cérebro! Pois, é meu ser profundo!

Roes tudo! Nada, nada te impeças
Em tua faina! Vais fundo, roes-me as entranhas!
Dás vazão a tua gula! Não te detenhas!
Mas, não toques na massa cinzenta que tenho na cabeça!

Sacias-te, verme, maldito!
Tua voracidade é tamanha...
Que nada te pertubes, viu!Sei, nem Cristo...!

Devastas-me todas as minhas carnes amarelecidas
E flácidas pelo tempo! Fazes festa!
Tua gula te apeteças mais e mais, peste!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O Corvo Poetiano




Era mês de setembro de um ano qualquer
Esse pássaro agourento aparece
Na minha cidade!...Animal estrupício demais!
Sempre pra lá e pra cá, com seus ais
Bicho morrinha da molesta dos umbrais!
Filho das sombras, muito sagaz!
                       “-Eita, ave lamurienta!”
À noite, solitário; um sonho
A vida me fizera ver quanto tudo é fugaz
Assusta-me o futuro!
À morte, sente-se a fraqueza que faz
Dor e ranger de dentes, à lápide, quando você jaz
Porém, o que fazer meio ao sofrimento que isso traz?!

Ínfimos tempos de nanicos loucos
Onde esses pásssaros pretos saem dos fossos abissais
Sedentos por suas presas mortas
Especialmente, se esses forem boçais
Sim. Se aquelas se sentem em pedestais
Ave da peste com artimanhas conjeturais

Em minha cabeça, todos os sinos tocam
Tilintam com um pensamento perspicaz
Esse animal tira-nos o sossego
Ele sabe ser voraz
“-Diga-me, senhora (or): quem é esse bicho mordaz?!”
Deixará todos nós para trás.

Na imensidão de um verso, minha fantasia
O desejo pra não atrair esse e outros animais
Briga de foice continuar com tal infortúnio
De dia, dorme; de noite, não tem paz
Ixe, quantas viagens colossais!
Muito enxofre constituindo os seus aminoácidos triviais.

A janela batera forte lá dentro
Não vale à pena sermos individuais!
Corro pra ver o que era; nada veria jamais!
No entanto, um vulto pelas persiamas
Como não crer em corpos espirituais?!
Por ver esses seres distintos dos mortais.

Pássaro preto nem se faz rogado!
Ave traquina como sempre igual Moraes
À moita, qual mineirinho; pelas beira , comendo quieto
Da muierada, à sua volta e de pés atrás
“- Que seja infinito enquanto dure, rapaz!”
Essas e outras, são regras gerais!

Mentira tem pernas curtas!
Bicho esperto, estás demais!
Não mais preciso mentir, seboso!
Sabes...?! Não imiscuas!
Já era em tempo! Agora, vais...!
                     O Corvo disse: “-Nunca mais!”

Se, por acaso, voltares, meto bala na tua fussa!
Daí, não serás mais o mesmo, nunca mais!
Pássaro malvado, volta pro inferno de onde saíste!
Larga de mim, satanás!
Do contrário, creas...
                     O Corvo: “ - Já te disse, nunca mais!”

São tantos Josés quanto os Ramsés no Egito



Na minha vida, são muito os Josés
Primeiro, o meu querido pai; segundo, o Poeta
Terceiro, José (Luis Inácio Lula da Silva) Porreta
Fizeram, por supuesto, minha cabeça como os Ramsés!

Na Paraíba, Josés é o que não faltam!
Especialmente, em famílias cristãs!
José, de Maria; nossa Mãe!
Homenagens não faltam pra quem milagres almejam. 

Drummond já dizia: “- E agora, José?”
Eu digo-lhes, Josés: “-Amo ocês de paixão!”
E trago a todos no meu coração.

Os três moram no fundo do meu coração!
E não pagam nenhum imposto
A humildade é-lhes comum e eu gosto!

domingo, 14 de dezembro de 2014

Mirem-se nos lírios dos campos



Nem Salomão se vestiu com tal beleza...
Os lírios dos campos não tecem, nem fiam
Fazes como eles que em Deus confiam
Pois, nada de fato há tanta certeza.

As bênçãos de Deus nos sustentam!
As bênçãos de Deus nos fortalece!
As bênçãos de Deus são-nos beneces!
As bênçãos de Deus nos confortam!

As nossas vitórias são por Ele dadas!
Agradeçamos por Sua proteção!
Pois, Ele é nosso Senhor e salvação!

Devemos, então, sermos maduros na Fé!
E não sermos fracas, como tolas crianças
É preciso, com Ele, uma firme aliança!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Legião de boy doido




Os jovens não sabem nem falar
Ainda, dizem: “-Tô entendendo.”
Sempre que estão ao telefone atendendo
Fala de boy doido é disconexa...! Oh, azar!

Desses aí, a Pb está lotada!
Também, com a seca e o exôdo rural
Nas favelas, é o que frutifica. A migração é geral!
Todo santo dia as cadeias abarrotadas.

As cidades inchadas e nada de escola
Mas, o crack rola!
E os meninos se tornam boy doido.

Não encontram outras alternativas
A não ser, aumentar as estimativas
Da criminalidade, bandidagem e morte entre jovens.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Sociedade do efêmero



Consumir, consumir, consumir...!
É a marca do momento atual
Tudo passa pelo capital
Do iogurte ao souvenir!

