terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Ainda dizem que a culpa é de Eva


Quando eu era criança
Brincara como criança
Hoje sou adulto
Sou um herói sepulto.

Quando eu era criança
Tudo era flores
Hoje galgara outros patamares
Tudo, pra mim, é destemperança.

O homem é um niilista
A violência varre a terra
E Deus o desterra.

Há choro e ranger de dentes de parte a parte
As guerras estão por todo universo
E isso instiga os meus versos.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Resenha: 1930 - O Território Livre de Princesa


Livro: Eu e meu pai JOSÉ PEREIRA- 1930- O Território livre de Princesa
Autor: Aloysio Pereira
Editora: Ideia
João Pessoa:2013
 
"As verdades são como frutos que apenas devem ser colhidos quando bem maduros" Voltaire

O Livro "JOSÉ PEREIRA" está muito bem apresentado nessas quinhentas e vinte e cinco páginas; com valiosas explanações a respeito de tal caso: A Luta armada de Princesa - de 1930.
Contra fatos não há argumentos - e - indiscutivelmente - essa obra versa sobre a verdadeira narração desses fatos  que constituíram essa luta dos princesences. Realizada, inclusive, por alguém que estava lá, sentindo na carne os entraves por que passaram seus familiares, pois  conta, na íntegra, como realmente tudo aconteceu.

A História que Aloysio conta era nossa história de ninar, ouvida no berço,  assim:
... Epitácio Pessoa foi presidente da República, do STJ e do Congresso. O único brasileiro a presidir os chamados  Três Poderes. Quis ser candidato segunda vez à presidência, em 1930, mas cedeu para Getúlio Vargas, ex-ministro de Whashington Luís. Epitácio  indicou o sobrinho João Pessoa para ser presidente (governador) da Paraíba, e para vice-presidente de Vargas. Quando presidente do país, Epitácio criou uma vaga no STM para João Pessoa. A indicação do sobrinho para presidente da PB deu início ao fim de  uma oligarquia e a uma briga na família Pessoa, pois outros sobrinhos queriam a herança política do tio Epitácio. João Pessoa, acumulando os cargos de presidente de Estado e de Presidente do Partido Liberal secção da Paraíba, tentou afirmar a oligarquia dos Pessoas expurgando toda a chapa federal de seu partido, deixando apenas um candidato à reeleição - o primo Carlos Pessoa, a dez dias das eleições de 1930.
Um dos convencionais e dirigentes  do partido, e candidato a vice-presidente, o deputado estadual José Pereira Lima, principal suporte político de Epitácio ("o número um do epitacismo"), não aceitou a permanência de Carlos Pessoa na chapa. O deputado federal apoiado por José Pereira também fora expurgado: o juiz João Suassuna, pai do escritor Ariano Suassuna. Para sua vaga, José Pereira sugeriu Chateaubriand, que não foi aceito. José Pereira, líder político do próspero município de Princesa, no sudoeste da Paraíba, mais os Dantas e Suassunas, romperam com o presidente João Pessoa a uma semana das eleições. Pessoa não acatou o rompimento político e mandou uma força policial à cidade de Teixeira, base política dos Dantas. A polícia  prendeu os principais da família Dantas, inclusive mulheres. Sabedor do constrangimento de seus aliados, José Pereira mandou um grupo armado para a cidade de Teixeira, a fim de libertá-los. Esse efetivo era mantido por José Pereira para dar combate ao cangaço e fora reforçado para resistir à Coluna Prestes. As tropas instituídas pelos governos estaduais na luta contra o cangaço tinham o nome de Batalhões Provisórios. As forças de resistência à Coluna Prestes eram os Batalhões Patrióticos. A volante de Princesa reunia essa dupla função.
Depois da reação de José  Pereira, João Pessoa mandou sua polícia a Princesa para dar combate ao ex-aliado. Assim teve início a luta entre as forças invasoras de João Pessoa e a reação de José Pereira - a Guerra de Princesa. A tropa de Princesa cresceu com a adesão de voluntários e desertores da polícia, formando o Exército dos Libertadores. A paz só veio com o armistício feito pelo Exército Brasileiro, depois  do golpe de 3 de Outubro.
Meu tio e coronel José Pereira Lima, o ZEPEREIRA, ex-seminarista e ex-acadêmico de Direito, era industrial do algodão, da cana-de-açúcar, agropecuarista, um pioneiro da geração de eletricidade e sócio de jornais. João Pessoa foi candidato a vice na chapa de Vargas. Pessoa nunca fora político; essas candidaturas a presidente do estado e vice-presidente da república vinham do prestígio do tio Epitácio. A chapa de Getúlio perdeu a eleição. Inconformados, seus aliados tentaram, em vão, um complô contra a legalidade. Era a Aliança Liberal - que nunca teve o apoio de João Pessoa... (às orelhas, relatadas pelo sobrinho, acadêmico e historiador Otávio Sitônio Pinto, insigne da APL e IHGP).

