terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Resenha: Fractal


  • Livro: Acaso caos- Poemas
  • Autor: Bruno Gaudêncio
  • Editora: Ideias
  • João Pessoa: 2013
     
"É NECESSÁRIO TER O CAOS CÁ DENTRO PARA GERAR UMA ESTRELA"         Friedrich Nietzsche

O Poeta romano Ovídio foi o primeiro a atribuir a noção de desordem, confusão ao caos. O meteorologista americano Edward Lorenz fora quem designara o termo "efeito-borbuleta", isto é, fenômenos simples  tem um efeito caótico quanto à vida. Exemplo: "o bater das asas de um simples inseto, na Ásia, pode determinar ou impedir a ocorrência de uma tempestade nos Estados Unidos. Especialistas ligados às ciências humanas, no entanto, identificam "o dedo" do caos em revoluções políticas, em transformações econômicas e na modificação de costumes e regras morais. O matemático polonês Benoit Mandelbrot, a partir dessa teoria do caos, desenvolvera os fractais, figuras geradas de fórmulas que retratam matematicamente a geometria da natureza; símbolo sofisticado da ciência do caos nos dias atuais.

Na literatura, a teia embrionária das ideias, dos realistas, ficcionistas ou outro aficionado da escrita, é caótica; seja ele jornalista, escritor(a), poeta etc. A vida humana é complexa e sua realidade é a musa instigadora de todo aquele  vivente da luz que ascende ao universo das letras. Em tal  mundo, somente alguém dedicado e apaixonado por tamanha façanha.  Dependerá muito do grau de sua percepção; do sentir as coisas que o rodeia.


O Poeta Bruno Gaudêncio em sua bela obra 'acaso caos/poemas' foi superfeliz quando do caos, fizera seu aconchego, ninho de paz. Compartilhando, carinhosamente, o seu trabalho. Observa-se, todo o seu congraçamento com  amigos da arte de escrever:

Logo de início, a dedicatória é para Luis Avelima/ José Inácio Vieira de Melo/e Sérgio de Castro Pinto.
Idem procedimento, nos seguintes poemas, são oferecidos a ilustres escritores, vê-se:
Pg. 22 Para Hildeberto Barbosa Filho
A Angústia do poema
compósito de ideias,/ ritmos/ e imagens,/ o poema angustia-se/ quando (mal) nascido// cresce/ enquanto elemento intrínsico/ na tessitura do infinito(...)
Pg. 26 Para Wellington de Melo
Estrangeiros no labirinto
morde/ a febre/ que te consome/ internamente// joga fora/ omedo,/ mastiga o credo,/ liquida as horas
Pg. 29 Para W. J. Solla
No ruído dos ossos
na parte de ser exato/me reparto válido,/ sendo eterno e indevido://por inteiro/me perco/ por dentro/ me sobro/ por fora/ me completo (...)
Pg.44 Para Ronaldo Cunha Lima
Da arte de engolir sapos
a cidade luta por seus ossos/ caminha em passos largos/ pelas costas da evolução/ mas os guerreiros da culpa/tragam sua história/ inventando heróis e mártires/ através do revólver da comoção.

A obra acaso caos mostra todo despojamento do autor em relação aos padrões formais. Ao mesmo tempo, percebe-se quais suas fontes inspiradoras, que vão desde Baudelaire, passando por Drummond, Augusto dos Anjos e tantos outros poetas da nossa exuberante Literatura Brasileira e também universal.

Assim, resta apenas fazer um convite  pra uma leitura pra lá de boa. Ademais, deixo aqui os meus parabéns aos conterrâneos por mais essa obra paraibana.

PARABÉNS E EXCELENTE LEITURA!

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