sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

A galinha quer pôr



Assim é uns e outros quando se separam
E voltam pra casa dos pais
O bicho não sabe o que faz
Se entra ou sai! Se azaram...!

Có...có...có...có! É um pra dante e pra trás
Coitado! E tem mais
Ao som, daquela cãnçao 'demais'!
Falando da dor de corno...só assim se satisfaz!

Às alturas, “ você foi a culpada...
Do nosso amor se acabar...”
Não sabe ele...ela tá cheia, não sabe como aguentar...!

Os beijos frios e escassos...
Visita é bom...mas sem amor, nem carinho...
"- Melhor mesmo, é ficar sozinho!"

domingo, 21 de dezembro de 2014

A Fazenda




A fazenda, na tv, muitos músculos e encontrões
Muitos peões à disposição!
Na vizinhança, apenas umas galinhas raquíticas
Uns pintos e pintas esqueléticas.

Parece que dão na vó/vô galináceo
Há até um galo surdo e cego, trocando a noite pelo dia
Ele canta tão feio que parece que fora estropeado
São tantas vacas e bois esfomeados!

Num é que a bicharada dita moda!
Pintaram as peias das pernas de encarnado
E os pelos das ventas azulados.

Oh, bichinhos bonitinhos!Só vendo...!
Estão parecendo mais o pastoril profano
Creio que eles tem Phd em folclore alentejano!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Vermes imundos

         

         Dedicado ao Poeta Augusto dos Anjos

Roes tudo, verme, pútrido e imundo!
Não te faças de rogado, essa é tua missão!
Devastas-me tudo, até o meu coração!
Só não toques no cérebro! Pois, é meu ser profundo!

Roes tudo! Nada, nada te impeças
Em tua faina! Vais fundo, roes-me as entranhas!
Dás vazão a tua gula! Não te detenhas!
Mas, não toques na massa cinzenta que tenho na cabeça!

Sacias-te, verme, maldito!
Tua voracidade é tamanha...
Que nada te pertubes, viu!Sei, nem Cristo...!

Devastas-me todas as minhas carnes amarelecidas
E flácidas pelo tempo! Fazes festa!
Tua gula te apeteças mais e mais, peste!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O Corvo Poetiano




Era mês de setembro de um ano qualquer
Esse pássaro agourento aparece
Na minha cidade!...Animal estrupício demais!
Sempre pra lá e pra cá, com seus ais
Bicho morrinha da molesta dos umbrais!
Filho das sombras, muito sagaz!
                       “-Eita, ave lamurienta!”
À noite, solitário; um sonho
A vida me fizera ver quanto tudo é fugaz
Assusta-me o futuro!
À morte, sente-se a fraqueza que faz
Dor e ranger de dentes, à lápide, quando você jaz
Porém, o que fazer meio ao sofrimento que isso traz?!

Ínfimos tempos de nanicos loucos
Onde esses pásssaros pretos saem dos fossos abissais
Sedentos por suas presas mortas
Especialmente, se esses forem boçais
Sim. Se aquelas se sentem em pedestais
Ave da peste com artimanhas conjeturais

Em minha cabeça, todos os sinos tocam
Tilintam com um pensamento perspicaz
Esse animal tira-nos o sossego
Ele sabe ser voraz
“-Diga-me, senhora (or): quem é esse bicho mordaz?!”
Deixará todos nós para trás.

Na imensidão de um verso, minha fantasia
O desejo pra não atrair esse e outros animais
Briga de foice continuar com tal infortúnio
De dia, dorme; de noite, não tem paz
Ixe, quantas viagens colossais!
Muito enxofre constituindo os seus aminoácidos triviais.

A janela batera forte lá dentro
Não vale à pena sermos individuais!
Corro pra ver o que era; nada veria jamais!
No entanto, um vulto pelas persiamas
Como não crer em corpos espirituais?!
Por ver esses seres distintos dos mortais.

Pássaro preto nem se faz rogado!
Ave traquina como sempre igual Moraes
À moita, qual mineirinho; pelas beira , comendo quieto
Da muierada, à sua volta e de pés atrás
“- Que seja infinito enquanto dure, rapaz!”
Essas e outras, são regras gerais!

Mentira tem pernas curtas!
Bicho esperto, estás demais!
Não mais preciso mentir, seboso!
Sabes...?! Não imiscuas!
Já era em tempo! Agora, vais...!
                     O Corvo disse: “-Nunca mais!”

Se, por acaso, voltares, meto bala na tua fussa!
Daí, não serás mais o mesmo, nunca mais!
Pássaro malvado, volta pro inferno de onde saíste!
Larga de mim, satanás!
Do contrário, creas...
                     O Corvo: “ - Já te disse, nunca mais!”

São tantos Josés quanto os Ramsés no Egito



Na minha vida, são muito os Josés
Primeiro, o meu querido pai; segundo, o Poeta
Terceiro, José (Luis Inácio Lula da Silva) Porreta
Fizeram, por supuesto, minha cabeça como os Ramsés!

Na Paraíba, Josés é o que não faltam!
Especialmente, em famílias cristãs!
José, de Maria; nossa Mãe!
Homenagens não faltam pra quem milagres almejam. 

Drummond já dizia: “- E agora, José?”
Eu digo-lhes, Josés: “-Amo ocês de paixão!”
E trago a todos no meu coração.