Então, por último, caros leitores, digo-lhes que é um livro maravilhoso, com ampla argumentação, e primorosa ilustração. A meu ver, nunca é tarde pra verdade reluzir! A verdade é uma  luz que jamais se apaga. Ela sempre estará lá. E a História é essa verdade que sempre deverá ser passada a limpo, pois, do contrário, é viver na inverdade.
Boa leitura!

sábado, 21 de dezembro de 2013

Mulheres são mesmo de Vênus


Dindó...Dindó...Din...dó!
Que cabelo oxigenado!
_Ei, não precisas de dó!
Se a velhice chegara, tudo é afetado! 

Queres mais adrenalina?
Alarido na rua onde moras
_Ei, teu cão fugiu, menina!
Passas, à toda, no portão. Choras...!

Descabelar-se não vais, pois é besteira!
Arrenegas! Tens tanta tinta pra pôr
_Não, seu puto! Ela precisa mesmo é se compor!

As lágrimas descem pelas faces
Dindó...Dindó...Din...dó! Quanta vã dor!
No facebook, uma fotografia é de praxe pôr.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A Poesia em mim


Fora tão natural! Não dá nem pra crer!
Eu ouvira fados, boleros, tangos...e tudo mais
Na barriga da minha mãe; ela apaixonada pelo meu pai
Quando eu ainda era bebê.

Fora assim os nove meses
A Poesia goela adentro!
E eu ali justo no centro
De todas suas emoções...de sua Poiesis!

À época, uma gama de bons artistas
Às rádios, ouvia-se até além mar
"Ai, Mourararia,...", a Amália a cantar!

Era muita gente boa!
Carlos Gardel, o cantor argentino
Poesia pura! Era o preferido e a gente a dar tino. 

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Se essa cidade fosse minha


Se essa cidade fosse minha
Eu mandaria ladrilhá-la
Com preciosas pedrinhas
De vários tons, iria ornamentá-la.

Se essa cidade fosse minha...!
Iria urbanizá-la
Com Bosques e praças iguaizinhas
Às de las calles Madrileñas; iria copiá-las.

Ah, se essa cidade fosse minha!
No Bessa, onde vivo, plantaria ipês amarelos
Roxos, brancos e vermelhos; ... afã anelo!

Mas os donos dela a querem uma Selva de Pedra
E o concreto comendo no centro!
Ver-se a ignorância humana, de fora hacia dentro!

domingo, 15 de dezembro de 2013

Paraodiano o Oswald, o Relicário da Benvinda


O Conde D'eu disse a Dna. Benvinda:
Que farinha de suruí; pinga de Parati
Fumo de Baependi: era comê, caí e pitá
Eu acrescento: que é cagá , peidá.

Compreenderam? Não?! Então, vou explicá:
Cagá todo mundo caga; não vem picicá!
Peidá, todo mundo peida na hora de cagá!
Se não tiver doente...peida na hora de defecá!

Com as cirurgias estéticas, tudo evoluira
Existe muié que o Cu já tá na nuca
Porra! Que gente maluca!

Outras, doidivanas, botam botox
Até na beirada da 'bichinha'
É isso, virara moda,  maninha!


p.s.:
Relicário
No baile da corte
Foi o conde d’Eu quem disse
Pra Dona Benvinda
Que farinha de Suruí
Pinga de Parati
Fumo de Baependi
É comê bebê pitá e caí
Oswald de Andrade

sábado, 14 de dezembro de 2013

Meu presente, Papai Noel!


Papai Noel, desejo um presente
Não fiques com raiva não!
Quero um livro de um tema diferente
Aquele que fala do bicho-papão.

Tanto tempo de espera...!
Mas, não perdi a esperança
Hoje mais amadurecido, me sinto fera
Tanta felicidade e bonança.

Amado, Papai Noel!
Um livro faz toda diferença
Não importa a escola a qual pertença.

Poderá ser Moderna ou Pós Moderna
Só não quero games, e muito menos celulares...!
Quero um livro e não adianta te enganares!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Um Natal Capitalista (Ou Soneto de Infidelidade)


Natal é um dia cristão
Lembrado, muito mais, pelos anti-cristãos
E celebrado, no mundo inteiro, com aberração
Gula, luxúria, sexo e prostituição.

