sábado, 23 de março de 2013

Monólogo de um cão




Pensem nos humanos
Como são bichos estranhos
Querem ser especiais
Porém, são mais tolos que nós caninos
Preocupam-se com coisas fúteis
Exemplo, com suas aparências
Com os seus corpos
Se estão gordos, querem emagrecer
Se magros, ficam loucos pra engordar
Nunca estão satisfeitos
Sempre muito tristes com o aspecto físico
Estão sempre distante da realidade
Precisam que alguém os tietem
Não dão um sorriso sequer, se não os tem.
 Agora, muito pior
Pegam-nos pra criar
Como se fôssemos as suas crias
Aí, é o caos!
Fazem-nos uma aberração
Levam-nos a passear
Às pessoas, desejam nos apresentar
Quando não, temos que a elas fazermos sala
Ou, às vezes, recepcionarmos quem os visitam.
 Piada!
 Dão-nos uns nomes estrambólicos
Boby, Beethoven, Moly, Michel ...Mô etc.
Como se fôssemos galãs de novelas
Triste essa alienação
Não sabem que não somos gente como eles
Alguns humanos extrapolam nos seus delírios
Levam-nos até pro salão
Pra fazermos bigode, barba e costeleta
É demais! Pensam que abafam!
Todavia, isso pra nós é surreal
Quem já viu animal com essas frescurites?
Outros, põem-nos roupas, laços até mesmo perfume
Brincadeira tem hora!
Nascemos com um pelo que nos enche de orgulho
Somos um charme só...com nossas jubas!
Como é maravilhoso ser natural!
Ainda, nada  melhor que a simplicidade
Daí, os humanos fazem-nos esse desserviço
Isso, pra galera canina, não passa de psicopatia
Sem dúvida, os humanos são malucos!
Mais, são invejosos
Desejam reverter o quadro
Transfigurando-nos neles
Apenas desejam reverter os papéis.
Nas suas fantasias vão além
Tomam as nossas performances
Lindos, vivem com quatro patas
Cachorros da molestas!
Desejam muito mais...
Mijar de patas pra cima
Bichos invejosos...!
O seu afã maior é possuir um cheiro igual ao nosso
Nossas pulgas e os nossos carrapatos
Pra eles, o dia mais feliz da vida deles
Será quando derem até os nossos célebres puns
Com aquele cheirinho característico
E aquelas coçadinhas no rabo?
Sonham com esse dia!
Tem cada uma história
Que não  dá nem pra acreditar
Vou falar sobre Pocarrontas
Um indivíduo fez da bichinha
Apenas uma fonte de renda
Botava ela pra cruzar
E seus filhotes vendia
Por $ 150,00 ou mais
Eu tenho casos e casos
Poderia ficar horas a fio
Contando como é  espantosa
A crueldade humana
É muita nóia!
E assim como vão as coisas, não dá pra continuar
A gente não aguenta mais tanta neura
Queremos que nos deixem em paz
Se for pra continuarmos nessa
Melhor é darmos cabo das nossas próprias vidas
Tragam-nos a cicuta  
Não queremos mais viver
Queremos nossa liberdade
Se for pra continuarmos como estamos
Preferimos ir pra cidade de pés juntos
Daremos um basta nisso
Vão à merda!
Basta dessa palhaçada!
Cansamos
Não faremos mais esse joguinho dos senhores!
Procurem outros pra suas pirações!
Chega, ouviram?!
Quem lhes avisa é Boby cabeleira
Representante do sindicato dos cães
E obrigado pela atenção
Seus filhos do coisa ruim!
Vão plantar batatas!
Ou quiçá pegar uma lavagem de roupa
Bichos do outro mundo
Abaixo a tirania do homem!





segunda-feira, 18 de março de 2013

Al su arededor, Caballos!


