terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sorria que a vida é bela


Sorria o quanto queira
Pois somente assim estará em paz
Desejo apenas que seja contumaz
De sua felicidade fagueira.

Sorria que espanta a tristeza
No rosto, creia, apenas o sinal de amor
Uma flor desabrochou
Não guarda rancor; de certeza.

Seu viver recompensou
Triunfos, vitórias...conquistou
Não há do que lastimar.

No amor viveu a divagar
Essa foi a melhor performance de sua vida
Exemplo de história vivida.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A Plenitude


Seria trágico, se não fosse cômico
Os momentos e os atos
As pessoas e os contatos
Nossas poses na diária.

Seria bom, se não fossem trágicas
As atitudes insensatas
As gafes entre os humanos
Nosso senso incomum.

Seria realmente um barato
O abraço entre os homens
Um comportamento honesto
Nossa integridade se concretizando.

Seria, por que não?
Que as pessoas não se extraviassem
Na passagem do rio, de criança pra adulto.

Seria mesmo danado de bom!
Eu não queria mais nada
E você?

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O Juazeiro


Imponente, mágico, ileso de todos os nefastos danos que a ele são feitos.
De dia ou à noite, a qualquer hora que se passe, na Praça da Matriz. Referência de beleza e elegância. Hirto. Poderoso. Destaque no porte; harmônico no modo de conviver e na estética; e mais, com um ótimo perfume.
É uma lástima ser tão desprezado por aqueles que o rodeiam, aqueles que mais tiram proveito dele. “Lástima mesmo! Eu sou natureza! Cadê o respaldo das pessoas?” _Juazeiro mordido de raiva.
Precisa ver quando tá cheio de frutas. Não existe tapeçaria igual. “Nem assim sou apreciado” _ resmunga o Juazeiro triste. Século e século ditando a beleza do lugar, mas ninguém nem tum. Mal sabem que o Juazeiro se sente ferido e magoado.
Deseja que fosse diferente, gostaria de ser acolhido por todos que por ali passam.
E, no fundo, ele tem Consciência do tratamento que lhes dão: "Nada mais é que efeito da correria do dia-a-dia. Que as pessoas, na sua grande maioria, vivem exasperadas em busca da sobrevivência. Estou aqui, vê se me ver, seus alienados” _ grita de raiva.
Nada!A indiferença é total. Passam prá lá e prá cá e não dão à mínima. São, com toda certeza, alienados mesmos. Eu que o diga, pois sou testemunha. Porque se fosse diferente, veriam o tesouro ali nas suas ventas.
“Se eu pudesse, colocaria uma placa em letras garrafais 'OLHA EU AQUI ' - Juazeiro gostaria de radicalizar.
Quer saber mais? Nem assim a história seria outra. As pessoas arrancariam a placa e não dariam nem bolas prá o Juazeiro. É do tempo essa cegueira. No nosso tempo é cada um por si e Deus por todos. Cada um se livre das intempéries, não estão nem aí prá seu próximo; como vão se importar com um reles Juazeiro? Quem sabe se ele morrer de desgosto, ou de menosprezo da população, esses não tiverem mais o perfume que tinham, venham se dar conta, isto é, sintam falta, pois os humanos são assim: só valorizam, quando perdem. Então, será tarde demais.


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Autoretrato


No desenho que faço
Traço a traço
A figura de uma mulher se espalha
Altiva. Toma-a toda a folha.

Muitos são os retoques
Aqui e ali
Surge assim um lindo perfil feminino
Insólito. Porém, muito original.

Nessa esplêndida tela, por fim
Corrijo apenas um detalhe:
O brilho dos olhos - pois já se apagara
Há muito - o fogo da paixão.