Tudo é efêmero em nossa sociedade!
A cultura é do espetáculo!
Essa é a conotação e o tentáculo
Não dá pra fugir dessa realidade!

Os States é o reduto de tal esquema macabro
O know-how é americano
Esse vírus se alastrou e entramos pelo cano.

Quando essa onda acabará?!
Quiçá o capital, em crises, sucumba todos capitalistas!
E a gente não pague essa conta antisocialista!

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Dioniso nosso ícone




Deus, filho de Zeus, e da princesa Sêmele
Único olimpiano filho de uma mortal
Um Baco da vida! Figura atípica total
Das festas, vinho, e insânia... à flor da pele.

Dele, e pra ele, o homem é só transfigurações
Nos 365 dias do ano, é homenageado
Festas não faltam nesse bordel globalizado
Participamos, sem constrangimento, de baconizações.

Quem achará ruim das bebedeiras e luxúrias
À moda ateniense, dos clássicos gregos e/ou romano?
Viva ao Dioniso, e às últimas consequências!

Cultuam-no sempre! Expandem-no no Festival
Dionísia Urbana! (“-Eu bebo sim estou vivendo!”)
Ou no Festival Lenaia, ou no Dionísia Rural.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Ode ao Poeta Augusto dos Anjos




Sou feliz em conhecer-te, Poeta!
Teus Sonetos são motivo de minha inspiração
Por isso, escrevo-te por gratidão
Por tu existires, Augusto. Sou tua tiete!

O Eu & Outras Poesias calaram fundo no meu coração!
Teus Sonetos 'Morcego' e 'Solitário' são os meus preferidos
Grande é a emoção ao lê-los. São dos demais, aperitivos.
O 'Monólogo de uma sombra' e Psicologia de um vencido,
                                                              {amo de paixão!

Quero, então, dizer-te o meu segredo
Trago-o há muito tempo como meu irmão junto à minha cabeceira
Leio-te sempre e, com isso, sinto-me faceira. 

Poeta amigo, pergunto-lhe por fim:
Como fora essa façanha de escrever uma única obra
E balançar tanto o coreto da gente dessa forma?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

E agora, Maria?




E agora, Maria
Que teu homem foi embora?
("-Me fodeu...!")
Com água, luz e casa pra pagar...
E teus cinco filhos pra criar.

E agora, Maria
Que estás na rua da amargura?
Tu ainda comes pão com café
Mas, já falta o leite dos meninos
Lá, na lata, também falta farinha.

Já tens um montão de contas pra pagar
A botija de gás tá no finzinho
Falta sal, açúcar e arroz
O que tu vais fazer, Maria?

E agora, Maria?
Estás que é só peia e osso
E a tua tosse não te larga
O cobertor furou e não há remendo!
Vixe santinha, o bicho pegou!

E agora, mulher?
Como sairás dessa? Só indo ser doméstica
Pelas casas das ricaças da zona sul
Com carteira assinada e tudo
Vais se dar bem com as patroas.
Esquece aquele bicho da peste
Mesmo fazendo das tripas coração
Aquele morrinha não presta
Fica bem e dais graças a Deus por isso.

Maria, vás lá pra novena
Confessas teus pecados ao padre
Pedes a Deus perdão
Quiças, um dia, tu te engraces doutro bofe...
Tudo ficará nos conformes outra vez
A paz voltará reinar no teu barraco
Ainda vamos rir muito
E a meiota que iremos derrubar...!

E agora, Maria
Que o Mané se foi?
E agora.... estás ferrada!
Mas não há de ser nada
Vais ver, amiga!
Todos aqui da favela te ajudarão.

sábado, 29 de novembro de 2014

RESENHA: ABEIRA-SE DO HILÁRIO



Livro: O Eangelho da podridão
(Culpa e melancolia em Augusto do Anjos)
Auto: Chico Viana
FCJA/ João Pessoa: 2012


“A Consciência humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!”
(Augusto do Anjos)


Após a leitura do livro em foco, uma pergunta não cala em mim: “- Por que o Poeta paraibano Augusto dos Anjos somente agora, no seu aniversário de 100 anos de morte,  fora reconhecido e prestigiado? Então, surgiram as seguintes conjeturações: 1. Será que se deve ao fato do seu estilo esdruxulo de poetar?; 2. Ou, por sua genialidade não ser compreendida pelos seus conterrâneos? 3. Ou ainda, talvez pela índole desses de apenas dar o valor devido, quando a(o) poeta fora consagrado pelos cânones do sul e centro-sul? Ao meu ver, todos esses três itens tem tudo a dizer sobre a tal falta de sensibilidade em relação ao Poeta Maior Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos. É, assim como acontecera com tantos outros, dos quais cito outro gênio paraibano Ariano Suassuno, ao qual somente fizeram jus a sua pessoa agora recente. O que vem a ser uma peninha! Pois, quanto mais se demora no tempo para se inferir avaliação numa obra como é a do porte do Grande Poeta Augusto dos Anjos, perde-se de forma irreparável sua essência.

Outra, é de se questionar: por que isso acontece numa cidade onde há doutores se batendo tanto nos campus universitários quanto no centro da capital?