Quanta desinformação! Ou...depravação?!
O Menino Jesus veio pra nos salvar
Porém, fora transfigurado nessa maldição
Pelas mãos humanas. Desejaram 'abafar'...!

Como fizeram esse mundo cão...?!
O capitalismo superara no consumismo
Transformara a terra neste canibalismo!

Agora como voltar à tradição?!
Jesus não merece tal apelo maniqueísta!
Nem o homem virar bicho consumista.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O Galinheiro da felicidade


Logo cedo, as galinhas estão em festa
Se uma galinha faz barulho...
Imaginem duas dúzias?!Dá engulho...!
O wikipedia que não me contesta.

Elas são uns bichinhos domésticos...
Bonitinhos...! Porém, de asas cortadas...
Pois, do contrário, são envenenadas
Pintam o sete; são peritas no estilístico.

No Egito, são 'pássaros que dão à luz todos os dias'
Seu cacarejar enfastia
Caluda, ...suas f.d.p.!

Acabem com essa histeria, suas caprichosas!
Fechem o bico, perigosas!
Pois, isso faz parte da cultura inútil!
p.s.: Qualquer semelhança, não existe nada de coincidência!

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Meu Pavão Vermelho

     
 A Sosígenes Costa

Ora, Pavão Vermelho, és minha alegria!
Outrora _ minha vida era vazia! Solidão de  noite, de dia...
Tua presença fizera minha existência apetecida
Felizarda sou agora! _ No meu coração, tua amizade fora concebida!

Ó, Pavão Vermelho, há pouco estavas no quintal!
Imponente, e de ótimo astral
Sobrepujaras o amor que te ofereçi, preferindo ir embora
Ainda brilha, no horizonte, a aurora.

Cor púrpura, cor espectral!
Matizes de vários tons
...Tive uma ideia...! Nada faço sem  retocar o baton...!

Não te esqueço, Pavaozinho Vermelho! Fizeste a minha cabeça!
Justo hoje me pregaste essa peça!
Irei buscar-te onde tu estiveres; até no inferno!

sábado, 7 de dezembro de 2013

Paranóia no NE


                   
                             A Roberto Piva
Eu vi uma cidade cujo nome eu jamais esquecerei
onde anjos tombam como se fossem bonecos mamulengos
sangues nas ventas e tripas no terreiro
onde  meninas são estupradas pelos próprios pais, tios,
padrastos, etc.
Onde adolescente estuda, mas não tem discernimento
estéril mata, esfola os seres humanos de bem e
apenas é apreendido, e logo liberado
onde a pedida agora é a via da bandidagem
dinheiro fácil e se fazer bem na fita
onde a TV globo é a lei e inspiração
na sua triste vida
massificação
onde as drogas rolam soltas; a cocaína vem com os home de
avião
ao crack se entrega, assinando sua 'libertação'
a vida vira página virada, bestamente,
se não pagar o patrão
onde o estudo faz parte de sua alienação
quer um diploma, sem leituras e
intelectualização
onde as armas pesadas que possui
foram fichinhas na guerra do Vietnã
as fronteiras estaduais, todas, sem exceção,
liberadas aos forasteiros de plantão
onde o álcool parece que já faz parte da grade
curricular do ensino fundamental
onde apenas é bambam, quem se fizer pangaré
tudo muito bonito, só pra inglês vê
onde as borboletas voam acima
das cabeças
e os urubus ficam atentos aos pequenos
deslizes
onde a morte virara a coisa mais
natural do mundo
viver não valerá mais a pena
onde a cabeça é mais um objeto
obsoleto


p.s.: inspirado no poema Paranoia em
Astrakan, do Poeta Roberto Piva
Veja
http://adeiltonlima.com.br/2013/02/poesia-do-dia-roberto-piva-paranoia-em-astrakan/

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Uma Poética pra se lambuzar com melaço


Livro: Melikraton
Autora: Fidélia Cassandra
Editora: Latus
Campina Grande:2013

     "Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar." Machado de Assis

O livro Melikraton é como bem conceitua a autora "uma beberagem de múltiplos sabores". É de fácil compreensão, é como se lambuzar com o mais fino mel de abelha. E digo mais, é um texto muito original, lírico e bonito. Uma obra que  cala fundo no nosso coração, porque tem um fio condutor que nos leva aos nossos mais belos sentimentos, como: amor, paixão, amizade e outros.