Os três moram no fundo do meu coração!
E não pagam nenhum imposto
A humildade é-lhes comum e eu gosto!

domingo, 14 de dezembro de 2014

Mirem-se nos lírios dos campos



Nem Salomão se vestiu com tal beleza...
Os lírios dos campos não tecem, nem fiam
Fazes como eles que em Deus confiam
Pois, nada de fato há tanta certeza.

As bênçãos de Deus nos sustentam!
As bênçãos de Deus nos fortalece!
As bênçãos de Deus são-nos beneces!
As bênçãos de Deus nos confortam!

As nossas vitórias são por Ele dadas!
Agradeçamos por Sua proteção!
Pois, Ele é nosso Senhor e salvação!

Devemos, então, sermos maduros na Fé!
E não sermos fracas, como tolas crianças
É preciso, com Ele, uma firme aliança!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Legião de boy doido




Os jovens não sabem nem falar
Ainda, dizem: “-Tô entendendo.”
Sempre que estão ao telefone atendendo
Fala de boy doido é disconexa...! Oh, azar!

Desses aí, a Pb está lotada!
Também, com a seca e o exôdo rural
Nas favelas, é o que frutifica. A migração é geral!
Todo santo dia as cadeias abarrotadas.

As cidades inchadas e nada de escola
Mas, o crack rola!
E os meninos se tornam boy doido.

Não encontram outras alternativas
A não ser, aumentar as estimativas
Da criminalidade, bandidagem e morte entre jovens.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Sociedade do efêmero



Consumir, consumir, consumir...!
É a marca do momento atual
Tudo passa pelo capital
Do iogurte ao souvenir!

Tudo é efêmero em nossa sociedade!
A cultura é do espetáculo!
Essa é a conotação e o tentáculo
Não dá pra fugir dessa realidade!

Os States é o reduto de tal esquema macabro
O know-how é americano
Esse vírus se alastrou e entramos pelo cano.

Quando essa onda acabará?!
Quiçá o capital, em crises, sucumba todos capitalistas!
E a gente não pague essa conta antisocialista!

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Dioniso nosso ícone




Deus, filho de Zeus, e da princesa Sêmele
Único olimpiano filho de uma mortal
Um Baco da vida! Figura atípica total
Das festas, vinho, e insânia... à flor da pele.

Dele, e pra ele, o homem é só transfigurações
Nos 365 dias do ano, é homenageado
Festas não faltam nesse bordel globalizado
Participamos, sem constrangimento, de baconizações.

Quem achará ruim das bebedeiras e luxúrias
À moda ateniense, dos clássicos gregos e/ou romano?
Viva ao Dioniso, e às últimas consequências!

Cultuam-no sempre! Expandem-no no Festival
Dionísia Urbana! (“-Eu bebo sim estou vivendo!”)
Ou no Festival Lenaia, ou no Dionísia Rural.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Ode ao Poeta Augusto dos Anjos




Sou feliz em conhecer-te, Poeta!
Teus Sonetos são motivo de minha inspiração
Por isso, escrevo-te por gratidão
Por tu existires, Augusto. Sou tua tiete!

O Eu & Outras Poesias calaram fundo no meu coração!
Teus Sonetos 'Morcego' e 'Solitário' são os meus preferidos
Grande é a emoção ao lê-los. São dos demais, aperitivos.
O 'Monólogo de uma sombra' e Psicologia de um vencido,
                                                              {amo de paixão!

Quero, então, dizer-te o meu segredo
Trago-o há muito tempo como meu irmão junto à minha cabeceira
Leio-te sempre e, com isso, sinto-me faceira. 

Poeta amigo, pergunto-lhe por fim:
Como fora essa façanha de escrever uma única obra
E balançar tanto o coreto da gente dessa forma?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

E agora, Maria?




E agora, Maria
Que teu homem foi embora?
("-Me fodeu...!")
Com água, luz e casa pra pagar...
E teus cinco filhos pra criar.

E agora, Maria
Que estás na rua da amargura?
Tu ainda comes pão com café
Mas, já falta o leite dos meninos
Lá, na lata, também falta farinha.

Já tens um montão de contas pra pagar
A botija de gás tá no finzinho
Falta sal, açúcar e arroz
O que tu vais fazer, Maria?

E agora, Maria?
Estás que é só peia e osso
E a tua tosse não te larga
O cobertor furou e não há remendo!
Vixe santinha, o bicho pegou!

E agora, mulher?
Como sairás dessa? Só indo ser doméstica
Pelas casas das ricaças da zona sul
Com carteira assinada e tudo
Vais se dar bem com as patroas.
Esquece aquele bicho da peste
Mesmo fazendo das tripas coração
Aquele morrinha não presta
Fica bem e dais graças a Deus por isso.

Maria, vás lá pra novena
Confessas teus pecados ao padre
Pedes a Deus perdão
Quiças, um dia, tu te engraces doutro bofe...
Tudo ficará nos conformes outra vez
A paz voltará reinar no teu barraco
Ainda vamos rir muito
E a meiota que iremos derrubar...!

E agora, Maria
Que o Mané se foi?
E agora.... estás ferrada!
Mas não há de ser nada
Vais ver, amiga!
Todos aqui da favela te ajudarão.