Outra coisa que é de se espantar é que, pouco ou quase nada se sabe a respeito de um poeta tão genial como fora Augusto dos Anjos! Um Poeta desse naipe era pra ser estudado nas escolas e universidades com todo carinho e consideração. Os estudantes eram pra declamá-lo pelas praças públicas e ter maior orgulho de seu Poeta. No entanto, o que na verdade acontece? Nem os professores o conhecem quanto mais os alunos! Santa ignorância! Daí, pergunto-lhes, estimada(o) leitora (or): “-De quem é a culpa? É dos intelectuais paraibanos ou do ensino que não valorizam  a prata da casa? Deixo a resposta por sua conta.

Voltando ao foco da questão, a obra O Evangelho da podridão, do Chico Viana, tese reformulada de seu Doutorado na UFRJ, ainda de 1988 ; obra de peso no esclarecimento da Poética augustiana, da qual não tenho cacife para falar, e mesmo se tivesse não faria; deixaria pra os experts da seara literária fazer. Entretanto, deixo as minhas pissicas: “-Essa é uma obra ímpar, mas que não ajuda na compreensão do então poeta; e sim, no máximo, instiga o gosto por ele nos debates das universidades; promove apenas o estudo no meio acadêmico.

Portanto, concluo esse breve comentário, deixando minhas comiserações; e mais, digo que é preciso muito mais. Faz-se mister um livro que resgate o Poeta de modo humano e social.

Daí, fica a seguinte passagem, à p. 193, da Conclusão:


'A hipótese de um luto não realizado do objeto perdido – que, segundo a psicanálise, serve de fundamento à melancolia – alarga as possibilidades de interpretação da poesia de Augusto dos Anjos (…) Pela doença, reproduzem-se no corpo traços de perversão original, do homem ligado à “peçonha inicial”.'

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Auto Natalino



O Menino Jesus nasceu
Por isso, alegremo-nos
Poesia natalina pura
Nasceu O Menino Luz, abracemo-nos!
Tantos comes e bebes; tudo é pra Ele
Champanhes e folguetórios...saldemo-nos!

Jesus Cristo é Amor!
Merece toda homenagem nesse dia
Menino Deus que se fez carne
Agradecemos-Lhe por tanta bonança e alegria
Os festejos, no natal, é a consagração
Nossa fé que contagia em todas moradias.

Essa é a mensagem de Natal
A Boa Nova propagada de boca em boca
Há dois mil anos
Benfaseja às almas ocas
Que Seu Amor entoe nos nossos corações
Feliz Natal pra todos! Vibremos nessa época!

Bacana demais ver Jesus Cristo
Movendo as pessoas para o bem
Ótimo seria que o Natal continuasse no dia-a-dia
A Paz, o amor e alegria também
Utopia em meio às vicissitudes da vida
Quiçá, na Santa Missa, a gente se abrace sem desdém!

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Marta, relaxa e goza!




Fala da ex-ministra Marta Suplicy
Que muitos nem lembram, mas
Fora dita, à vontade, num programa televisivo. Ademais
Muitos brasileiros tomaram gosto pela coisa. Ah, sim...!

Com essa fala, Marta ficara ultraconhecida
E com isso, ela entrara pra política
Cotada está ao Guinness por suas plásticas
Hoje, a mulher exasperara na despedida.

Vixe, Dra. Suplicy!
O que isso significa?!
Olha, estás mais pra Geny!

E... (- Bosta nela!)
Relaxa e goza, Doutora! ... Se liga!
Dizemos hoje pra ela.  

sábado, 15 de novembro de 2014

À Belle Epoque



O brasileiro vivera à força da europeização
Quisera transformar o país num mundo de nobre!
Que idiotice! Coisa de fidalgo que não suportava pobre!
Acostumados com o esnobismo da vida doutra civilização.

O Rio era a Paris tropical com toda propriedade
São Paulo a Itália, pizzas e macarrões
Recife, a Veneza – com muita água e casarões
A nobreza e aristocracia sonhavam com riqueza e prosperidade.

Na Amazônia, o boom do ciclo da borracha
Impressionara com tanta pompa e ostentação
Os nobres mandavam lavar a roupa na Europa; tamanha a afetação!

Hoje, a Belle Epoque é motivo de muitas histórias
Tanto no cinema e tv, quanto na vida real
Assim, os tupiniquins viveram esse mundo surreal.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Augusto dos Anjos - minha inspiração

                  


            (Homenagem pelos 100 anos de sua morte)

Há 100 anos virara estrela reluzente no firmamento
O Poeta maior – Augusto dos Anjos!
Não sabia ele, que passaríamos por tais sentimentos
Amor e saudade misturados em tal ensejo.

O P oeta paraibano – Estrela de primeira grandeza!
Morrera de pneumonia aos 12 de novembro de 1914
Em Minas Gerais (em Leopoldina). Que tristeza!
Nada a fazer, quando a mortalha se serze.

Entretanto, muitas foram as querelas!
Tantas que faltaria papel, se eu fosse listar!
Me poupe! Aqui apenas a homenagem ficará.

Oh, Augusto, foste toda minha inspiração!
Os vermes, os coveiros, … e a morte
Foram, realmente, os meus suportes.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Nós



Nós, mar poético, temos as praias todas de palavras
Pensar...pensar...pensar! E muito blablablá!
Não dá pra conter! Queremos falar...
Pro mundo ouvir! Não nos lancem avada kedavra!

O mar cá dentro guarda muitos rios
Não dá pra não se potenciar!
Tanto é nosso agitar!
Silencio é, pra nós, um desafio.

