terça-feira, 10 de julho de 2012

Resenha: A Lírica do Poeta Ronaldo Cunha Lima





Velas Enfunadas – Poemas à beira mar
Livro do Poeta Ronaldo Cunha Lima
Ed. Ideia
João Pessoa/2010

  A felicidade não é um ideal da razão, mas sim da imaginação” Emmanuel Kant

O livro Velas Enfunadas, do Poeta Ronaldo Cunha Lima é, sem dúvida, um Canto de amor, mais que isso, é uma Declaração de amor. Não há como negar nem como não se apaixonar por sua lírica.
Sublime é o homem que se faz adolescente, ‘menino mesmo’ nos sentimentos e emoções.
O Eu-lírico do poeta extrapola-se no vagar sensível, romântico; vai fundo no âmago. E é, por tudo isso, que o leitor, dessa obra, se deslumbra. Ele fala direto ao coração. Além disso, o Poeta é de uma riqueza linguística marcante, demostrando todo um traquejo vocabular. O uso metafórico é a sua força precípua. 
Ex.: “A minha vida é uma noite enclausurada,
        com prenúncios de ocaso do que existe,
        é o vazio do medo de ser triste,
        é a procura de ser, sem ser mais nada.” p.30    
Distribuído em 30 sonetos, acrescidos de quarteto, décimas, sextilhas, quadras e outros tantos variados modos de versos, o Poeta enfuna o peito e faz valer a sua veia criadora e artística num pouporri de ritmos, rimas e formas que enlevam o mais insano coração.
Observe:
 “Viajante dos sonhos que sonhei,
  eu me fiz timoneiro das quimeras
  em cada porto fui deixando esperas,
  e  em cada espera um novo amor deixei.” p.34         
Tem muito mais, o eu-lírico transborda, no seu versejar, toda paixão, encantamento e loucura, tendo como cúmplice o Mar. Esse é aquele de todas as horas; pronto pra tudo. O refúgio, conforto; é a sua regra três. O Mar e seus mistérios, que não são poucos! A sua cor esverdeada lembra os olhos da amada. 
Em: “O seu olhar que maldade!
         de meu olhar se perdeu.
         Mas, no mar mato a saudade
         do verde que me esqueceu.” p.40
O Mar é a casa onde o Poeta faz a sua morada imaginativa, revivendo os sonhos da meninice, de cujos sonhos, fala tão bem no próprio Prólogo: “Eu as vias com a distância de meus olhos infantis, o coração batendo mais disparado que... (...) Elas iam e vinham brancas,  cinzas, amarelas, cortando o verde das águas em direção ao infinito ou em busca da praia,...”p.23  

Assim, concluo dizendo-lhe, leitor: Corra logo à primeira livraria e faça uma ótima leitura!    

        

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