Observa-se, na obra, (p. 30) no poema Pecado toda sua sensibilidade: "A casa cheira a leite, batata, maracujá/e especiarias _/A casa é minha São Saruê, minha Yoknapatawpha,/minha Pasárgada, minha Shangri-lá, meu Será-Fim,/São edificados nichos, colmeias, teias de aranha...// Também (p. 51) no Poema de Lembrar, todo deslumbramento num simples guardador de comidas: "No petisqueiro,/Belinha guardava douradas bananas,/rapadura dura e batida./Mel de uruçu, de engenho/ e farinha.//Do corredor minúsculo, sentia-se/o aroma/do móvel/mais cobiçado da casa.//

Ver-se, também, que não lhe faltara inventividade; a exemplo (p. 63), o poema que dá título ao livro: Melikraton: "A língua de quem amamos/ é suprema,/ mesmo que não seja Latim// A língua de quem amamos/ é sagrada,/ mais que dos anjos.../ É linguagem, metáfora, metalinguagem/ a língua que amamos.//

Ainda, as suas metáforas nos toca o âmago; (uma viagem à beira de um rio) deixa  nossa sensibilidade aflorada para com o que é singelo da vida; são pérolas jogadas no coração de qualquer leitor, como (p. 66) no poema O Barquinho Amarelo, "O Barquinho amarelo/ navega no rio azul/ Azul o céu/ Azul a terra./ Azul a pele da pantera/ de olhos amarelos/ na noite azul.// O barquinho amarelo/ e sua vela branca/ cortam o vento,/ cortam a vida./ Branca a vela, /Branca a barba do pescador/ que veleja o barquinho amarelo.//

Sobretudo,  os incríveis versos metalingüísticos  atenta pra o significado real da poesia; tipo (p.92) em Mapeamento, "Amor,/Poesia é Poesia!/Seja aqui ou na Manchúria,/No Afeganistão ou na Polinésia,/No Será-Fim ou na Conchinchina!// Amor,/ o amor pode falhar./ A poesia/ nunca falha.//

Ler a poetisa Fidélia Cassandra me fez viajar  no tempo e no espaço. Quando aluna do Curso de Letras, da UFPB, nos idos de 1980,meus mestres de Literatura Brasileira me apresentaram  o movimento modernista. Toda aquela gama de informações sobre as vanguardas; suas rupturas com os padrões clássicos. A nova linguagem, com liberdade de estilo, tornando-a coloquial. Além disso, toda aquela reca de bons escritores, tais como:  Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Oswalde de Andrade, Graça Aranha e tantos outros.

Percebera, portanto, a fonte na qual a poetisa fora beber o néctar inspirador. Pois, seus versos trazem toda beleza e encanto, produzidos com o que há de mais vivo no ser, a força de sua respiração. Por isso mesmo, não se importando com métricas, rimas, ritmos etc.; seus versos são ditados, simplesmente,  pelo coração.

Enfim, nada mais tenho a dizer. Apenas que li Melikraton e amei a doçura de sua poesia.  .

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Nelson Mandela (Ou Soneto XVI)


Que ser humano fora esse
Considerado o maior líder da África
Símbolo do Apartheid com grande interesse
No seu povo; e ainda assim, sofrera tais futricas?!

Ganhara o Prêmio Nobel da Paz.
Existe até Dia Internacional Nelson Mandela
Político de mão cheia, galardoado e muito mais
Brilhara, na vida, igual estrela.

Por não ser egocêntrico
Muitas vezes criticado
Esse Madiba jamais será superado!

Às causas humanas se dedicara
Fora um chefe muito respeitado
E, na luta dos Direitos Humanos, excelente advogado!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Jack Kerouac (OU Soneto XV)


Jack Kerouac, grande poeta norte-americano!
Kerouac...! Kerouac...! Tudo teu nos toca 
Disseste: _ Coma seus ovos e cala a boca
Escrevera "On the road"; quanto tutano!

Poeta Beat, alento decisório 
Ditara a Bíblia da Liberdade
E encontrara em Ginsberg fraternidade
Com esse colega construíra laboratório.

Kerouac...! Kerouac...!
Fizeste da vida, canção
Paz e Amor foram tua lição.

Fizeste do pé na estrada
Experiência que a todos encantara
A Geração Beatnik, ao mundo, inspirara.   

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Gozo trem baum (Ou Soneto II)

Fome! Ânsia que a todos aflige
Pois, em todos estômagos remexe
Nada tão ruim que nos avexe
Porém, paciência nos exige.

Amor! Há sempre alguma loucura no amor!
Razão não lhe faltam pra isso
Basta o ciúme acontecer; pra acabar o feitiço
E deixar a cabeça do parceiro naquele torpor.

Ambos, ao homem lhes caem bem
É gozo; e é um trem...!
Porém, muitas vezes, são muitos os atropelos.

Animam, e deixam feliz, o ser humano
No seu viver tão desumano.
Representam o ardor das vísceras.