Ávidos por sermos oceano dos dizeres!
Somos tantos e tantos seres
Espalhados pelos quatro cantos do mundo.

Então, Poeta é esse ser risível!
Tanto assim, faço questão de deixarem a par
Pois, somos todos produtores de encantos.

Mama África



Mãe bondosa de todo brasileiro
Nos dera uma alma amorosa
Desde o berço, fora primorosa
Dera-nos, também, o sangue e o jeito faceiro.

Mãe carinhosa e mágica
Que nos dera todo esse nosso estilo charmoso
Desde do peito, o leite caridoso
Dera-nos, além, alegria e empatia fantásticas.

O brasileiro reconhece; de coração
Por tanto primor doado pelo africano
Agradecemos-Lhe tanta alegria e emoção!

Mama, somos teus filhos amados!
A Tua bênção, Mãe África!
Nosso amor e gratidão serão, pra sempre, propalados!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Sonho de consumo




Babacas! Babacas! Humanos lixo!
Que sonham com jogo de bicho!
Ou megasena...! Sonho de consumo de grana fácil! 
Que lástima! Ô, gente frágil!

É muito vagabundo junto, gente! (Dizem: "-Sou fraco!")
É mulher, é homem coçando saco!
Enchendo linguiça com papos sem nexos
Ah, povim! Xinfrim - e de caminhos desconexos!

Nem dá pra acreditar!
Aposto que seja muita preguiça de tal povo!
Dar até vontade de rir com tanto estorvo!

Será que dar pra explicar? Sim. O macaco tá certo!
Desculpe-me, penso que juízo é coisa de poucos!
Eita, que mundo louco!

Jesus - O Salvador dos Cristãos



Na vida, existe um mundo de milagres
A fé remove montanhas. Incrível!
É bíblico! Saibas que se tiverdes
Fé igual a um grão de mostarda, nada vos será impossível!

Direis ao monte: Passa daqui para acolá
Ele passará. Nisso não há nenhum mistério!
Creio no poder da fé e levo a sério
O verbo se fizera carne! Inshallah!

A água se transformara em vinho!
Lázaro saíra da tumba dos mortos
Jesus é a vida, a verdade e o caminho!

Ele é nosso Salvador!
- O Redentor dos Cristãos-
2.000 anos pregando a Paz e o Amor!

domingo, 2 de novembro de 2014

Complexo de vira-lata




Expressão bem colocada por Nelson Rodrigues
Trauma sofrido pela Seleção Brasileira em 1950
Derrotada pela Seleção Uruguaia. (Aguenta...!)
Complexo de inferioridade do qual a gente não ficara imune.

Na prática, o indivíduo tem suas fraquezas
Mas, o brasileiro deseja ser levado a sério
Pra elevar a sua autoestima; ele sempre sofrera vitupério
Não vamos exagerar! Usa a cabeça!

Tudo ao seu tempo!
Fica frio! Não esqueça que atrás vem gente!
E, na vida, tudo é muito relativo.

Assim, não seja turrão por tão pouco!
Não há nada melhor do que um dia após o outro
E uma noite no meio! Livre-se daqueloutro!

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Ciúmes



Graças a Deus, nunca tive! (Penso que é preciso muito 'cacife'!)
Eu sempre me deparei com tal sentimento
Pense numa paranoia! E quanto constrangimento!
Penso que isso é coisa de doido e de patife!

Sim, pois só numa cabeça insana
Algo tão louco! Já sofri muito com essa doideira!
Só sabe o que seja, quem já vivera
Tal horror em mãos tiranas.

O que é passar por um apuro desses?!
Digo-lhes: que é pior do que morrer!
Eu já passei! Mas bastara de sofrer!

Ciúme é coisa de gente ruim!
Já que, quem disso cuida, disso usa!
E tal encrenca é da cabeça que acusa!

sábado, 25 de outubro de 2014

Ovídio como inspiração



Amor, pra mim, só de verdade!
Píramo e Tisbe são modelos disso
Enfrentaram a morte com propriedade
Tudo pra viver um compromisso.

Amor é isso: enfrentar as vicissitudes da vida
Aquela coisa, 'na alegria e na tristeza'
Aguentar as agruras da lida
E não titubear! Cada dia ser uma fortaleza!

Eles superaram seu destino macabro
Caíram na cova do leão
Mesmo assim, foram firmes na força do coração.

O Amor fora-lhes a inspiração!
Até hoje, no mundo, eles são nossos arquétipos
Concebidos, pelos jovens, como estereótipos.  

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Galera fraca




Têm uns machos que se acham os tais!
Batem em criança, mulher, e gente da 3a. idade
São uns mal caráter, as beldades!
São uns delinquentes fracos e bossais!

Dão muita pena, porque um dia a casa cai!
Eles encontrarão um homem musculoso
Que lhes dê o maior pau! Aí, quero vê as dos gostosos!
Vão saber que isso não se faz!

Pra mim, essa galera é mais que frouxa!
Dão uma de homem, mas calçam 38!
Tais trogloditas são uns trouxas!

E, na cama, deitam pro lado e dormem!
Não fazem nem cosquinhas!
Isso são lá homens...!

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Plagiando Horácio



Para eu ganhar os sufrágios, mesclo o útil ao agradável:
Fascinando e instruindo o meu leitor
A minha Poíesis é isso, amor!
Gozou?! Pois, é irremediável!

