sábado, 21 de junho de 2014

Flor da Floresta



És tão linda quanto à Vitória Régia
És a mais bela Flor-mulher!
Encantadora por natureza...! Assim é!
Criação da Vênus sabedoria.

Abundaste o Norte
Mais que, Sherazade em As Mil e uma noites -
Luares e canções – Foste
A Prata dos Barés! Eh, Mulher de sorte!

O Luar dos Sertões em outras plagas
Encontro de águas benfazejas
Tuas pétalas só afaga.

Tanto assim que, haja imaginações!
A Mata será pra sempre a tua cantata
És a Flor que adorna os corações!


domingo, 15 de junho de 2014

As Bruxas do 74

  

Por que será que uma bruxa quando acende seu fogo
Nunca está sozinha, mas sempre muito bem acompanhada?
Sempre há duas ou mais assistentes assanhadas
É aquela farra! E espalham suas chamas logo!

No camburão há de um tudo:
Asa de morcego, perna de lagartixa, e topete de camaleão
Ovo de serpente, cabelo de macaco; até xixi de um cão
Cruzam os dedos naquela azaração! Juntas dão o grito do topetudo.

As bruxas de Salem estão mais que satisfeitas!
Já, já um voo dos mais bonitos
Seu unguento dera efeito!

Voos e voos em noite de lua cheia
Suas vassouras estão sempre à mão
Quando não são queimadas na inquisição!


quinta-feira, 12 de junho de 2014

Companheira Dilma Rousselff



Longe de nós, distante, bem distante, a ditadura
Mas, perto, muito perto, as marcas da repressão
Exército nas ruas, correria, tiros de canhão
Tanta opressão, ranger de dentes, e amargura.

Tu, ali, tão novinha, no centro do furacão
Enclausurada, torturada e atormentada
Chutes, porradas, choques elétricos na maior roubada
Porém, tu conseguiste, galgaste outro verão.

A Presidência da República fora opinião
De sobra, muita garra, batalha, e trabalho!
Guerreira, não precisaste de nenhum atalho!

O teu caminho fora um dos mais penosos
Honroso a todo e qualquer brasileiro!
Viva a Presidenta Dilma, povo desse meu Brasil altaneiro!   

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Ego sum qui sum



A minha Poesia 99% é natureza humana; e 1% inspiration
Ou seja, raciocínio lógico, análise crítica, experimentação
Tudo muito, tipo pesquisa, e argumentação
Estudo e many organization.

A minha Poesia é, também, como digo, um desbunde
Das emoções e dos sentimentos; óbvio!
Se não fora assim, era ópio...!
Não valeria a pena tê-la entre nós! Lhe confunde?!

A minha Poesia é a teoria da prática!
É o sum qui sum!
Tudo muito da pragmática.

E aí estão as minhas considerações gerais
Às críticas, eu desculpo
As inúmeras e tronchas especulações.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Resenha: Coqueteis de esperma pelos trinados do mundo angustiado



Livro: Lirerótica
Autora: Irene Dias
INTERPLAN Editorial
Capa, diagramação e ilustração:
Sandoval Fagundes
João Pessoa - 1974


    As paixões são os ventos que enfunam as velas dos barcos, elas fazem-nos naufragar, por vezes, mas sem elas, eles não poderiam singrar.
                                                                     Voltaire




Olhai os lírios do campo, eles nem tecem nem fiam, mas nem o Rei Salomão jamais vestiu como um deles. Assim, são os versos da obra Lirerótica, da Poetisa Irene Dias. Não precisaram de muitos artifícios, para dizerem, lindamente, o que disseram. Escritos com alma e com tanto ímpeto do Amor louco por si mesma e pela vida. Amor Sublime. Amor Paixão. Amor de Fêmea.

O Livro Lirerótica é a natureza feminina que canta. O mais belo Canto de Amor! Que flui do âmago de toda e qualquer mulher. Por isso mesmo, pode-se dizer que são versos universais da Alma Feminina. Mais, um Manifesto de Liberdade expresso em versos, ditado pelo coração de uma Mulher que pulsa com todo ardor. Que até suas entranhas queimam no fogo da paixão. E que, no côncavo e convexo, explode.

A cúpula entre um homem e uma mulher, literalmente, é a vida que borbulha nos órgãos genitais, transportando-os para o Éden, habitat terráqueo do Ser Humano. Explorar essa temática é ser, na real, verdadeira. É sair da mesmice puritana (e machista) e revelar a beleza desse Ato fecundo e belo, que por si só, enobrece o ser humano no que tange a sua convivência no planeta Terra: Paraíso de Amor, doado por Deus, a todo vivente.

O Amor é recorrente, e vê-se, também, à página 41: “ o Masculino/ me alenta/ e me sustenta, / o Masculino/ sussurra/ serenatas/ eu vou dizer/ à vida/ que na vida/ a maior ventura/ é ver/ um Homem/ a maior ternura/ é ser do Ser,/ quando sentidos/ debruçam/ alumbrados,/ o Masculino/ é muito mais/ que sexo,/ falo falando/ e falo/ na grandeza/ do Masculino/ penetrar/ no mundo...

O Amor está posto às mãos na entrega: (Pg. 63) “ eu irene/ segurando/ o Amor/ nas mãos/ sentidas.../ segurando/ o Amor/ como quem/ ama/ (…) segurando/ o Amor/ como quem/ ama/ segurando a dor/ como quem geme.../ eu irene.”

Dizer o que mais de Lirerótica?


