domingo, 18 de dezembro de 2011

MEU IRMÃOZINHO ZÉ LIMEIRA


Muita gente me pergunta
Se sou parente de Zé Limeira
Eu respondo bem faceira
Que os Limeira é um povo só
Que o Poeta do Absurdo
É, portanto, meu orgulho, meu amor.

Tanto digo e confirmo
Que o negócio virou verdade
Minha poesia beira à eternidade
Transcendência é a dica
De grande parte da nossa poética
Ambas se estreitam na hospitalidade.

Meu Poeta Zé Limeira
Não precisa de gratidão
Porém, eu apenas vivo
Do que dita meu coração
Tanto é assim que me arrepio
Mexe com minha emoção.
Meu Poeta Zé Limeira
Cantou magoas do seu tempo
Hoje canto eu, continuando o seu repente
Brigas de foice
Muito mais, crimes hediondos
O joio não passa pela peneira.

Teu Absurdo foi fichinha
A galera do sertão que não me deixa mentir
Enquanto o galo briga
Na rinha do senhor Dente de ouro
O crack rola solto
E a polícia queima os miolos.

Poetando, ó seu Limeira
Vou à linha de frente
Tanta rima dos Limeira
Registrando a história
Deve-se sempre olhar pra frente
Salvando, de tal gente, a memória.

Zé Limeira, meu Poeta!
Isso foi acontecer
Tu no Absurdo
E eu, somente no apetecer
Absurdos versos Absurdos
São nossos, aliás, porretas.

Vou contando a verdade
Deus até está duvidando
Os políticos falam, falam
Mas, não fazem nada não
Vivem todos no bem baum
Então...?! Vão querer austeridade?

Absurdo mesmo, Poeta Zé Limeira
É a vida dos cristãos
Dizem que salvos estão
Porém, à porta estreita
Está aquém
E à larga, eles rodam de montão.

Paraibano arretado
Desde novo declamando
Seus poemas, coisa e tá
Vou dizendo, esse minino, lá...lá...lá!
O papo está bom danado
Mas, é por conta dos contatos.

Se fingindo de inocentes
Poeta Limeira, somos pé quente
Parecemos tão humildes
Dados a especular
No domingo espetacular
As porradas adjacentes.

Tanta guerra por aí afora
Na Líbia, Egito e Síria
Morre muita gente
Até crianças inocentes
Penso que chegamos aos fins dos tempos
Vamo, irmãozinho Limeira, arregaçar agora.

O mundo não tem mais jeito
As pessoas perderam o senso
O planeta terra é um hospício
Tarimbado no nosso improviso
Na minha viola, teu canto segue perfeito.

Brincadeira à parte; tudo tem hora
Não podemos abusar
A ficha já caiu
Eu preciso avisar
Que o Poeta Zé Limeira
Engrenou o trem da história.

As vilanias do mundo de hoje
Os fatos beligerantes
Ditados na mídia, são periclitantes
Gaddafe que o diga
E os seus filhos? Morrem na avalanche
Poeta, eita nós, oxe!


Um comentário:

  1. Lurdinha, porque era assim que toda a nossa turma do curso de Letras/DLCV/CCHLA/UFPB, Campus I, Capital da Parahyba, inclusive, nossos professores e professoras a chamávamos! Você não faz ideia da saudade que sinto de tu, nossas turmas, pois sou retardatário de nosso Curso, inclusive, minha formatura se deu de forma individual, com juramento e tudo frente ao Diretor do CCHLA, pois fui impossibilitado de concluir junto à turma! Mas a saudade de todos nós daquela época ainda é tamanha que, mesmo naquele ano em que concluíamos ao curso de Letras/DLCV separados, desgarrados, despatriados, só aceitei à sina verde, ao destino, ao oráculo de Delfos e à provação divina quando concluí também à poesia "Parahyba só pra eu lhe amar!": Se o Luar-Prata seus olhos violasse,/O Castanho-Romântico, minhas retinas,/Veria meu pulso, Verde-Esperança dá-se/À coragem "Parahyba" em serpentinas!//Se a Lua-Carnaval seus olhos amasse/O Castanho-Flor mais felino, Eu-Traquinas,/Veria meu Coração-Leão, Colombinas,/Beijar seu rosto lindo quando eu o tocasse!//Por isso caí logo em Carnaval-Cúmplice/De minha própria traição amorosa,/Pois pensei denunciar um dia o seu olhar,//Rápido como raio, Feitiço-Tríplice,/Cerrando às portas da saudade de Rosa,/Que se fez "Parahyba" só pra eu lhe amar!//

    Até hoje mantenho essa poesia inédita pra nunca esquecer do amor fraternal, visceral, com direito à formatura de Carnaval, que sinto com a mesma intensidade de todos nós das Letras/DLCV/CCHLA/UFPB, Campus I, Capital da Parahyba!

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