terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Ainda dizem que a culpa é de Eva


Quando eu era criança
Brincara como criança
Hoje sou adulto
Sou um herói sepulto.

Quando eu era criança
Tudo era flores
Hoje galgara outros patamares
Tudo, pra mim, é destemperança.

O homem é um niilista
A violência varre a terra
E Deus o desterra.

Há choro e ranger de dentes de parte a parte
As guerras estão por todo universo
E isso instiga os meus versos.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Resenha: 1930 - O Território Livre de Princesa


Livro: Eu e meu pai JOSÉ PEREIRA- 1930- O Território livre de Princesa
Autor: Aloysio Pereira
Editora: Ideia
João Pessoa:2013
 
"As verdades são como frutos que apenas devem ser colhidos quando bem maduros" Voltaire

O Livro "JOSÉ PEREIRA" está muito bem apresentado nessas quinhentas e vinte e cinco páginas; com valiosas explanações a respeito de tal caso: A Luta armada de Princesa - de 1930.
Contra fatos não há argumentos - e - indiscutivelmente - essa obra versa sobre a verdadeira narração desses fatos  que constituíram essa luta dos princesences. Realizada, inclusive, por alguém que estava lá, sentindo na carne os entraves por que passaram seus familiares, pois  conta, na íntegra, como realmente tudo aconteceu.

A História que Aloysio conta era nossa história de ninar, ouvida no berço,  assim:
... Epitácio Pessoa foi presidente da República, do STJ e do Congresso. O único brasileiro a presidir os chamados  Três Poderes. Quis ser candidato segunda vez à presidência, em 1930, mas cedeu para Getúlio Vargas, ex-ministro de Whashington Luís. Epitácio  indicou o sobrinho João Pessoa para ser presidente (governador) da Paraíba, e para vice-presidente de Vargas. Quando presidente do país, Epitácio criou uma vaga no STM para João Pessoa. A indicação do sobrinho para presidente da PB deu início ao fim de  uma oligarquia e a uma briga na família Pessoa, pois outros sobrinhos queriam a herança política do tio Epitácio. João Pessoa, acumulando os cargos de presidente de Estado e de Presidente do Partido Liberal secção da Paraíba, tentou afirmar a oligarquia dos Pessoas expurgando toda a chapa federal de seu partido, deixando apenas um candidato à reeleição - o primo Carlos Pessoa, a dez dias das eleições de 1930.
Um dos convencionais e dirigentes  do partido, e candidato a vice-presidente, o deputado estadual José Pereira Lima, principal suporte político de Epitácio ("o número um do epitacismo"), não aceitou a permanência de Carlos Pessoa na chapa. O deputado federal apoiado por José Pereira também fora expurgado: o juiz João Suassuna, pai do escritor Ariano Suassuna. Para sua vaga, José Pereira sugeriu Chateaubriand, que não foi aceito. José Pereira, líder político do próspero município de Princesa, no sudoeste da Paraíba, mais os Dantas e Suassunas, romperam com o presidente João Pessoa a uma semana das eleições. Pessoa não acatou o rompimento político e mandou uma força policial à cidade de Teixeira, base política dos Dantas. A polícia  prendeu os principais da família Dantas, inclusive mulheres. Sabedor do constrangimento de seus aliados, José Pereira mandou um grupo armado para a cidade de Teixeira, a fim de libertá-los. Esse efetivo era mantido por José Pereira para dar combate ao cangaço e fora reforçado para resistir à Coluna Prestes. As tropas instituídas pelos governos estaduais na luta contra o cangaço tinham o nome de Batalhões Provisórios. As forças de resistência à Coluna Prestes eram os Batalhões Patrióticos. A volante de Princesa reunia essa dupla função.
Depois da reação de José  Pereira, João Pessoa mandou sua polícia a Princesa para dar combate ao ex-aliado. Assim teve início a luta entre as forças invasoras de João Pessoa e a reação de José Pereira - a Guerra de Princesa. A tropa de Princesa cresceu com a adesão de voluntários e desertores da polícia, formando o Exército dos Libertadores. A paz só veio com o armistício feito pelo Exército Brasileiro, depois  do golpe de 3 de Outubro.
Meu tio e coronel José Pereira Lima, o ZEPEREIRA, ex-seminarista e ex-acadêmico de Direito, era industrial do algodão, da cana-de-açúcar, agropecuarista, um pioneiro da geração de eletricidade e sócio de jornais. João Pessoa foi candidato a vice na chapa de Vargas. Pessoa nunca fora político; essas candidaturas a presidente do estado e vice-presidente da república vinham do prestígio do tio Epitácio. A chapa de Getúlio perdeu a eleição. Inconformados, seus aliados tentaram, em vão, um complô contra a legalidade. Era a Aliança Liberal - que nunca teve o apoio de João Pessoa... (às orelhas, relatadas pelo sobrinho, acadêmico e historiador Otávio Sitônio Pinto, insigne da APL e IHGP).

Então, por último, caros leitores, digo-lhes que é um livro maravilhoso, com ampla argumentação, e primorosa ilustração. A meu ver, nunca é tarde pra verdade reluzir! A verdade é uma  luz que jamais se apaga. Ela sempre estará lá. E a História é essa verdade que sempre deverá ser passada a limpo, pois, do contrário, é viver na inverdade.
Boa leitura!

sábado, 21 de dezembro de 2013

Mulheres são mesmo de Vênus


Dindó...Dindó...Din...dó!
Que cabelo oxigenado!
_Ei, não precisas de dó!
Se a velhice chegara, tudo é afetado! 

Queres mais adrenalina?
Alarido na rua onde moras
_Ei, teu cão fugiu, menina!
Passas, à toda, no portão. Choras...!

Descabelar-se não vais, pois é besteira!
Arrenegas! Tens tanta tinta pra pôr
_Não, seu puto! Ela precisa mesmo é se compor!

As lágrimas descem pelas faces
Dindó...Dindó...Din...dó! Quanta vã dor!
No facebook, uma fotografia é de praxe pôr.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A Poesia em mim


Fora tão natural! Não dá nem pra crer!
Eu ouvira fados, boleros, tangos...e tudo mais
Na barriga da minha mãe; ela apaixonada pelo meu pai
Quando eu ainda era bebê.

Fora assim os nove meses
A Poesia goela adentro!
E eu ali justo no centro
De todas suas emoções...de sua Poiesis!

À época, uma gama de bons artistas
Às rádios, ouvia-se até além mar
"Ai, Mourararia,...", a Amália a cantar!

Era muita gente boa!
Carlos Gardel, o cantor argentino
Poesia pura! Era o preferido e a gente a dar tino. 

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Se essa cidade fosse minha


Se essa cidade fosse minha
Eu mandaria ladrilhá-la
Com preciosas pedrinhas
De vários tons, iria ornamentá-la.

Se essa cidade fosse minha...!
Iria urbanizá-la
Com Bosques e praças iguaizinhas
Às de las calles Madrileñas; iria copiá-las.

Ah, se essa cidade fosse minha!
No Bessa, onde vivo, plantaria ipês amarelos
Roxos, brancos e vermelhos; ... afã anelo!