Por mis retinas
Pasan de todo
Niñas
Niños
Chicas
Chicos
Muchachos
Mujeres
Hombres
Viejas
Viejos
Etecétera
Y lo peor
Muy cerca a mi.
A veces, quedome a pensar
Que desean tocarme
Olerme
O algo semejante.
Miro medio sin jecto
Pero solo los veo mucho serios
Com unas faces duras
Creo que están todos delusionados
O alguna cosa así
Y luego me dan las espaldas
Recuerdo entonces mis ancestros
Que siempre decianme:
‘Los hombres son todos unos tolos
No saben ni ver lo que miran’
Pienso de la misma forma.
Aún más
Creo que no pasan de unas marionetas
A mercê de las futilidades.
Quiero, todavia, dárselos um aconsellamiento
(Si, sé que ellos no son buenos
Pues, si fuisen, no serian gratuítos)
Mismo así, escucha:
En nuestra vida solo existe una gran certeza:
‘A qualquer horita viajaremos
Para la ciudad de pies juntos
Y que en nuestras tumbas
No hay gavetones’.
Nadie podrá llevar algo en ese viaje
Entonces,
iQue vivamos el presente
Sin grandes apegos
Ni pretensiones!

segunda-feira, 4 de março de 2013

A la Esopo III




O Maluco, a gralha, o piolho de cobra e a mulher
A noite de lua cheia era inspiradora!  Era quando o pátio prateava, e tudo ficava mais iluminado. Como é de conhecimento popular, a lua mexe com a cabeça de muita gente. Eu não sei por que há influências na psique e se é verdade ou mito. Sei que está na boca das pessoas; e se faz regra naquela Casa Amarela.
O maluco véio endoidecia, por demais, quando o brilho da lua entrava em sua varanda e clareava suas ideias. A gralha, sua alcoviteira de doidices, o incentivava em todas suas infelizes orgias. O piolho de cobra também sempre lhe dava apoio, proteção e o tietava, batendo forte à mesa; arrastando cadeiras ou mesmo lhe coçando às costas.
As noites prometiam cada vez mais uma loucura maior que a outra. A lua cheia de cenário prenunciava que as mais doidivanas coisas estavam pra acontecer naquela noite em especial. O bicho ia pegar, ia ser de arrepiar!
O espetáculo começara com a gralha gargalhando:
_ Haaahaaaaaaaa!- estridentemente   
O dito cujo também iniciara o ritual de gritaria. Os mais loucos palavrões. Os mais absurdos gritos. Mais o que mais se ouvia ele gritar era:
_ Eu quero é pirar de vez! Eu sou o maior louco nessa bonita noite enluarada...!Eu sou romântico e vou gritar pra todo mundo ouvir!
A mulher que residia ali do ladinho deles, que já convivia há algum tempo com aqueles serões oníricos, nem esquentava as orelhas; pegara logo os fones de ouvidos e fora pros braços do morfeu.

Tem doido pra tudo nesse mundo de meu Deus!

sábado, 2 de março de 2013

A la Leonardado da Vinci II




O cão e as crias

            Era uma vez um cão velhaco só vendo. A tudo era desdém. Outra coisa, gostava muito de sacanear com todos que por acaso não fosse com a cara ali naquele trecho de rua. E a maior, o seu forte era atacar morder e ainda cuspir no rosto pra mostrar o desprezo àqueles de quem não gostasse. Suas crias iam  no mesmo caminho; sabe como é: filho de cão, cãozinho é!

Um dia, uma senhora passou pelos 'bichinhos'; fizeram o capeta com a pobre! Arrasaram com ela. Cada qual queria mostrar mais os seus dotes. Botaram-na abaixo, morderam o seu pescoço até não querer mais. Fizeram o diabo com a coitada! Queriam fazer média com o pai. Pior, pareciam cadelas no cio:

_ uauhauahau...!      

A turminha era cavernosa! Pense numas pestes! A lição de casa estava sendo preciosa. Assim era aquele bando de crias de lobo,não perdia tempo. Fazia valer o 'pedigree'. O exemplo vinha do chefe da casa e estava sendo bem aproveitado. O Patrão dos cachorros vira-latas estava de parabéns. Tínhamos que reconhecer que ele era Phd em educação canina.