Apropriei-me de suas ideias levianamente
E sei que me dei muito bem
Tanto assim, que me sinto um tanto além
Se não gostou, peço-lhe mil desculpas;humildemente!

A gente só dá o que pode!
Eu possuo muito pouco
Resta, portanto, uma coragem de louco!

E, se a loucura é meu pecado
Confesso-lhe, o peso dos meus ombros
Creio, que não lhe provoco algum assombro.


Teatro do absurdo




Com o estatuto da criança e do adolescente
A gente vê pivete que não saiu das fraldas
Xingando pai e mãe! Um verdadeiro desplante!
Abrimos as pernas às baldas!

Hoje, o adolescente tem direito de fazer o que bem quer!
Exemplo disso, é sair por aí estuprando, roubando e matando
Depois, não é punido como deveria ser
Isso é a prática no nosso país; e ainda, sai esnobando.

A Justiça brasileira precisa ser urgente revista!
Que cumpra a jurisdição com competência!
Pois, os jovens tão matando a três por quarto; que indecência!

Pior, é que fica por isso mesmo!
Esses delinquentes sanguinários deviam ser punidos
Iguais aos de crimes hediondos! Quiçá, a punição tolesse tais bandidos!                                                                              

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Filho de Maria Ruela, Maria Ruela é!



Isso não sou eu que digo, mas os deterministas
Laplace - pré-determinista - o deísmo e o behaviorismo
Dita a cadeia causal! No pós-determinismo
Projeta-se, via imaginação. Vide determinismo-mecanicista.

Sabe-se que o homem é convivência
Os filhos são marcados pelo laço umbilical da mãe
Por isso, a mãe é superimportante; até mais que o pai!
Assim, é mister consciência!

Especialmente, não ser fariseu
Falar uma coisa, e fazer outra
A mente das crianças capta o que, ao redor, viveu!

As coisas, na cabecinha delas, são computadas
É como se aquela tivesse no piloto automático
Processadas, não poderão ser desconfiguradas.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

As Balzaquianas



Mulherzinhas mal-amadas...!
Até bonitas, mas sabem...
Por que tão infelizes, essas condenadas?!
Eu sei, elas são balzaquianas, as pobes!

Elas são até, bastante, afeiçoadas!
Umas louras que dão pro gasto...!
Apenas tão precisando de Deus, as coitadas!
Só sendo, né...! Apois, assim seriam contempladas por Jesus Cristo!

Ao contrário, vão ficar chupando dedo, e desesperadas!
A mulher, depois dos trinta, já é coroa
E homem só gosta de minininhas! Serão trocadas por uma de 20; na boa!

Nada que não tenha conserto!
O meu conselho é: trocá-los por 2 de vinte!
Os nojentos voltarão, nas últimas, trôpegos e doentes.

sábado, 18 de outubro de 2014

Adeus ingrato




Tu não vais mais me ter
Eu não quero mais você!
Chega de bancar o meu esposo
Estou farta, quero alguém mais gostoso!

Já chega de viver essa vida desgraçada!
Estou mais que transtornada
Com essas brigas, e essa abstinência sexual
Quero o divórcio e que seja consensual.

Vou-me embora, desejo ser amada
Ter alguém que me ame de verdade
Nosso casório já era! Hoje é fogueira apagada!

Mesmo porque você apagara
O restinho que restara
Com aquela quenga safada que arranjara.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Além disso, é perigosa



Ela não se cansa de ser vadia
Disponível 25hs. por dia
Livre pra fofoca, deboche e fanfarrice
Uma lavagem de roupa bem que ela merece.

Viver é bom, mas vadiagem demais deve enjoar
Dar tédio; é de matar
O dia é longo; 24hs. é demorado
Ficar inventando azarações é demasiado.

_Fora preguiça! Saindo já!
É preciso sair dessa!
Apostar num futuro, sem essa.

Quem sabe, um tanque com bastante roupa suja
Água, sabão e braços fortes pra esfregar
Já era de bom tamanho! Ai, vai encarar?

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

“-Rapariga”



Tem mulher que gosta dessa alcunha
Do marido chamá-la assim! Eu nunca gostei!
Homem meu tem de ser macho! Oh, se tem...!
Eu boto fé na 3a. perna, mas se liga Chanha!

Agora, viver a vida numa baixaria dessa!
Só sendo mulher de bandido!
É porque gosta mesmo desse dito!
É amor demais pra tá nessa...!

A merda é que tem de ter saco!
Ouvidos moucos, e... não crer no próprio taco!
Eu já havia enfeitado a testa desse idiota.

Umas galhas das boas lhe cairiam bem!
Queria ver o babaca ir além
Enfeitá-lo, na testa, pra saber como é baum.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Zé Limeira no trombone



O Poeta do absurdo
Fora homem inventivo
Vivera em Teixeira na Paraíba
Negão, alto e muito criativo
Ótimo na arte de improvisar
Forro, antes cativo.

Fizera muita cantoria
Nos bordeis e feiras de Campina
Não havia quem não o conhecesse
Em seus dedos, vários anéis de platina
Um lenço vermelho no pescoço
Reconhecido, inclusive, na Palestina.

Pense num Poeta Porreta!
Poetizara por todo Sertão
Não gostava de conversa fiada
Ligado só no seu ganha-pão
Afeito apenas à poesia
Ganhara fama e galardão.