Mas os donos dela a querem uma Selva de Pedra
E o concreto comendo no centro!
Ver-se a ignorância humana, de fora hacia dentro!

domingo, 15 de dezembro de 2013

Paraodiano o Oswald, o Relicário da Benvinda


O Conde D'eu disse a Dna. Benvinda:
Que farinha de suruí; pinga de Parati
Fumo de Baependi: era comê, caí e pitá
Eu acrescento: que é cagá , peidá.

Compreenderam? Não?! Então, vou explicá:
Cagá todo mundo caga; não vem picicá!
Peidá, todo mundo peida na hora de cagá!
Se não tiver doente...peida na hora de defecá!

Com as cirurgias estéticas, tudo evoluira
Existe muié que o Cu já tá na nuca
Porra! Que gente maluca!

Outras, doidivanas, botam botox
Até na beirada da 'bichinha'
É isso, virara moda,  maninha!


p.s.:
Relicário
No baile da corte
Foi o conde d’Eu quem disse
Pra Dona Benvinda
Que farinha de Suruí
Pinga de Parati
Fumo de Baependi
É comê bebê pitá e caí
Oswald de Andrade

sábado, 14 de dezembro de 2013

Meu presente, Papai Noel!


Papai Noel, desejo um presente
Não fiques com raiva não!
Quero um livro de um tema diferente
Aquele que fala do bicho-papão.

Tanto tempo de espera...!
Mas, não perdi a esperança
Hoje mais amadurecido, me sinto fera
Tanta felicidade e bonança.

Amado, Papai Noel!
Um livro faz toda diferença
Não importa a escola a qual pertença.

Poderá ser Moderna ou Pós Moderna
Só não quero games, e muito menos celulares...!
Quero um livro e não adianta te enganares!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Um Natal Capitalista (Ou Soneto de Infidelidade)


Natal é um dia cristão
Lembrado, muito mais, pelos anti-cristãos
E celebrado, no mundo inteiro, com aberração
Gula, luxúria, sexo e prostituição.

Quanta desinformação! Ou...depravação?!
O Menino Jesus veio pra nos salvar
Porém, fora transfigurado nessa maldição
Pelas mãos humanas. Desejaram 'abafar'...!

Como fizeram esse mundo cão...?!
O capitalismo superara no consumismo
Transformara a terra neste canibalismo!

Agora como voltar à tradição?!
Jesus não merece tal apelo maniqueísta!
Nem o homem virar bicho consumista.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O Galinheiro da felicidade


Logo cedo, as galinhas estão em festa
Se uma galinha faz barulho...
Imaginem duas dúzias?!Dá engulho...!
O wikipedia que não me contesta.

Elas são uns bichinhos domésticos...
Bonitinhos...! Porém, de asas cortadas...
Pois, do contrário, são envenenadas
Pintam o sete; são peritas no estilístico.

No Egito, são 'pássaros que dão à luz todos os dias'
Seu cacarejar enfastia
Caluda, ...suas f.d.p.!

Acabem com essa histeria, suas caprichosas!
Fechem o bico, perigosas!
Pois, isso faz parte da cultura inútil!
p.s.: Qualquer semelhança, não existe nada de coincidência!

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Meu Pavão Vermelho

     
 A Sosígenes Costa

Ora, Pavão Vermelho, és minha alegria!
Outrora _ minha vida era vazia! Solidão de  noite, de dia...
Tua presença fizera minha existência apetecida
Felizarda sou agora! _ No meu coração, tua amizade fora concebida!

Ó, Pavão Vermelho, há pouco estavas no quintal!
Imponente, e de ótimo astral
Sobrepujaras o amor que te ofereçi, preferindo ir embora
Ainda brilha, no horizonte, a aurora.

Cor púrpura, cor espectral!
Matizes de vários tons
...Tive uma ideia...! Nada faço sem  retocar o baton...!

Não te esqueço, Pavaozinho Vermelho! Fizeste a minha cabeça!
Justo hoje me pregaste essa peça!
Irei buscar-te onde tu estiveres; até no inferno!

sábado, 7 de dezembro de 2013

Paranóia no NE


                   
                             A Roberto Piva
Eu vi uma cidade cujo nome eu jamais esquecerei
onde anjos tombam como se fossem bonecos mamulengos
sangues nas ventas e tripas no terreiro
onde  meninas são estupradas pelos próprios pais, tios,
padrastos, etc.
Onde adolescente estuda, mas não tem discernimento
estéril mata, esfola os seres humanos de bem e
apenas é apreendido, e logo liberado
onde a pedida agora é a via da bandidagem
dinheiro fácil e se fazer bem na fita
onde a TV globo é a lei e inspiração
na sua triste vida
massificação
onde as drogas rolam soltas; a cocaína vem com os home de
avião
ao crack se entrega, assinando sua 'libertação'
a vida vira página virada, bestamente,
se não pagar o patrão
onde o estudo faz parte de sua alienação
quer um diploma, sem leituras e
intelectualização
onde as armas pesadas que possui
foram fichinhas na guerra do Vietnã
as fronteiras estaduais, todas, sem exceção,
liberadas aos forasteiros de plantão
onde o álcool parece que já faz parte da grade
curricular do ensino fundamental
onde apenas é bambam, quem se fizer pangaré
tudo muito bonito, só pra inglês vê
onde as borboletas voam acima
das cabeças
e os urubus ficam atentos aos pequenos
deslizes
onde a morte virara a coisa mais
natural do mundo
viver não valerá mais a pena
onde a cabeça é mais um objeto
obsoleto


p.s.: inspirado no poema Paranoia em
Astrakan, do Poeta Roberto Piva
Veja
http://adeiltonlima.com.br/2013/02/poesia-do-dia-roberto-piva-paranoia-em-astrakan/

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Uma Poética pra se lambuzar com melaço


Livro: Melikraton
Autora: Fidélia Cassandra
Editora: Latus
Campina Grande:2013

     "Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar." Machado de Assis

O livro Melikraton é como bem conceitua a autora "uma beberagem de múltiplos sabores". É de fácil compreensão, é como se lambuzar com o mais fino mel de abelha. E digo mais, é um texto muito original, lírico e bonito. Uma obra que  cala fundo no nosso coração, porque tem um fio condutor que nos leva aos nossos mais belos sentimentos, como: amor, paixão, amizade e outros.