Os Porcos


Num chiqueiro central qualquer, via-se de tudo, porém nunca foi tão mal visto como agora. É que o porcão-presidente, após de emporcalhar-se todo com suas porcarias-falcatruais, aboleta-se na cadeira do senadóporco e não tem porrada que consiga fazê-lo enlamear-se em outro lugar.
Incrível, mas é a pura verdade! Esse porco velho é dos grandes e pra completar, as podruras que ele sabe dos outros porcos, fazem seus ancestrais saírem de suas tumbas fecais. Por isso mesmo, que há pouco, houve um tal de voto secreto. Também pudera! No tacho que ele come, os seus colegas se lambuzam. Sim, seus focinhos são de grife: porquinhos de gabinete. Ademais são cria da mesma mãe Dona Porca Corrupção.
Essa já virou estrela global:
_Ah! Se nós porcos não nos emporcalhamos, vem o Buschporc com seu inglês e bota pra guerrear!
Com toda certeza, é geral as negociatas entre o bando da esquerda e da direita. E no porcódromo se esquenta. A porcada toda banqueteia-se geral. Sim, porque quem não gosta de ficar assistindo de camarote o circoporcódrumo? Especialmente quando se tem em mãos uma ‘Play Boy Suína’ expondo uma porquinha, chamada de Mô Veludosa.
É deveras uma maravilha esse chiqueiro, conhecido por Tacho Porkiles de Ninguém!

O Pato


O Pato Prado é o governador da cidade e os Patetas Prados se espalham por todas as secretarias – municipais, estaduais e federais. Os Prados mandam e desmandam por todo território patolense.
Apesar de serem patos de boa linhagem, não dá pra agüentar esses famigerados por décadas e décadas no poder. E pior é que são muito inteligentes, senão não teriam governados por tanto tempo o lugar, porém a ladroagem é grande. É a família mais rica da cidade.
Esses não querem abrir mão dessas tetas milionárias. Os patolenses sem terem outra opção, votam no escuro nessa avacalhação. Então é aquela coisa: não circula sangue novo na política e assim, entra ano e sai ano e não mudam o projeto social de Patolândia. Quem vive ali não vê saída: A informalidade cresce pelas ruas e portas das casas. Os pobres cada dia marginalizados enchem as penitenciárias. Os assaltos reviram o sossego local. Mas o governador Prado quer mais. Agora ele decidiu que vai deixar a sua marca pra eternidade: Está mudando o curso dos rios. Ele disse em plena praça pública:
_ Patolândia é a cidade do futuro. Minha cidade terá a minha cara. Radicalizar é tirar o Rio 14 daqui e botar o Rio 8.
Pouca vergonha! Mas nem tudo está perdido. Ainda existe uma esperança. Os Patos Silvas, Pereiras, Cordeiros e outros tradicionais dali , gente pobre porém ricos nos costumes éticos e humanísticos fazem a diferença: burlam as perseguições nefastas desse status quo. São Patos e Patas que por toda parte, mesmo sem evidências como os Prados, dão seus recados, seja na educação, na saúde ou até nas artes cênicas da cidade.
Patolândia ainda chegará lá. Queiram os Prados ou não. A luta está perdida, mas a guerra não. A transformação é um fato que só se realizará através do voto. 2008 está aí. E a sorte dos patolenses será lançada nas urnas.
_ Eu pago pra ver a virada.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Galinha domingueira