As muieradas todas apaixonadas
Pelo charme daquele homenzarrão
Ele não queria nada com ninguém
Ele era afeito ao seu coração
Fiel a quem o amava
Não ligando pra aquela azaração.

Eita, Poeta Porreta!
Até hoje muito querido
Nós lhe agradecemos
Cantara sonhos contidos
Em seus versos e poética
Seus repentes jamais serão esquecidos.

No lombo dos burricos
Levara a poesia a todas paragens
Ficará, pra sempre, na nossa lembrança
Ele não tinha pabulagem
Fora um paraibano do bem
Um figuraça!Conhecê-lo fora uma viagem!

Ele era mesmo o próprio absurdo!
Por isso, boto a boca no trombone
Mas, sei que Tejo fora bem além
Empacotara os versos dele em papel-celofane
Embalara até deliciosos rocamboles
Chamando pra comes e bebes por telefone.

Concluindo, meus parabéns
A todo meus conterrâneos!
Pois, é muita sorte
Um Poeta com absurdos instantâneos
Não é pra todo mundo não!
Isso é fora de série e de muito tutano.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Dádiva de Deus



Cantar a beleza da vida
No dia a dia, é dever
Dom divino, à nossa mercê
Mais, muita fé nessa vida bandida.

Contemplemos a natureza
Lá, encontra-se todo bem
À luz do sol, e da lua somos zen
Ó, Natureza, quanta beleza!

Viva à vida!
E cada sopro de nossas narinas!
Sejamos águas cristalinas!

Assim, por tudo acima desse chão
Agradeçamos a Deus todo bem!
Hoje e sempre, amém.  

Espelho, espelho meu...



Espelho, espelho meu: - Diz-me se existe alguém mais linda do que eu?
Sim, a Bethinha ainda não morreu.
Oh, que peninha!
Estou mesmo tristinha!

Espelho, espelho meu....
Quanto ódio o teu!
Não posso aceitar, só sinto
Nem por isso, tomarei absinto

Estou depressiva, e sem ilusão
A partir de hoje, viverei no empurrão
Porém, não abrirei mão da minha felicidade.

Está fora de cogitação
Viver igual boiada, alienada
Que encontrara porteira quebrada.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Um sonho, uma vaidade



Sonho que sou uma Poeta maravilhosa
Quanta vaidade!
Sonho que, nos quatro cantos do mundo, leem-me com seriedade
Quanto sou vaidosa!

Sonho que, minha poesia voa alto
Alçara voo aos céus
Sonho que, ganho o Prêmio Nobel
Sou, sem dúvida, narciso; me sobressalto.

Isso, aí, já é um desvario
Sonho que, há leitores em meu encalço
Nesse mundo líquido, me liquefaço.

Sonhar é preciso, viver não é preciso!
Há sempre uma vaidade nisso
Nessa babel de vivos, sempre há disso!


domingo, 5 de outubro de 2014

Eu sou Lourdes Limeira



O meu nome é Lourdes Limeira
Uma paraibana arretada
Com muito orgulho de ser nordestina
Tenho cabeça chata (sei); mas também, pela escrita sou tarada
Taí, sem querer ser esnobe, já sendo
Vivo conforme à moral kantiana; sou danada!

O meu nome é Lourdes Limeira
Não desejo ser uma pessoa chata
Mas, sei que nem Cristo agradou 100%
Eu também não agradarei; especialmente, pois digo na lata
Muitos não me querem bem
De boa, já consta em minhas atas.

O meu nome é Lourdes Limeira
E Limeira rima com Pereira
Gente que fez história na nossa PB pequenina 
Até lampião tinha medo dessa gente guerreira
O sangueiro batendo no joelho
Virge N. Senhora, quanta leseira!

O meu nome é Lourdes Limeira
Eu fui muito bem criada na verdade
Seu Zé e D. Maria me ensinaram tudo que eu precisava
Vivo com simplicidade
Não desejo as coisas alheias; e nunca fora invejosa
Não sou mais do que ninguém; procuro usar e abusar de equidade.

O meu nome é Lourdes Limeira
Sei que sou do bem e da verdade
Pra mim, o racional é o real
Como dizia Hegel, 'não a irracionalidade'
Assim, vivo de bem comigo e com meu próximo
Sou o que sou; tenho dignidade.

O meu nome é Lourdes Limeira
Já vivi de um tudo nesta vida
Já me estupraram, perseguiram e escorraçaram
Tantos disparates e desdita
Hoje sou mais eu; não te ligo
Tô de boa, nessa vida; sou aguerrida.

O meu nome é Lourdes Limeira
Quem não me conhece, não sabe o que está perdendo
Sou uma Poeta de primeira grandeza
Sei que dirão que não sou modéstia; eu continuo dizendo
Se alguém não gostar, não posso fazer nada
Tô me lixando, se estou aborrecendo!

O meu nome é Lourdes Limeira
Desde do batismo, espevitada
Dando trabalho pros meus pais
Quanto interesse às coisas globalizadas
Às TVs, o povo do mundo é massificado
E  as notícias deixam de ser consagradas.

O meu nome é Lourdes Limeira
Aqui na PB, Limeira tem em todo lugar
Fazendo sempre arte
Estrepolias, poesias; fazendo o povo sonhar
De tantas e mirabolantes mungangas
Quem não conhece Zé Limeira? Sabem que ele virou Lenda Popular?