Observa-se, na obra, (p. 30) no poema Pecado toda sua sensibilidade: "A casa cheira a leite, batata, maracujá/e especiarias _/A casa é minha São Saruê, minha Yoknapatawpha,/minha Pasárgada, minha Shangri-lá, meu Será-Fim,/São edificados nichos, colmeias, teias de aranha...// Também (p. 51) no Poema de Lembrar, todo deslumbramento num simples guardador de comidas: "No petisqueiro,/Belinha guardava douradas bananas,/rapadura dura e batida./Mel de uruçu, de engenho/ e farinha.//Do corredor minúsculo, sentia-se/o aroma/do móvel/mais cobiçado da casa.//

Ver-se, também, que não lhe faltara inventividade; a exemplo (p. 63), o poema que dá título ao livro: Melikraton: "A língua de quem amamos/ é suprema,/ mesmo que não seja Latim// A língua de quem amamos/ é sagrada,/ mais que dos anjos.../ É linguagem, metáfora, metalinguagem/ a língua que amamos.//

Ainda, as suas metáforas nos toca o âmago; (uma viagem à beira de um rio) deixa  nossa sensibilidade aflorada para com o que é singelo da vida; são pérolas jogadas no coração de qualquer leitor, como (p. 66) no poema O Barquinho Amarelo, "O Barquinho amarelo/ navega no rio azul/ Azul o céu/ Azul a terra./ Azul a pele da pantera/ de olhos amarelos/ na noite azul.// O barquinho amarelo/ e sua vela branca/ cortam o vento,/ cortam a vida./ Branca a vela, /Branca a barba do pescador/ que veleja o barquinho amarelo.//

Sobretudo,  os incríveis versos metalingüísticos  atenta pra o significado real da poesia; tipo (p.92) em Mapeamento, "Amor,/Poesia é Poesia!/Seja aqui ou na Manchúria,/No Afeganistão ou na Polinésia,/No Será-Fim ou na Conchinchina!// Amor,/ o amor pode falhar./ A poesia/ nunca falha.//

Ler a poetisa Fidélia Cassandra me fez viajar  no tempo e no espaço. Quando aluna do Curso de Letras, da UFPB, nos idos de 1980,meus mestres de Literatura Brasileira me apresentaram  o movimento modernista. Toda aquela gama de informações sobre as vanguardas; suas rupturas com os padrões clássicos. A nova linguagem, com liberdade de estilo, tornando-a coloquial. Além disso, toda aquela reca de bons escritores, tais como:  Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Oswalde de Andrade, Graça Aranha e tantos outros.

Percebera, portanto, a fonte na qual a poetisa fora beber o néctar inspirador. Pois, seus versos trazem toda beleza e encanto, produzidos com o que há de mais vivo no ser, a força de sua respiração. Por isso mesmo, não se importando com métricas, rimas, ritmos etc.; seus versos são ditados, simplesmente,  pelo coração.

Enfim, nada mais tenho a dizer. Apenas que li Melikraton e amei a doçura de sua poesia.  .

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Nelson Mandela (Ou Soneto XVI)


Que ser humano fora esse
Considerado o maior líder da África
Símbolo do Apartheid com grande interesse
No seu povo; e ainda assim, sofrera tais futricas?!

Ganhara o Prêmio Nobel da Paz.
Existe até Dia Internacional Nelson Mandela
Político de mão cheia, galardoado e muito mais
Brilhara, na vida, igual estrela.

Por não ser egocêntrico
Muitas vezes criticado
Esse Madiba jamais será superado!

Às causas humanas se dedicara
Fora um chefe muito respeitado
E, na luta dos Direitos Humanos, excelente advogado!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Jack Kerouac (OU Soneto XV)


Jack Kerouac, grande poeta norte-americano!
Kerouac...! Kerouac...! Tudo teu nos toca 
Disseste: _ Coma seus ovos e cala a boca
Escrevera "On the road"; quanto tutano!

Poeta Beat, alento decisório 
Ditara a Bíblia da Liberdade
E encontrara em Ginsberg fraternidade
Com esse colega construíra laboratório.

Kerouac...! Kerouac...!
Fizeste da vida, canção
Paz e Amor foram tua lição.

Fizeste do pé na estrada
Experiência que a todos encantara
A Geração Beatnik, ao mundo, inspirara.   

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Gozo trem baum (Ou Soneto II)

Fome! Ânsia que a todos aflige
Pois, em todos estômagos remexe
Nada tão ruim que nos avexe
Porém, paciência nos exige.

Amor! Há sempre alguma loucura no amor!
Razão não lhe faltam pra isso
Basta o ciúme acontecer; pra acabar o feitiço
E deixar a cabeça do parceiro naquele torpor.

Ambos, ao homem lhes caem bem
É gozo; e é um trem...!
Porém, muitas vezes, são muitos os atropelos.

Animam, e deixam feliz, o ser humano
No seu viver tão desumano.
Representam o ardor das vísceras.

sábado, 30 de novembro de 2013

Cultura de morte (Ou Soneto I)


Só males são reais! Só dor existe
Em cima dessa terra; o pânico persiste
Mortes matadas, violência que campeia
Entre as pessoas de bem, a vida é peleia.

Dor e ranger de dentes em nossos dias
Jovens, na flor da idade, são mortos; que sangria!
Os traficantes matam-lhes sem piedade
Balaços com uma Quarenta...uma barbaridade!

Fora decretada a cultura da morte!
Já não se tem mais como reverter esse imbróglio
O tempo está fora de propósitos.

Famílias destroçadas nas raízes
Muitas vezes, ceifadas sem saberem por quê
Em brigas de foices, ou sei lá mais em quê! 

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Ente muito solitário (Ou Soneto III)


_ Vá, encontre um lugar pra si no mundo!
Não tenho mais o menor interesse no que diz.
Seja o poeta épico ou lírico, assim, lhe condiz
As palavras lhes obedecem; pisam fundo.

A sua obra já não lhe pertence; extrapolara
Imaginário levado pelas asas do Condor
Que se desabrocha num eventual leitor
O Poeta, ainda mais solitário, ficara.

_ Caístes, em minhas mãos, a tempo
De aliviar  esta minha solidão
Já que não tenho sequer um cão.

Coisa de humano! Viver é exortar
O caminhar da individualidade
Desde que aporta à maternidade.

Coisas do coração humano (Ou Soneto VIII)


Não sei o que é mais perigoso
Se a arma de fogo que mata
Ou a motosserra que desmata
Somente sei que ambos são danosos.

A arma de fogo tira vidas humanas
A motosserra depreda o meio ambiente
Os dois são orgânicos e constituintes
De projetos macabros e desumanos.

_   Po, po, po! _
Hoje, bestamente, as pessoas viram pó.
Que ação sinistra!

_ Rom, rom, rom! _
 Abaixo todas árvores do planeta!
Quero que tudo exploda, seus patetas...!

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Absinto


À mesa, encontro-me
Quanta sofreguidão sinto
no meu peito! E quanta fome!
Por que essa tristeza? E,... o absinto.
Talvez nada mude em mim,
Porém, que farei da vida se me ressinto?!

Tanto entreguei-me...!
Estou aqui sentada...é hora de comer
Nem assim fico em paz. Não há o que fazer...
Apenas essa ânsia de morrer...  
Não passa. É danado...!
Estou na corda bamba...sinto todo meu corpo estremecer.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A árvore da porta de casa (Ou Soneto IV)


Esta árvore, meu bem, não tem alma
Mas, esta árvore diz tudo do que sou
É preciso falar-te como estou
Depois disso, muita calma!

_ Quanto destempero, querida,o teu!
Vir, assim, a mim e me atacar
Essa tua ira ainda vai te deteriorar
Esqueces que esse teu coração também é meu?!

_ Disse ainda _ A ira não é bom pra ninguém.
Porém, digo-te que cada cabeça, a sua sentença!
Pensas nisso, querida! Não te enraiveças!

_ Será, benzinho, que não tens piedade?!
Esta árvore faz parte da minha vida,   {fora plantada, aguada
E, se tu não sabes..., cultivada por anos e muito  {amada.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Atroz desilusão (Ou Soneto IX)


Hoje, ontem, amanhã e em qualquer era
A hibridez nos dilacera
Quando envelhecemos, a vida nos atropela
Literalmente, nossa cabeça só martela.

