terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Resenha: Amor que se mede


Poemas Incidentais e Confissões Intimistas
Autor: Vicente Alves
Edição do autor
Brasília/2008

“Abriu o peito
 em plena praia
             e expirou
 litros de ternura
  na direção
 do vento.
Foi tanta
que as folhas dos coqueiros
  cantaram e dançaram
a valsa do momento.” p. 88

A obra, em foco, trata-se de estilo autoral, ou seja, revela o amor sentido e contido no peito do autor.
O Amor é a tônica, e salta aos olhos de qualquer leitor:
“...Eu vivia sozinho  sem amor
Levava a vida em existência crua
Carpindo sempre a amargura e a dor
Palpando solitário a alma nua.”p.108

O aspecto intimista é recorrente em todo livro. O poeta se derrete todo nas chamas desse belo sentimento.
Ah,  o amor!
“Vi que era tua toda a minha vida
Vi que a minha alma à tua pertencia
Teu seio eu confiei perdida”p.111
Em sonhos, vai à loucura
“É um pesadelo atroz e ansiante
Sonhar beijar-te os lábios com
                                       loucura
E acordar sentindo-te distante.

Outra vez dormir, voltar a sonhar
Beijando a tua boca com ternura
De novo desvairado despertar.” p.115

À moda romântica, como todos os contemporâneos da tal escola, o poeta não cabe em si. O cálice transborda de beijos, carícias, sonhos e revirar de olhos para a delícia do seu leitor.
“Na tua boca eu bebo o doce mel
Que até então me foi sempre negado
E te beijando esqueço o amargo fel
Que por capricho os meus me têm legado.” p.122

É flagrante nos versos, o exagero.
“No nosso quarto
 a penumbra
eu e tu: o nosso amor
puro sem pejo sem pudor.
Tua voz sonante me pergunta:
querido, estás feliz?
e eu: sim, amor,
demais...demais...” p.123

Vale ressaltar que, tantos devaneios, peculiares a todo romântico, não tornaram a obra piegas. Muito pelo contrário, mostra apenas o despojamento e a sensibilidade do escritor.

De resto, quero deixar registrado que acredito no amor; e acrescento mais, respeito àqueles que encontraram o seu amor, pois sei o quanto é difícil. O Amor existe, e a prova está nos Poemas Incidentais e Confissões Intimistas, de Vicente Alves.

Nenhum comentário:

Postar um comentário