Colombo era o galo mais requisitado da redondeza. Era também o que marcava melhor o espaço em que morava. O seu cantar era a glória do seu galinheiro. Eu, Irmenegarda, a galinha mais formosa do lugar, arrastava as duas asas por ele.
Depois de muitas piscadelas, ficamos bons amigos. Papo ia, papo vinha. Aquela amizade era mais do que uma simples amizade, dava pra se perceber. Colombo cada dia mais atencioso, jogando todo seu charme pra cima de mim.
Como era de costume, eu, como galinha de respeito, ficava só esperando o dia D, ou seja, a hora dele me pedir em namoro. Não deu outra. Numa bela noite de lua cheia e o céu estrelado, Colombo veio ao meu encontro e sussurrou ao meu ouvido que me queria pra namoro. Claro que minha resposta foi sim. Quem não aceitaria um pedido daquele.
Entre namoro, noivado e casamento não se passaram nem três meses. Nós não queríamos protelar por muito mais tempo a nossa união. Era um suplício toda noite quando nos despedíamos.
Casamos. Foi aquela festança. Após dois meses, apareci prenha. Ganhei uma fofa. Nossa filha Gertrude era a cara do pai. Tinha até as manchas vermelhas na penugem como o pai. Nosso galinheiro ficou em festa uma semana. O pai todo orgulhoso, dizia:
_ Não é que a Gertrudinha é a minha cara! Meu tesouro, obrigado por me fazer o galo mais feliz!
Nosso ninho de amor estava completo. Minha filhinha Gertrude nasceu saudável. Meu parto foi normalíssimo. Daí, a rotina aos poucos volta ao normal.
A partir de algum tempo, Colombo muda muito o seu comportamento em casa, e especialmente para comigo. Eu não podia falar nem com um frangote, que era aquela ciumeira. Quando estava atacado, dava patadas em mim; era super grosso. Chegou inclusive a quase a me decapitar. Não dava pra compreender aquela mudança tão radical.
Sua metamorfose era a olhos vistos. O seu canto matinal passara a ser um misto de dor e angústia. A vizinhança já comentava:
_ O Compadre galo Colombo não é mais nem a sombra do que foi. O seu canto, outrora, tão potente; agora parece mais um choro de marica.
Realmente Colombo havia mudado. Ele vivia enciumado. E também deu pra beber. Chegava altas horas do Bar Carijó todas as noites. Nossa vida havia se transformado da água pro vinho. Pra completar, fiquei grávida novamente.
Com a chegada do segundinho, Celestino, as coisas se complicaram muito mais. Daquela galinha que eu era, não restava mais nem as penas, pois nas brigas homéricas que tínhamos, quase me escapelava toda. Eu não sabia o que fazer. Foi quando no auge do desespero, enxotei-o de nosso cafofo. Ele que fosse embora do nosso galinheiro. A porta da rua era a serventia da casa; e ainda fora incentivado:
_ Saia da minha vida e seja muito feliz.
Separamo-nos naquela hora mesmo. Minha vida ficou que era uma tristeza só, porém não era mais possível aquele inferno.
Hoje depois de anos, a minha Gertrude já casada com Coricocó e o Celestino, meu caçula, na marinha, não sou nada. E ainda, prefiro ser jogada numa panela e temperada pelas mãos de uma patroa qualquer.

Jacaré Baré


Jacaré Baré recebeu esse nome, porque sempre teve um jeito mole de viver.
Especialmente porque adora mesmo é ficar deitado na rede, só a se balançar. Não está nem aí com quem pintou a zebra. Tendo jaraqui e farinha do uarini prá comer, não quer nada. “Bora jogar bola, Baré? _ jacaré Olé, chamando-o prá brincar. “Caralho, vai você” _ Baré pela terceira vez recusa-se a sair da rede.
A vida tava boa. Baré diz que se ficar melhor, estraga. Quer mais é morgar na sua tipóia. Dona jacaré Zezé, sua mãe, até o parabeniza: “Barezinho, ocê tá mais que certo; lá fora não tem nada melhor, só há o que não presta”.
Tudo naquela mísera casa é marasmo. Seu Jiló Jacarezão, mal abre a boca prá falar.
Vive a pitar um cachimbo fedorento que ninguém agüenta. Assim a vida tava boa demais. Porém o Projeto Dindin veio prá acabar com a paz daquela gente simples e tranqüila. Eles iriam ser removidos do ladaçal de décadas de residência. Então, a coisa fica feia. Porém quem sofre mais com a situação é Seu Jiló Jacarezão. Ele não arreda o pé. Nem quando sua mulher e seu filho vão embora. Seu Jiló Jacarezão bate o pé. Fica sozinho, pitando seu fétido cachimbo. “Só morto saio daqui. Esse igarapé é herança dos meus véios”. Fica sem fio e sem muié, mas não arreda pé. Caçamba e caçamba a mando do governador abarrotadas de barro, soterram o local. Ele ali fica esturricado. “Não saio, prefiro morrer. Morro satisfeito e meus veios sei que também estão felizes.”
Assim no lugar do antigo igarapé, surge uma nova paisagem; toda ajardinada, com muito verde para a felicidade geral e do progresso.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Acalanto



Eu faço verso como quem expurga, ora!
De dentro do peito... De dentro do peito...
Feches o meu livro, se até agora
Não tens o coração aberto pro grito.