Um turbilhão de ideias vociferam
Em nosso cérebro, os neurônios se destrambelham
Tentando dizer coisa com coisa
Como num caldeirão de comida insossa.
 
A velhice é mesmo caótica
Uma fase de muito mau gosto
Quem a inventou estava com desgosto.

Momento de tantas agruras
Tantas rugas, dores, mágoas e...até falta de candura
Resta-nos somente a desilusão.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Minha Canção derradeira (Ou Soneto XIII)


Quando pararem todos relógios
De minha vida, e eu fechar os olhos
Desejo um sambão, tipo Diogo Nogueira
Como canção derradeira.

Não quero choro, nem tristeza
Não preciso, nessa hora, de vileza
Toda minha existência fora uma bela festa
E está aí, minha história só atesta.

Viver fora o mais lindo canto
Que enebriou-me com tanto encanto
Como com a 5a. Sinfonia Beethoveana.


Não precisarei de engodos, nem futilidades
Estarei em paz, pronta pra eternidade
Voltando ao pó, estarei feliz.

domingo, 24 de novembro de 2013

Balzaquiando a poiesis Aristotélica


Poesia veio do grego poiesis
De poiein, que signifca criar
Quanta vida no imaginar!
Afã versado pela Poeta Lourdes!

Teorizado aos modos, ipso facto
Aristóteles amarrara à mimesis 
Nos seus versos, na verdade, aptos
No contexto, in diegesis.

Desejara mais que o mote de Balzac
Versejar, o real, fez de sua lira um apelo
Esperança mínima - neste anelo.

Na cítara, todo encanto
Da sua lírica, que  sempre flui
Um canto que a todos aflui.

sábado, 23 de novembro de 2013

Parasitas sociais


Esse tipo tem aos montes no País. Aqui na Paraíba nem se fala. Tem a dar com pau. Olha, quando você vê um cara vivendo na casa dos pais até os seus quarenta anos; pode apostar, esse indivíduo aí é parasita. Ama viver às custas dos pais. É um verdadeiro estorvo. Verdadeiro cara-de-pau! Não tem a menor vergonha de sugar às pessoas. Ele se acha muito 'esperto'. Os golpes desse dissimulado vão além da nossa imaginação. Vão desde sacar dinheiro no cartão da mãe até assinar cheques do pai no pagamento de suas idas a motéis com a namorada. Durma com um barulho desse! Pois é isso mesmo! O cara é um pilantra!

A família do parasita não o suporta. Também pudera com um sanguessuga na cola, não dá pra ser feliz. É viver um inferno em plena terra. Deve ser uma das piores  situações pra quem precisa suportar uma rinha de galo como essa. E ainda,  manter a calma pra contemporizar. Sabe como é pai e mãe, alisam sempre a cabeça desses marmanjos.

Tal parasita é osso duro de roer! Está sempre pedindo dinheiro emprestado e não te paga nunca. É daqueles que quase sempre bebem e fumam às custas dos amigos.  É vagabundo por natureza. Tem sempre uma carteirinha pra tudo que é evento. Está sempre parasitando. Encosta-se sempre nas pessoas de grana, pra se dar bem. É o super bond dos 'idiotas', pois, quase sempre, há uma certa conveniência.

Certa vez, um desses malas aí, vizinho meu, veio dar uma de malandro comigo; tadinho dele! Se deu mal! Fui logo dizendo a boa pra ele. Que eu não tinha filho barbado igual ele não. Mandei logo ele catar coquinho. Outra vez, um gaiato veio querendo morar comigo. Ai, ai, ai! Tive a maior peninha dele! Por pouco não lhe dei umas boas vassouradas. Não cheguei a tanto, mas lembro que o chamei de paspalho.

Agora, é muito feio pra mulheres parasitas que se encostam nos homens apenas com intuito de sobrevivência. Muitas delas, encaram homens casados e velhos, somente pra usufruir da situação. Foi o caso de uma mulher que fora doméstica na casa dos meus pais. Ela tanto fez que meu pai, velho já nos seus mais de oitenta anos, entrou na dela.  O intuito era tirar tudo dele; especialmente, a sua dignidade. Tem muitas mulheres parasitas à procura de se dar bem na vida; topam até viver com homens caindo os pedaços.

Sei, os meus leitores ficaram bastante frustrados, pois desejavam que eu falasse, talvez dos parasitas do planalto central, peço-lhes desculpas por não tratar dessa torpe vilania, mas da fraqueza humana daqueles que estão próximos de nosso convívio. Sei, entretanto, que ficarei lhes devendo, num outro tempo, discorrer tal assunto.

Assim sendo, termino, conjeturando que tanto pra homem quanto pra mulher fazer parte dessa escória parasitária é, no mínimo, degradante. 

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Resenha: Fã das consagradas novelas radiofônicas


Livro: O Autor da novela
Autor: Tarcísio Pereira
Editora: Ideia
João Pessoa/2013


"Toda novela é um testemunho codificado; constitui uma representação do mundo, mas de um mundo ao qual o novelista acrescentou alguma coisa: seu ressentimento, sua nostalgia, sua crítica." (Mario Vargas Llosa)

A leitura da obra O Autor da novela fora como entrar  no túnel da vida e reviver o tempo radiofônico daquela época gloriosa das radionovelas, entrando em nossas casas; paralisando-nos em todas nossas tarefas diárias pra assistir àquele mundo de imagens através de sons vindo pelo rádio. Não havia quem não se fixasse naquelas histórias, cheias de suspense. Cada capítulo, era uma comoção nova, um universo pictórico de dramas misteriosos a fluir na nossa imaginação. A obra narra a vida de Francisco de Assis Sousa Pereira. um jovem rapaz talentoso em criar novelas pra serem divulgadas na rádio local, Rádio Difusora de Santantônio, (Cidadizinha do interior paraibano).

O livro 'O Autor da novela', de Tarcísio Pereira, retrata , toda carga conflitiva do momento  da chegada da televisão ao país, quando o rádio perde a sua audiência.  A trama evolue a cada capítulo da única novela existente 'A Maria de todos', inspirada na Ovídia, prostituta que o Francisco de Assis conhecera. É uma narrativa que prende o leitor, sobretudo, pelo estilo novelístico, com toda uma forma peculiar; com capítulos compactos, diálogos bem montados e chamadas episódicas, tipo pra prender a atenção do ouvinte, interessado nas próximas ações, isto é, na continuidade do enredo. A obra mexe com o imaginário daquele que fora assíduo às novelas antigas, tais como: A Escrava Izaura, O Direito de Nascer etc. Além disso, é de um lirismo e até poético, a exemplo: p. 91 Era o folheto que estava em seu bolso naquele dia, comprado  na tarde do último sábado na feira de Pombal. Abriu a primeira página e, com a impostação e o lamento dos versejadores, fez a leitura dos primeiros versos em cometer um tropeço: "Venha, ó musa, mensageira/ do Reino de Eloim./ Me tragaa pena de Apolo/ e escreva aqui/ por mim,/O Assassino da Honra/  ou A Louca do Jardim..."