O meu nome é Lourdes Limeira
Eu não fujo à regra; também, faço de um tudo:
Fabulo, poetizo, parodio; e muito mais, como gilete
Tô na área, como todos Limeiras matuto
Não sou Lenda, ainda.Mas...
Sei que serei (sobretudo).

sábado, 4 de outubro de 2014

Histórias de cachorro



Há uma bem clássica
A de Ariano, em sua obra máxima
Em O Auto da Compadecida
A morte da cachorra é conhecida.

Virou moda cemitérios de animais
Quanta falsidade! É demais!
Inclusive, há até cremação dos bichinhos
Fazem velórios com comes e bebes; tadinhos...!

Por que isso, se o seu semelhante é tão relegado?!
Acho tudo isso uma aberração
Quanta heresia há nessa ação!

Não dá nem pra entender!
Esses e outros contra sensos
Convenhamos, é muito dissenso.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Quase virara pedra



O moreno fora embora
Ele estava noutra
Aí, não dera outra
Fui atrás dele, pois não queria ficar de fora.

Porém, como ele se escafedeu
Então fui tragada por outras águas
A Poesia revirara minhas anáguas
Peguei caneta e papel; e num é que aconteceu.

As minhas mágoas entraram por outras linhas
Muitas coisas ficaram nas entrelinhas
Até secaram as minhas lágrimas.

Nesses papéis cheios de letras
A Poesia me salvara; eu não virei pedra
E, assim, tome Poesia!  

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A Deusa grega Moria



A Loucura se faz empoderada
Via web, na internet
Por todo imenso Planeta
É, hoje, compartilhada!

As pessoas estão aprisionadas
À ela; de dentro de seus próprios lares
Parece mentira, mas vivem-na em seus celulares
Num turbilhão de devaneios, encurraladas.

À turba delirada,
Moria solapara a sua utopia
Doidivanas e de hilárias historias.

Disse-nos Erasmo de Rotterdam: “A Loucura
tem tantos atrativos para os homens
que, de todos os males, é ela o único bem!”

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

RESENHA: A MORTE COMO COMPANHEIRA



LIVRO: Cântico Voraz do precipício
AUTOR: Bruno Gaudêncio
EDITORA: Via Litterarum
Itabuna/Ba. - 2011/ 68p.:il.


“Nem pra morrer, o tempo presta”
Marco Di Aurélio

Livro com temática da Morte sempre suscita o inusitado, porque a morte sempre traz um certo estranhamento ao ser humano. Entretanto, não poderia ser assim, já que a mesma, queira ou não, faz parte do 'show' da vida e deveria ser vista, por todo indivíduo, como sendo um ato natural e não de estranhamento. Miguel Unamuno (in Do Sentimento Trágico, 1913) sustenta que a ânsia da imortalidade corresponde ao prolongamento de cada um, na não aceitação da morte como meta final de uma existência.

Cântico Voraz do Precipício, desde de seu título, mostra sua carga semântica trágica. Nietzche (2003) ao falar do nascimento da tragédia, destaca o seu caráter de transgressão de uma ordem estabelecida. Creio que é aí, no 'estranhamento' (a morte), onde se encontra o ápice narrativo desse verdadeiro quadro humano.

O Livro se apresenta em duas partes: Na 1a. em Inspirações à beira do abismo, apresenta seis contos; e na 2a. em A linguagem nas sombras da morte mais três outro contos, perfazendo um total de nove contos que tocam a alma de qualquer pessoa, pela sua força poética.

Vê-se às ps. 47/48 in Má Lembrança “(...) Quando ele morreu tinha cinco anos e eu seis de idade. Eu gostava dele, dos seus olhinhos de pitomba, seus cabelos alourados, feito os de tio Renato, e principalmente do seu sorriso maroto.”

Também, à p. 55 "(...) Não deu um minuto, abruptamente, o segurança com um forte chute abriu a porta do apartamento...Um corpo, já ressecado pelo tempo, de uma velhinha no sofá. As mãos jogadas, a cabeça à direita, assentada em uma pequenina almofada. Parecia sorrir embrulhada em um suéter de lã cor aparentemente verde. A casa estava totalmente imunda, cheirando a mofo, mas ainda mantinha requinte."

E, ainda, à p. 63 “Sentei na pedra irregular dos meus sentidos, no pedaço oblíquo dos nossos sonhos falhos. A tarde estava longe de fazer nascer o inevitável crepúsculo (…) Ao olhar fremente para você, percebi que ainda possuía no instante de pedra o sorriso de lata, as feições pinceladas de um artista clássico renascentista,...”

Então, concluo esse breve comentário ratificando o mister do enfrentamento desse dilema humano que é a morte, pois igualmente ao nascimento não há nada de estranho; muito pelo contrário, é a coisa mais natural do mundo.

Deixo, assim, a título de reflexão, a seguinte máxima de Pitágoras: “A vida é como uma sala de espetáculo; entra-se, vê-se e sai-se.”

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

RESENHA: O EU AOS OLHARES NEFASTOS




LIVRO: Essa Mecânica Nefasta – O Eu e os outros
AUTOR: Hildeberto B. Filho
EDITORA: Ideia
João Pessoa: 2014 – 129p.