Meus versos são viscerais. Volúpia... Paixão...!
Alegria latente... Fascinação!
Acalento em mim. Sopro. Vida
Momentos de grande guarida.

Nos olhos, ilumina o amor do coração
Ardente. Vibrante! É a glorificação...!
De um ser que sabe viver.

Nos versos, a vida se esparge
De vinho dionisíaco
Na dose certa, me submerge.

Estrela guia


Minha inspiração vem com o dia
Crio de supetão
Nem penso muito na teoria
Vai mesmo no encontrão.

A multidão de palavras soltas me embalam
Riscam de repente o papel
Como se fosse uma engrenagem
Tosca de um batel.

Menina dos olhos dos poetas
Uma estrela que me conquista
Deus me presenteia todos os dias.

Sem ela estou morta
Inerte como uma parede tíbia
Ó inspiração, faço-te a minha estrela guia!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Versos de felicidade


Meus versos?! São canção de agosto
Mês abençoado por Deus
Diferente do que dizem; aposto
Traz muita sorte prá os filhos seus.

De minha lira trago os versos que canto
Com as bênçãos dos céus
Deixo assim todo o encanto
Do coração meu.

A felicidade é momento
Que devemos aproveitar
Curta bastante teu caminhar.

Tudo que digo; faço o meu cantar
Se não aceita, peço perdão
Seja feliz, meu irmão!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

As Moscas


Mosca, mosquinha, vais embora!
Não me desesperes com tuas patinhas.
Mosca, não quero tua companhia!
Tu me irritas
Com tanto alvoroço.
Vais por minhas pernas
Sobes até o meu pescoço.
Quando menos espero
Selastes meu corpo com teu abraço.
Mosquinha, do tamanho de pivídia!
Tão pequenina...!
Conseguistes o que querias:
Vejas a minha aflição
Tamanha é tua perturbação.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

BEM-TE--VI


Ao longe, um bem-te-vi
“Te-vi...te-vi”
Eu escuto, não tenho nada a dizer
Baixo a vista a me conter.

O bichinho continua
“Bem-te-vi...bem-te-vi”
Num langor, quase de dor
Será que o que sente é amargura, ódio ou amor platô?
Se é isso mesmo sua aflição
Estamos quites no coração
Não há nada a fazer
A não ser solidarizar-se no sofrer.

Repito. Lá longe, canta o bem-te-vi
Cá estou eu especulando, olho a folha em branco
Cantando quem sabe o quê
Vivo querendo saber.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

GALEGA SARARÁ


Desde que nasceu
Quando abriu os óio
Sua mãe a viu
Lhe pôs no peito
Dos zoinho azul
Do cabelo crespo.
Desde pequeninha
Muito espevitada
Não oiásse prá ela
Que queria encrenca
Perguntava logo
Se queria endereço e foto.
Era bem lorinha
Do cabelo loulo
Atenta a tudo de bom
Mas também de ruim
Não tava nem aí
Quem lhe achasse prego.
Eta sangue quente
Sempre a resposta ali
Na bucha, e na hora
Gostasse quem gostasse
Dava no mesmo
Já nascera assim.
Seguiu desse jeitinho
Prá vida toda, não criou juízo
Quem não gostasse
Que se lascasse
Até o coitado do Papa
Que lhe engolisse.
Foi, foi, foi...
Levando a vida
E ela também levando
Casou-se com um moço destrambelhado
O caba não contou conversa
Arrancou-lhe o couro.
Fora então que o mingau desandou
Ela puxou a faca peixeira
Tirou-lhe um bife da orelha
O sangueiro espirrou no ventilador
E a coisa ficou feia
A PM foi chamada.
E a galega sarará
Não ligou prá nada
Foi dançar no baile a noite inteira
Rodopiou pelo salão
Deu tanto encontrão
Nos negros de Moçambique.
A moçada detonou aos gritos
_ Galega sarará, galega sarará...
Nesse momento
É que não houve conversa
Começa aí a zoada
E não presta a parada.
Era negro prá todo lado
Parecia mais uma boiada
Uns caiam de mau jeito
Outros, eram pisoteados
E a galega nem aí
A festa enfim fora decretada.
O estrupício sarará
Era mesmo danada
Dura na queda, a safada
Não há quem dê jeito nela
Somente a mortalha
Ousará mudá-la.