Com o advento da TV, a cidade ficara em polvorosa e  Francisco de Assis Sousa Pereira perdera seus espectadores e arretara-se com o descaso de sua novela Maria de todos. Sim. Não poderia ser diferente, o povo amara ficar ali na frente, cara a cara com os atores televisivos; querer outra atitude daquela gente, era utopia. Assistir, na telona, à novela As Bruxas, na pracinha principal, fora pra eles o maior barato. Uma verdadeira festa. Eles não trocariam aquele evento por nada no mundo.

Assim,  ao fim e ao cabo, o protagonista se escafede da cidade. Como todo artista nordestino segue pra o sul maravilha, em busca de se tornar conhecido e se realizar profissionalmente, já que não vira futuro na sua cidade natal Santantônio. 

Daí, onde concluo, dizendo do quanto fora emocionante a leitura dessa obra. E mais, que não deixem de usufruir de mais esse folhetim.



 Sobre o autor:
Tarcísio Pereira é da cidade Pombal, mas reside há muitos anos na capital João Pessoa. Tem várias outras obras publicadas; como:   Agonia na tumba,  livro de grande impacto no público e na crítica literária, São Jorge na lua, Dom Quizales de Condor, Uma noite  no céu, O homem que comprou a rua, O sacrifício dos anjos e mais 14  publicações na área de dramaturgia. 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Galega sarará


A pôs no peito
Desde que nasceu
Sua mãe a viu
Quando abriu os óio
Dos zoinho azul
Do cabelo crespo.


Desde pequeninha
Muito espevitada
Não oiásse prá ela
Que queria encrenca
Perguntava logo
Se queria endereço e foto.


Era bem lorinha
Do cabelo loulo
Atenta a tudo de bom
Mas também de ruim
Não tava nem aí
Quem lhe achasse prego.


Eita sangue quente
Sempre a resposta ali
Na bucha, e na hora
Gostasse quem gostasse
Dava no mesmo
Já nascera assim.


Seguiu desse jeitinho
Prá vida toda, não criou juízo
Quem não gostasse
Que se lascasse
Até o coitado do Papa
Que a engolisse.


Foi, foi, foi...
Levando a vida
E ela também levando
Casou-se com um destrambelhado
O caba não contou conversa
Arrancou-lhe o couro.
Então que o mingau desandou
Ela puxou a faca peixeira
Tirou-lhe um bife da orelha
O sangueiro espirrou no ventilador
E a coisa ficou feia.

A PM foi chamada
E a galega sarará
Não ligou prá nada
Dançara, no baile, a noite inteira
Rodopiou pelo salão
Deu tanto encontrão
Nos negros de Moçambique.

A moçada detonou aos gritos
_ Galega sarará, galega sarará...!

Nesse momento
É que não houvera conversa
Começara aí a zoada
E não prestou a parada
O estrupício sarará
Era mesmo danada
Era negro prá todo lado
Parecia mais uma boiada
Uns caíram de mau jeito
Outros, foram pisoteados
E a galega nem aí
A festa enfim fora decretada.


Dura na queda, a safada
Não há quem dê jeito nela
Somente a mortalha
Ousará mudá-la.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Resenha: William Medeiros não deve nada ao Poeta Shakespeare







Livro: Traços de trinta
Autor: William Medeiros
Cartum - Ilustração -
João Pessoa - 2013


  “Eu aprendi que são os pequenos acontecimentos  diários que tornam a vida espetacular.” William Shakespeare
Caíra em minhas mãos, um dos livros mais lindos que meus olhos já viram desde que eu me entendo por gente. O livro chama-se Traços de Trinta, do cartunista Wiliam Medeiros.
Obra que marca qualquer pessoa de bom gosto. É uma síntese de trinta anos de humor gráfico, com participações e premiações nos principais salões de humor em todo país. Estilo que não fica a desejar em nada dos melhores cartuns dos grandes mestres, tipo Jaguar, Millôr, Ziraldo e tantos outros dessa monta.
Desenhos que encantam não só por seus temas do cotidiano, mas também pela linguagem crítica que o artista esbanja em cada quadro que pinta. Exemplos:
Logo de início, na pg. 06, o seu primeiro cartum, intitulado O goleiro, 2º lugar no Concurso Pasquim/Malt-90, de 1986.
Nas pgs. 08/09, William explora com maior singeleza, a temática circense. Na pg. 08, um casamento belíssimo de gente do circo. O casal em pernas-de-pau, lá no alto, e cá embaixo, o padre se esforçando no alto-falante pra ser ouvido. Lindo demais! Na pg. 09, Vladmir perna-de-pau dando os últimos retoques pra sua apresentação; ainda no chão, esmera-se no laço do sapato de suas pernas-de-pau. Sublime! Reflete todo carinho para com suas ferramentas de trabalho.
Já na pg. 11, humor negro, estilo picante, o quadro Grande Mágico Odim, solitário e triste num seu cômodo de dormir, sacando da cartola uma mulher-coelha. Depois, segue na mesma linha; na pg. 18, uma mulher telefonando, mas ao invés da cabeça, ela apresenta uma metralhadora atirando a mil por hora, e com uma cartucheira de mais de metro.
Por aí vai, a sua criatividade é muito sugestiva e picante, explorando os mais
corriqueiros fatos do cotidiano.  Com pitadas de escárnio, é o caso do desenho na pg. 42, onde aparece uma árvore, em forma humana, e está ajoelhada, sangrando muito, com uma motosserra cravada no peito.
Enfim, é uma obra espetacular. Vale a pena folear essas oitenta e cinco páginas de humor e beleza. Resumo de toda uma vida dedicada com carinho àquilo que sabe fazer, Humor Gráfico de primeiríssima qualidade. Trabalho que encanta e merece todo os nossos aplausos. Deverasmente, encantou-me e indico-a com maior prazer a todos vocês.
Bravo, William Medeiros!    


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Elba Ramalho: nossa musa sertaneja


Elba Ramalho, tu és a própria!
O teu mentor fora Gonzagão
Coisa fina tua interpretação!
Formosura e galardia
Beleza pura que extasia
Divina canção e alegria 
Inspiração pra todos nós!
Garota de ouro, a nossa rainha!
Como canta essa paraibaninha!
Quanto humanismo! 'Apois'!

 Contemporizemos essa ideia!
Diante mão, pois te valida!
O forró ganhara mais fôlego e vida
Com essa tua voz de sereia
Deus, de brinde, que nos presenteia 
O brasileiro ganhara ânimo na veia
Caramba, magia que nos estonteia!
Uma Rainha consagrada com altivez
Por seres essa festa, nos entontecem
Tua pessoa, deveras, nos enternecem!
Pra sempre serás a primeira e terás vez!

Uma galega porreta essa nordestina!
Tua nobreza tem tudo a ver!
Traz tradição no teu próprio ser
Flor da caatinga! Grande menina!
Canta o sertão, uma vida cristalina
Somente nos faz bem
Por isso, por cantar o teu povo
Tantas histórias, sem estorvo
És uma dádiva do céu! Também!

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A Paraíba é pequenina, porém exótica


Como todo estado brasileiro
O seu potencial é de babar
Isso a gente não pode negar
Reis e Rainhas no tabuleiro
Oxóssi é nosso curandeiro
Santo Antônio, o padroeiro 
Maluco, temos de convir
Iemanjá é o mito mais que ideal
Dessa gente boa e especial
E os ovos estão sempre a frigir.