O terror dá asas aos pés”
Virgilio


A obra, em foco, trata, com precisão, dos olhares nefastos dos críticos sobre o Eu, único livro do Poeta paraibano Augusto dos Anjos. E está dividida em três partes: 1a. A poesia e a história; 2a. Outros olhares e a 3a. Três crônicas. Porém, a parte que mais me interessara fora a que se refere aos outros olhares, ou seja, à segunda parte.

Observa-se, então, a partir de tal obra, que o livro Eu do Poeta Augusto dos Anjos fora relegado pela Literatura Brasileira, e, também, denegrida pela crítica especializada. Tal leitura, inclusive, dá panos pras mangas pra compreender por que a poética anjelina não obtivera a importância devida, nem se consolidara como devia.

O Eu fora desprestigiado, até, pelo Poeta Manuel Bandeira, quando numa carta a Gilberto Freira chama Augusto dos Anjos de “poeta para soldado de polícia”. Registro feito datado de 1975, em Tempo morte e outros tempos, no diário de adolescência de Gilberto Freire; mostrando, assim, o fechamento das mentes em relação ao nosso poeta maior Augusto dos Anjos. (cap. Augusto no olhar de Bandeira, à p.80)

E ainda vê-se, à p. 85, no cap. Augusto, Poeta Expressionista, “O “infortúnio crítico” acerca da poética de Augusto dos Anjos, a que se referiu Eduardo Portela, começa, aos poucos, a ser desfeito, na medida em que, em lugar do eu empírico do poeta, isto é, sua personalidade biográfica, toma-se, como objeto de investigação, a persona lírica, ou seja, o eu poético, fruto da fantasia criadora e materializado pela injunção dos recursos corpóreos da tessitura textual, naquilo que ela contém de riqueza ritmico-melódica e semântico-imagética.”

Ademais, o autor corporifica a sua temática à p. 105, cap.Augusto e Chico Viana – um percurso de melancolia “Se existe um poeta incompreendido pela crítica, este poeta é Augusto dos Anjos (1884-1914). Desde a publicação da primeira edição do seu único livro, Eu, em 1912, que a crítica e, mais tarde a historiografia literária vem mantendo uma espécie de arenga sem sentido em torno de sua poética singular. (…) Na sua grande maioria, confusos no mar de dissonâncias técnico-literárias e no universo heterodoxo do espectro temático característico de sua obra, os críticos tanto os impressionistas e positivistas de fins do século como os gramáticos e esteticistas da “belle époche”, não souberam atentar para a especificidade e autonomia estéticas da dicção lírica do poeta paraibano.”

Concluo, portanto, dizendo que o livro Essa Mecânica Nefasta O Eu e Os Outros, de Hildeberto Barbosa Filho é, no mínimo, esclarecedor do por que o Poeta Augusto dos Anjos ter sido tão relegado no âmbito literário nacional.

Fecho, desejando uma excelente leitura pra todos! 


Atenção: Livro à venda no Sebo Cultural; a uma bagatela de $20.00. Lá com o camarada Heriberto.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A Monga & Cia



Há de tudo, desde palhaços até mulher elástico
O globo da morte, com ciclistas irados
Bailarinas e trapezista especializados
A Monga e Cia empreende sua arte com arrojo plástico.

Há até homem que faz serpente dançar
Com sua flauta, dá o tom e ritmo do bailado
A peçonhenta faz, às alturas, aquele gingado
Uma graça! É espetacular!

E Show, à parte, é a Monga!
É um entretenimento certo
A todos que desejem assisiti-lo, está aberto!

Como manda o figurino
A Trupe não tem modéstia
É um espetáculo e ninguém contesta.

sábado, 13 de setembro de 2014

Feliz feito pinto em merda



Só vendo a alegria do pobre!
O bicho trabalha de sol a sol
E a muié do cara vive de shopping...! Ô, cabeça oca!
Enquanto o caba se mata, ela parece um anzol!

E o otário? Só fala: Meu amor!
E ela garimpando, nas lojas, as liquidações
Eu te amo, minha flor!
- Eu sei disso! Mô, ei, toma os canêis das prestações.

Oh, meu amor, tu sabes que moras no meu coração!
Tchau, volto já; vou ali, na venda, comprar feijão.
- Legal, mô! É bom a gente ter o que comer!

Ei, sabes hoje que dia é?
- […] Ñão. Lembro não, Zé!
Tá fazeno quinze anos que nóis se amarremo!


domingo, 7 de setembro de 2014

Cão doido por natureza



"_Quem somos? Para onde vamos? Qual a nossa origem?"
Essas são as perguntas que mais nos aflingem
Na vida do homem essa é a nota
Não tem como sermos indiferentes a elas
Tudo muito angustiante; e feio que pela!
Hoje mais que ontem somos uns idiotas!

Passam os séculos, mas nada muda!
Fome, dor, miséria, guerras etc; o ser não transmuda!
Transformam-se as coisas do mundo
Mas, a fraqueza humana é inevitável!
Nosso viver é mesmo lastimável!
Somos todos uns vis furibundos.

A tristeza é outra que nos assola à noite
Nem mesmo indo às modernas boites
Ela não dá trégua à nossa vida infeliz
O presente nos constrange
Somos Zumbis e nada nos tange
Da mesmice dos algozes pueris.

E para iludir a nossa desgraça
Envernizamos nossas carcaças
Para ao espelho nos encararmos
Mas, por trás de toda essa máscara
Somos cão doido que escapara
Do seu canil, sem os donos amordaçarmos!