OS GATOS


São fofinhos aos meus olhos
E felinos, aos dos outros.
São amorosos no toque
À boca, muita fome.
Mordem, quando importunados
Que bichanos danados!
Meu gato me olha esgueirado
Diga-se de passagem, seduz-me esse ladrão.
Come carne mais que ração
Já é sua marca; esperto o menino!
Gatinho do meu coração
Sou tua gatinha, tição.
Tê-lo por perto
Virou minha mania.
Com um gato assim
Não existe tédio.
II
Gatos são muito mimados
Sinto-os junto a mim.
Enfiam os pés pelas mãos
São tontos, às vezes.
Em suas garras, quanta azaração.
Que belos ficam nas madornas!
Espichados nos assoalhos
Quantas bocas e olhos!
Miau... m i a u...
E o rabinho entre minhas pernas.
Brincamos de tudo
Parecem me amarem também
III
Quanta beleza escondida!
Igual não tem.
Dormem por todo canto
No sofá, na almofada, no tapete.
São tão românticos!
Eu os amo.
Sobem no telhado
Fitam a gente.
São tão carentes
Têm cara de pidão.
Às vezes, não sei por quê
Repelem-nos.
A minha orelha fica em pé
A qualquer de seus pulos.
Gatos, bichanos estranhos!
Tudo pra eles é desdém. Não se apegam.
IV
Miau, miau...miau!
Querem atenção quando o dia clareia.
Não param de miar
Às vezes, enchem.
Chiu...Chiu...Chiu...!
Vem cá, chaninho!
Logo ficam distantes
Ficam alheios a quem quer que seja.
Chiu...Chiu..Chiu...!
Bichaninho, vem cá!
À tarde, dormem até o rabo esticar
Desejam mais sossegar.
Bichano...
A noite chegou.
A lua lá fora está alta
Anuncia que o dia acabou.
V
Gatos, gatinhos, gatões
São tão bonitinhos!
Longe, bem longe de mim
É pêlo, pulga e percevejo!
Sem contar que comem ratos
Baratas, rãs e embuás.
Não pára inseto em casa
Eles dão sempre um jeito.
E que jeito de viver, hein?
São todos espertos.

O Sapo


No meio da rua deserta
Vai o sapo imponente
Quando se depara com o embuá
Pára, mira-o; segue enfrente
É um bicho inocente.

Eu também bicho-homem a passear
Já o olhei de soslaio
Malicioso como sempre.

O Sapo no seu passeio noturno
Não quer nem saber
O que está a pensar o seu predador:

“_ A rua é pública!”

Vai em seu caminho
Todo sorridente
Não sabe ele que é seu último luar
Nunca mais içará o papo
Um chute o mandará pro inferno
E naquela rua jamais ele pisará; e mais
Livrar-se-á daqueles olhos que só refletem desdém.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O Planeta agradece


O homem é um cascão
Não cuida de seu lixo não
Toneladas e toneladas
De resíduos fora, jogadas.

Além dele poluir o ambiente
Quer mais, quer que o planeta esquente
Vira bicho, se alguém reclama numa boa
Da lata de cerveja que jogou à toa.

Ó parangolé doido!Bicho d'outro planeta!
Fica com cara de peido...
Não vê um palmo além do nariz
O planeta pede socorro. Está por um triz.
Vejas se cai na real
Toma! Que o filho é sideral!
O leite está sendo derramado
Quando alguém deve ser responsabilizado.

Sei que tudo passa na vida
Tu passarás também
Sinto-me lânguida
Faça-me o favor: deixes de desdém.
Seu retardado, tu abilolou?
É contigo que falando estou.