Acabemos com a mediocridade
Antes que ela acabe com a gente
Nem tudo são flores!Somos conscientes
Abramos as asas e voemos à vontade
Não nos subestimemos! Verdade?
O mundo é nosso, por caridade!
Contemporize o rumo da história
A paz é nossa porta de entrada
Força, véi, e firmeza nessa estrada!
Sabemos, conservemos a memória.

Nosso estado dá de tudo! Que celeiro!
De cordelista até soprano
Cineasta, roteirista etc., tá nos 'Planos'
Babões e toda espécie de fuleiro
Vixe, se há trambiqueiros...!
Se não admitir, dou-te no traseiro
Corto, na horinha, as tuas asas
Porém, prefiro linguiça como tira-gosto
É bom curtir depois do mês de agosto
Lavamos roupa suja em nossas casas!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Helena, beleza que derrubara gregos e troianos


Doidamente por Páris sequestrada
Acompanha-lhe de livre vontade
Seduzira-a, por ser uma beldade
A sua filha, Hermíone, ficara pra trás
Menelau, cornudo, sofre demais
Inconformando-se, segue-a sequaz
Helena é, então, por Páris roubada
Não fugindo ao seu destino
Fugira a tempo na batida do sino
Desejando mais; quisera ser amada.

Helena, ao menos, conjectura
Amar era o seu defeito
Aquele troiano era o eleito
Correspondera-lhe à altura
Presenteia-lhe com seda pura
Tipo, coisa de cultura
Àquele amor, por todos celebrados
Príamo e Hécuba se calaram
Tanto entusiasmo, os sensibilizaram
O casal fora, então, agraciados.

Helena fora além do seu tempo, danada
Não consta em obras antigas
Nem mesmo tributo do feito que instiga
Helena é falada e menosprezada
Em Esparta, se antes era divinizada
Após o adultério, é apedrejada
Hermíone, sua filha com Menelau
À época, coitada, sofre humilhação
Desdém e polemização
Fecha-se assim esse causo abissal.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

O Mar clama por socorro


Uma vadia incomoda muita gente
Duas vadias incomodam muito mais
Duas vadias incomodam muita gente
Três vadias incomodam muito mais.
As vacas vazias se aboletam por todo litoral pessoense. Porém, onde mais vejo o seu estrago é aqui onde resido, à praia do Bessa. Que é por todos considerado o bairro nobre da capital. Aqui, elas fazem a maior lambança. São as maiores farofeiras. Com certeza, elas são alienígenas! Vindas do Planeta de são nunca. Onde o costume é lambançar. Pois é, costume de casa, vai à praça! Por toda beira desse lindo mar, elas deixam os seus resíduos. Toneladas e toneladas de lixo ficam aí todos os dias. Sabe como é?! As substâncias plásticas tomam conta do lugar. Pets, copos, tampas (de toda natureza, até de margarina). Porém, o que mais se encontra são fraldas descartáveis. Chiques essas vacas! Olha, o exemplo!
O cenário, se antes é paradisíaco, quando elas aportam-no, vira lixão. A lambança é tanta, que não darei dez anos (menos), pra esse ‘céu’ virar o maior aterro sanitário de resíduos plásticos. É sério! A poluição contamina as espécies marítimas, exterminando-as. O universo marítimo está fadado a desaparecer. E isso é muito triste! Porém, é a realidade. Essas vacas vazias são predadoras. Pior, somente os rios poluidores com tóxicos que pra aí confluem, competem com elas. Quando vou caminhar nessa margem de mar, sempre me pergunto: Como são a vida dessas vacas em suas casas? O que pensam? Como passam o tempo? O que conversam? Será que só enxergam um palmo além do seus próprios narizes? Creio que são cegas e surdas, pois não escutam o clamor da natureza. Não sei mesmo! Somente sei que a força do hábito é marcante! E choca qualquer cristão! Elas se sentem as próprias rainhas de Bagdá. Sim. Comem, bebem e se refestelam dentro de suas sujeiras. Mais, elas se acham poderosas. Poderosas no poder arrasador de poluir o meio ambiente e de serem alienadas. Só se for nisso!
É de se convir, que essas vacas vazias são extraterrestres! De um país alienado. Que se propala como praga. Especialmente, porque nesse lugar, é onde tudo pode, inclusive acabar com a vida dos seres marítimos (tartarugas, peixes, etc.). Ao levantar as suas bundas moles dessa areia quente, somente deixam pra trás, o cocô mortal da destruição. Daí, pergunto: O que fazer quando assistimos ao mar morrendo, clamando por socorro? Não sei, creio que só uma matança em massa! Por isso canto:
Uma vadia incomoda muita gente
Duas vadias incomodam muito mais
Duas vadias incomodam muita gente
Três vadias incomodam muito mais.
p.s.: Se a carapuça lhes serviu, o recado é pra vocês mesmas, suas alienadas!

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Aos doentes, as risadas

 
Hipócrates, o Pai da medicina, no século IV a.c., já utilizava animações e brincadeiras na recuperação de pacientes. Freud, em seu livro A Graça de suas relações com inconscientes, escrito em 1916, já afirmava que uma cena cênica e riso dela decorrente melhoravam a saúde física e mental. As propriedades de cura do riso estão registradas nos livros sagrados do cristianismo, do judaísmo, do hinduísmo, do islamismo, do taoísmo, o também do Buda que rir, do budismo. Os antropólogos afirmam que se trata de uma das formas de medicina presentes nas culturas mais antigas.
No nordeste da Ásia, a primeira tarefa dos médicos antigos era encorajar o doente a rir diante das dificuldades. Para afastar demônios das enfermidades, os curandeiros de tribos africanas costumavam se vestir de palhaços e dançarinos para entreter as pessoas. Na Grécia antiga,  os anfiteatros eram normalmente  construídos próximos dos templos de cura para os pacientes puderem usufruir das apresentações dos comediantes e de outras atrações, como parte do tratamento. Píndaro, poeta grego, escreveu: O melhor médico é aquele que diverte o paciente.
Como ver-se, o riso é considerado a melhor terapia. É tanto que a história não me deixa mentir. Desde criança, ouço a expressão: Rir é o melhor remédio. Mas, esse conceito tem que ser levado muito a sério. Pois, tem também aquele ditado  que diz 'quem rir por último rir melhor'. Como tudo na vida, tem os dois lados. O norte-americano Hunter Adams, na década de 60, já implantara o método em hospitais e escolas. Era comum vê-lo atender os seus pacientes vestido de palhaço.
Para medicina, o riso é um grande estimulador, responsável por mandar ordem ao cérebro, através do hipotálamo, que sintetiza as endorfinas. Substâncias produzidas nos momentos do bom humor e consequentes do riso, são analgésicos, similares à morfina, com potência cem vezes maior. A risoterapia é propícia a todo aquele que seja acometido pelo estresse e ansiedade, pois reforça a imunidade, relaxam a tensão muscular e diminui a dor; dá início a uma cadeia de reações fisiológicas. Uma, ativa o sistema cardiovascular, a frequência cardíaca e pressão arterial aumentam. Todas as contrações fortes e repetidas dos músculos da parede torácica, respiração forçada ( do há, há, há) do riso, aumenta o fluxo de oxigênio no sangue.
Portanto, se faz mister levar muito a sério o uso do riso, porque rir desvirtuando suas benesses ou maculando as suas propriedades terapêuticas, é, sem dúvida, um desserviço. Ou seja, não é recomendado nem na utilização de deboche, nem muito menos pra escárnio, pois, o feitiço poderá recair contra o  feiticeiro.
   