Sobre a autora Irene Dias Cavalcanti:
Poetisa, romancista jornalista e advogada, ícone feminino da literatura erótica nos anos 70, marcou presença na cena literária de João Pessoa já nos anos 60, com o lançamento de Eu, mulher; seguido de Lirerótica, ambos livros de poesia. Depois, migrou do gênero poético para o ficcional.
Da poesia, gênero no qual Irene Dias Cavalcanti estreou, à prosa, que hoje consolida com seu terceiro romance, foram 40 anos às voltas com um bloqueio que ela atribui a uma crítica enviesada de seus dois primeiros livros de versos: Eu, Mulher, Mulher (1971) e Lirerótica (1974).
A crítica achou que eu era ousada e denegriu minha imagem através de minha obra, que foi considerada ‘indecente’”, relembra a poetisa potiguar que debutou na literatura assim que se mudou de Campina Grande, cidade de sua infância, para João Pessoa, seu “paraíso”.
Não rejeito o fato de ter nascido no Rio Grande do Norte, mas também não nego que se tivesse que escolher teria nascido aqui”, diz
Outros livros: O Amor do reverendo (2010), e O Médico e a noviça (2014).

Lembrete:
Dica de leitura àquele que deseja algo que o encha de Amor!
Excelente obra pros amantes da vida!


domingo, 1 de junho de 2014

Resenha: Uma ideia na cabeça e uma câmara na mão



Livro: Cinema e Memória: o super-8 na PB nos anos 1970/80
Orgs.: Lara Amorim & Fernando Falcone
Editora Universitária UFPB
João Pessoa: 2013



Nem só de pão, vive o homem, mas de toda palavra de Deus.
(Mateus e Lucas 4, da Bíblia)

O Livro, em foco, é realmente um excelente acervo de discussão teórica e apreciação do público de filmes produzidos nas décadas de 70 e 80 na Paraíba. É uma pesquisa realizada através do Programa Petrobras Cultural, Cinema Paraibana: Memória e Preservação; de 92 títulos, a maioria de bitola Super-8, distantes dos circuitos exibidores.

Lara Amorim e Fernando Falcone se embasaram em filmes de posse do NUDOC (Núcleo de Documentação Cinematográfica – Campus I da UFPB), com a cooperação preciosa do professor João Gomes, seu coordenador, como também de vários cinéfilos que emprestaram acervos de propriedade particular, tais como: Alex Santos, Ana Glória Madruga, Elisa Cabral, Henrique Magalhães, Jomard M. de Brito, e Pedro Nunes; e apoio de tantos outros, como: Produtor executivo Paulo Henrique R. Sousa, o qual possibilitara a relação com a FAPE da UFPB – e FUNAPE – e também com o MINC e à Petrobras, apoios fundamentais pra respectiva pesquisa. Tal trabalho, realizado em apenas 18 meses, permitira um mapeamento da filmografia paraibana, onde foram registrados tanto o material impresso, como também, através do website www.cinememoria.com.br.

Em 1960, Aruanda, de Linduarte Noronha, colocara a Paraíba no mapa do Cinema brasileiro; após isso, seguiram-se outros Documentários que fecharam o Ciclo do Cinema Paraibano; tipo, O País de São Saruê (1971), de Vladimir Carvalho e outros. (p.58)

Às páginas 105/107 vê-se fragmentos dessa bela obra: “Foi no NUDOC que introduziu-se a proposta do Cinema Direto, nos moldes preconizados por Jean Rouch uma vez que, embora oficialmente só existisse meses depois, o Núcleo passou a ser a referência em formação cinematográfica da universidade.
(…)
O entusiasmo de Jean Rouch pela super-8 já fora anteriormente exposto numa entrevista que concedeu à Miriam Alencar quando veio ao Brasil participar da I Mostra de Filme Etnográfico do Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro:
A imagem é que vai falar e nesse caso, o Super-8 tem todas as condições para esse
tipo de trabalho, na medida em que há maiores facilidades de filmagens. O movimen-
to da câmara deve caminhar em função do que vê. E o filme etnográfico deve ser feito
também em função do sentimento do autor diante de um homem e sua civilização.
Através de sua subjetividade se chega à objetividade científica. Essa objetividade vai
ser observada no momento em que se projetar o filme para os que foram filmados.
Eles vão dizer se sua realidade foi ou não captada (ALENCAR, 1975, p.2)

Dentre os muitos filmes, de vários teores, constata-se que houvera uma explosão na temática da sexualidade em bitola Super-8 e 16mm, tais como: Esperando João, de Jomard M. de Brito; Acalanto Bestiale; Miserere Nobis e Terceira Estação de uma Via Dolorosa, de Lauro Nascimento; Closes, de Pedro Nunes; Cidade dos Homens e Paraíba Masculina Feminina Neutra, de Jomar M. de Brito; Baltazar da Lomba, do Grupo Nós Também; Era Vermelho seu Baton, de Henrique Magalhães; O Caso Carlota, de Machado Bittencourt; Na Cama, de Romero Azevedo; Flagrante Delito, de Rômulo Azevedo;e Perequeté, de Bertrand Lira.

Segundo tal estudo – à pg. 123 - Guthier (2011) defende o Cinema Direto: “A expressão Cinema Direto, em virtude, provavelmente, da modéstia das suas pretensões, durou mais, porém ela deixava de lado todos os documentos de arquivo que são em material importante dos ditos “documentários”. Além disso, ao lado da televisão, grande consumidora de tomadas de cenas feitas ao vivo, ela introduz uma confusão, já que “direto”, nesse sistema, não implica nada além da transmissão simultânea com a tomada de cenas, inclusive para uma peça de teatro.”

Enfim, deixo a dica de leitura! 163 páginas plena Memória Filmográfica da Paraíba; linguagem e estética ao acesso dos cinéfilos e de outro eventual leitor.

Ótima leitura a todas e todos!