Sejas um pouco mais consciente
Não desprezes o bonde da história, seu demente!
Abras exceção, faças tua parte
Cuides do teu habitat
Preserves a natureza
Prá teu descendente apreciar tua proeza.

O papo está bom...demais de bom...!
Mas, chegou minha hora
Eu já me vou embora
Fica então meu recado; adeus..., tá bom!

sábado, 7 de janeiro de 2012

AMOR HOLLYWOODIANO


Na praia de Cabo Branco
Você me esperava ao som do mar
Ao sol raiar.
No meio da tarde
A maré alta
Ali, sentados, moles ficávamos.
No mar verdinho
Os mistérios sem limites
Em nós, o amor a galopar.
Nas nossas vidas
Um verão inesquecível
Tu, amante sensível.
Em nossos sonhos
Um amor hollywoodiano
Com The Happy End no final.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Lula, Lulinha!



Cabeça chata
Pernambucano arretado
Ex-operário de metalúgica em São Bernardo
Um dos dedos decepado pela máquina
Filho de nordestino
E da miséria
Da fome
Bóia-fria
Pau-de-arara.

Experimentou muito miserê
Gente humilde que chegou lá
Alcançou o que se costuma dizer, o Sol
Presidente da República não é pra qualquer um.

O Brasil te aclama
Com tua auto-estima foste aclamado duplamente
O teu povo ganhou também; fora presenteado por tabela
As demais nações deveras te reconhecem.
Homem de sorte, hein?!
Conseguiu um lugar nas alturas
Presidir um país é a glória
Essa vitória é de todos
Os Paraíba...! Cabeças de côco.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Resenha: Passou no Bangüê


Passou no Bangüê
(Ensaios de Cinema)
João Batista de Brito
Edições FUNESC: 1996
João Pessoa

Para estarmos aptos a enfrentar novos públicos, devemos começar por ser capazes de enfrentar cadeiras vazias.  Peter Brook   

Ensaios de Cinema Passou no Bangüê de João Batista de Brito, é, sem dúvida, uma obra que registra momentos cinematográficos interessantes nesse Cine paraibano.
Inicia-se com um Prefácio do Presidente da FUNESC da época, o SR. Francisco de Sales Gaudêncio, de cujo discurso é sobre a carência financeira porque passava o Cine Bangüê e da impossibilidade de levar avante tal projeto cultural. Inclusive, fala do chamamento feito à sensibilidade dos cinéfilos paraibanos a propósito da problemática enfocada. (ps. 8-9)
Na Apresentação, o autor João Batista de Brito descreve alguns fatos insólitos de descasos na cinematografia àquela  época. Afirma que o próprio ‘livrinho’ tinha como meta a revitalização dessa promissora casa de espetáculo da cidade. Ainda, diz que houvera campanhas em prol do Cine Bangüe.  E mais, argumenta o seu envolvimento “venho acompanhando as atividades associadas ao Cine, projeções, debates, etc, porque o ofício, apaixonadamente assumido, de crítico cinematográfico a isso me obriga...” (p.11)
A obra, em destaque, trata um pouco da história do Cine Bangüê. E, também, como não poderia deixar de constar dos comentários de alguns filmes exibidos, como:
1)    Estrangeiros: Ed Wood, de  Tim Burton; Sombras e neblinas, de Wood Allen; Lolita, de Stanley Kubrick
2)    Nacionais: O Ébrio; O Mandarim; Memórias de Cárcere.
Filmes que dificilmente teriam acesso se não fosse o Cine Bangüê, devido o retorno inferior a outros mais comerciais.
Exemplo disso:
“...O Mandarim tem um ritmo desequilibrado e pouco funcional, mesmo quando se leva em concepção do cinema como música que o cineasta propala: vejam que o jogo de imagens de planos no filme é quase sempre “frenético”, interpolando a ação rápida e planos estáticos e demorados, mas não consegue sê-los naquelas passagens em que Mário Reis, ou outros cantores que aparecem, executam as suas canções...” (p.89)
Por aí vão os apropriados comentários.
Vale a pena conferir o ‘livrinho’! (Denominação feita pelo próprio autor da obra).