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A La Fontaine: Porco chauvinista


O Porcão e as porquinhas
Na fita da TV era bem legal ver o Porcão Alan Delon. Mas, na vida real era surreal. As porquinhas faziam do Porcão, bolinha.  O coitado do Porcão era um jogado. Imagina aí o Porcão entregue à maldade de dez porquinhas! A porca mais velha era a mais cruel e a que mais lhe fazia mal. Insultava-no sempre que podia. Jogava-lhe na cara a toda hora: _ Imundo, fedorento, eu não te amo e não me encosto a um bicho como tu, do focinho porquerento de fuçar as xecas das raparigas. O Porcão calado estava, e calado continuava. Ele sabia que era melhor se fingir de morto. Reconhecia que, em parte, as suas porquinhas tinham razão. Ele fora, na juventude, muito mulherengo e gastara todas as suas posses econômicas. Hoje estava morto nas mãos daquelas que tanto as favorecera. Daquele Dom Juan de outrora somente havia a caveira. E havia um ditado: Comeram a carne, agora roam os ossos! As demais porquinhas somente menosprezavam-no. Faziam de conta que ele não existia pra elas. Elas se acostumaram àquele porco chauvinista.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

BOTAFOGO


 Homenagem ao meu time paraibano
Botafogo...Bota fogo!
Nossa garotada paraibana
Meninos são arrancados da rua
Pra o tráfico de drogas
À mercê das gangs
Da máfia do cão
Todos correm atrás do quê?

No Belo, é bem diferente!
O sonho rola no gramado
Nos gritos da galera
No chute a gol.

Senil na idade
E jovem no coração.

Muitos gritam:
_ Sou mais o Timão!
Eu acredito, porém o Bota
                  [é nossa vocação
Clube garra e determinação.

Oitenta anos de bola no pé
Resistência
Batalha e missão
Muitas são as críticas
Mas, não há outro
Arra timaço, roubastes meu coração!

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Diga não à Amélia dentro de si

A mulher atual não pode jamais ficar a mercê do dinheiro do marido. Hoje os tempos são outros, as oportunidades também. A mulher tem inúmeras portas à sua frente, à escolha: ela poderá estudar, e trabalhar no que bem quiser. Na época das Amélias, não. Coitadas, casavam-se pra terem liberdade. Liberdade essa que fora dada às mulheres de agora através da qualificação profissional, do trabalho e da sua força de vontade. É, ainda existem muitas mulheres que preferem ficar subservientes aos seus companheiros. Sem dúvida é lastimável, pois já não se concebe mais esse tipo de comportamento nos nossos dias.
As coisas mudaram pra melhor no item ações públicas pra salvaguardar a mulher dos seus infortúnios pessoais; inclusive, pode-se dizer que a mulher já não está sozinha na sua luta. Ela tem todo apoio moral, basta que procure. Universidades das melhores; fundos de incentivos, tipo o FIES; bolsas de estudos; creches etc. Como não aproveitar todas essas benfeitorias em seu favor? Somente se for muito ingênua, pensando que a sua vida daqui há vinte anos será a mesma! Não. Lógico que o mundo estará mais duro de viver e pior ainda pra aqueles que não correram atrás de suas melhoras no presente. Daí, quando se der conta, será tarde e Inês morta.
Já se foi o tempo que mulher somente comia, bebia e vestia às custas do esposo! Não se admite mais um disparate tamanho! Posso dizer-lhes, senhoras leitoras, tive muita sorte, a minha querida mãe  sempre abriu meus olhos, dizia-me: -Filha, estude pois assim estará mais ferramentada profissionalmente e com isso, terá mais chances de trabalho; um emprego será seu melhor companheiro. Assim foi, eu nunca me fiei em viver às custas de homem nenhum. E lembro quando recebi o meu primeiro dinheiro, como bancária, senti a maior felicidade. Há uma canção que fala que "o homem sem o seu trabalho não tem honra"; é a pura verdade. O trabalho realmente dá honradez ao homem.
A mulher galgara posições dantes impensáveis. Exemplo disso, a nossa presidenta Dilma Rousseff (se bem que ela teve um empurrão do Lula), mas e daí? Podemos apontá-la sim, pois é uma grande mulher, em todos os sentidos. Já está indo pra reeleição firme e forte. Casos comprobatórios é que não faltam. De acordo pesquisa do IBGE, entre 1996 e 2006 cresceu 79% o número de mulheres chefes de famílias. Outros dados cabais, em São Paulo, segundo pesquisa feita mais de 41% dos advogados, são mulheres, e etc. Portanto, não cabe hoje, a mulher querer dar uma de coitadinha.
Assim, concluo dizendo que só não vai à luta hoje quem não quer; ainda, que prefere amargar no futuro. Olha que o tempo voa, quando menos se espera, já chegou o futuro. Então, difícil é recuperar o leite entornado.  

  

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Pelos quatro cantos do mundo


O título de um texto é de suma importância. Ou seja, é o que chama a atenção do leitor. Falo isso, porque a partir do meu texto A Vitória de Samotrácia, uma resenha que fiz do livro Trigal com corvos, do escritor W. J. Solha, meu http:\\poesiaparaibana.blogspot.com\  disparou em todo mundo.  
Incrível como tem gente me lendo por todo planeta! Estou muito feliz com isso! Óbvio, é o que se espera, quando se tem o dom de escrever! O meu blog tem um programa que dar todo panorama estatístico de leitura; isso com mapa e tudo. Envaideço-me com o que vejo. É grande a demanda por toda Europa, States, Alemanha, Rússia, e até na China. Bem, em termos fico feliz porque gostaria de está sendo lida também aqui no meu país, e especialmente no meu estado. Porém, tenho que me contentar, quem sabe uma hora isso muda!
Sei que posso está sendo lida apenas por brasileiros, mas já é muito gratificante. É maravilhoso saber que as pessoas, pelos quatro cantos do globo, estão me lendo! Já me sinto imortal! Tolice! Ao mesmo tempo, penso que são gringos, já que isso iniciou com textos de títulos universais. De toda forma, vale a pena pensar que meu blogspot está muito bem visitado.
Volto a dizer, é deveras importante um bom título no texto, já que é o cartão de visita para qualquer pessoa que ler. É claro que não só, o texto tem que dizer algo bom também; não é só o título que tem peso. Porém, é  a lógica on-line, quando se busca algo, acessa-se uma esteira de textos na área preterida via web. Nisso, é aí que a chance do seu texto ser elegido é maior por aqueles interessados.  
Outros textos do meu blogspot, também, bem sugestivos são os da série A la Fontaine, A la Esopo e A la Leonardo da Vinci; fábulas, que no futuro próximo, pretendo lançá-las nem que seja em e-book. Outros que também foram a vez da bola O Mito de Salomé, resenha do livro A dança de Salomé na Literatura e na Arte, de Jeová Mendonça; O Mito de Narciso às avessas, resenha do livro O lado escuro do espelho de Maria José Limeira e vários outros textos.
Enfim, se não estou sendo privilegiada aqui na minha terra,  pelo menos posso ter um consolo do imenso acesso on-line desse leitor tão diversificado e seletivo. Não sou, ainda, nenhuma Paulo Coelho, porém vou chegar lá.  
   

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A la Esopo V: A raposa, a cutia, e toda uma bicharada da mata



Na fazenda, havia uma bicharada danada. Porém, a Dra. Raposa era a manda-chuva. Ela morava na parte maior daquelas paragens. Estava feliz, pois os seus planos iam de vento em popa. Ali nada saia do seu controle. Como a paxá do lugar, quem não a obedecesse, era morta sem dó nem piedade. Ela lhe dava o ultimato na cara de pau. Ou obedecia, ou o seus capangas cortavam-lhe a cabeça.
Assim era. Inclusive, a dna. Cutia já estava de sobreaviso há tempos. A Dra. Raposa fora no muquifo da dna. Cutia e jogara na lata: _ Olha, sua rapariga, já que você não quer me passar a parte do terreno que me cabe por direito, então cuidado pra não aparecer comida pelas formigas. Se dna. Cutia  não quisesse o pior pra ela e sua família, tinha que ceder a Doutora Raposa. Tinha que passar pra aquela gananciosa a melhor parte do seu lote. Mas, dna. Cutia ia protelando. E a pendega continuava.
Então, a Dra. Raposa resolvera agir drasticamente. Chamara os seus capangas e as ordens era botar pra correr aquela ordinária cutia dos infernos. Dna. Cutia, pro seu lado, também estava  preparando a recepção dos capangas. A seu modo, coitada, armara uma armadilha. Construíra, ligeirinho, um buraco por todo o quadrado onde residia, cobrindo-o com folhas. A Raposa, perspicaz como ela só, montara sua melhor estratégia. Os seus homens incendiariam a fazenda e diria a todos os bichos  daquela redondeza que fora a dna. Cutia. Os quatis, as pacas, as capivaras etc. ficaram pra não viver de ódio da cutia ao ver tudo tomado pelo fogo.
Daí, Dna. Cutia fora exterminada por seus próprios irmãos de fé e força. A Dra. Raposa havia ganho mais uma parada. Ganhara até mais do que previra. Todo o terreno da  dna. Cutia ficara em suas mãos. E ainda, estava livre daquele trambolho.
Moral da estória: quem não pode com o pote, não põe a rodilha.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Joia Preciosa


Criança é pra ir à escola
Pra aprender  a escrever e ler
Se não vai a culpa é dos pais; olha lá!
São relapsos! Estão muito errados, pode crer!

Criança não pode jamais ficar à toa
Pois, senão estará entregue ao cão
Isso não é uma boa
No futuro, essa criança passeará de camburão.

Criança amada tem que ser cuidada
Muito bem orientada
Do contrário, ela está sendo vilipendiada
Periga o seu caminhar, coitada!

Criança nasceu pra brilhar
Mas, pra isso é preciso muita luta
Palavras e atos em harmonia no lidar
É arrancar pedra. É lapidar essa joia bruta.

sábado, 31 de agosto de 2013

Venham a mim as criançinhas


Dizia Jesus por onde Ele andava
Fosse criança, santos cuidados
Fórum certo e privilegiado
Bênçãos e bênçãos Ele lhe dava.

Hoje as coisas estão bem diferentes
Criança mata e esfola até seus pais
São arruaceiras e muito mais
Já não são mais aquelas de antes.

Criança de um, dois anos, não leva os pais a sério
Parece que fora desde dos ventres maculada
De nove meses de laboratório, estimulada
À mentiras, falsidades, leviandades e dispautérios.

Difícil é segurar a barra quando crescem
Os exemplos aí estão
Tem bandido de montão
Meu Padim, Pe. Cícero, cuida dos meninos  que não obedecem.

E pra completar a história
O Estatuto do jovem devíamos extinguir
Porque dar pano pra manga pro moleque seguir
Fazendo e acontecendo a sua desdita inglória.
                                                   

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Os Babões


Gente, é muita babação de ovo
Só existe falsidade
Baba daqui e dali
Não há nenhuma verdade
Os abraços são falsos
Numa tamanha desonestidade.

O Babão é fácil de reconhecer
Ele está sempre por aí
Pertinho de você
Não dá ponto sem nó. É  faquí.
A babação, pra ele, é arte
Encontrar-se-ão até no Apuí!

Vocês precisam convir
Detalhe:
O bicho é uma peste
Não há nada que o atrapalhe
Ele dá os seus pulos
Na sua ourivezaria, muitos entalhes.

Que bom negócio esse seu!
Eita, bicho pegajoso!
Baba, baba, baba, baba...
Tem outra coisa: taí, é corajoso!
Tá pra se ver outro!
A gente sente nojo.

O Babão tá por todos os cantos
É um figuraço
É epidemia
Porém, eu reconheço
Ele é muito esperto
Pois igual ele, eu não faço.

A lábia é o seu forte
E bota lábia nisso...!
Tum,tum,tum...
Na cabeça da gente, é isso
Um disco quebrado; sabe né?
Sempre digo, deixa disso!

Mano, fica  esperto
Qualquer hora ele te pega
Ele não tem senso
Fuja dessa pendenga
Não  há como
Que a faca cega!

Agora num país como nosso
Onde tudo é carnavalizado
As pessoas são babões em potencial
No ócio, tudo é teatralizado
Ganhando o que se ganha
Pobres de espíritos esses reles assalariados.



terça-feira, 27 de agosto de 2013

Complexo de Cindy


_Mozinho, quero  a fita métrica. Você sabe onde ela está?
_Não. Por quê? Aquela história de novo?
_Nada não. Preciso tirar umas medidas lá no banheiro.
_Outra vez a obsessão do pênis pequeno? Você está bem na fita, fica tranquilo.
_Não. Preciso medir de novo. Quero ter certeza mais uma vez.
_Amor, teu sexo me satisfaz. Isso é tudo. Devia satisfazer a ti também.
_É, eu sei! Mas, quero me certificar de novo se as dimensões estão corretas. Posso?!
_Pode, né! Porém, sinto no ar uma aflição sem motivos .
_Bem, quero tirar somente a prova dos nove, isto é, me certificar se tá tudo certo com as dimensões dele.
_Tá bem, benzinho. Mas, volto a dizer-te ,pra mim, tá de bom tamanho.
_Ok, fico feliz em me dizer isso.

Ivan vai ao banheiro fazer o exame do pênis. Na volta, Suzy inquieta.
_E aí, amor, como foi a medição? Deu tudo certo?
_Normal. Porém, desejaria que meu pênis fosse um pouco maior.
_Benzinho, tá de boa! Agora precisamos de mais carícias nas preliminares. Mais beijos, mais sensibilidade de sua parte. Mais estímulos e mais fantasias. Aí, sim concordo.
_Que mais?!
_Já te disse que tá de boa!
_Eu sei, querida. Vou melhorar minha performance romântica. Prometo!
_Taí, disse tudo! O tamanho é o de menos!
_Ok, Suzy! E aí, vamos às preliminares?
_Hoje quero tudo que combinamos, certo?
_Certo, meu amorzinho.
Nessa noite, tudo fora de acordo o combinado.