quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Vermes imundos

         

         Dedicado ao Poeta Augusto dos Anjos

Roes tudo, verme, pútrido e imundo!
Não te faças de rogado, essa é tua missão!
Devastas-me tudo, até o meu coração!
Só não toques no cérebro! Pois, é meu ser profundo!

Roes tudo! Nada, nada te impeças
Em tua faina! Vais fundo, roes-me as entranhas!
Dás vazão a tua gula! Não te detenhas!
Mas, não toques na massa cinzenta que tenho na cabeça!

Sacias-te, verme, maldito!
Tua voracidade é tamanha...
Que nada te pertubes, viu!Sei, nem Cristo...!

Devastas-me todas as minhas carnes amarelecidas
E flácidas pelo tempo! Fazes festa!
Tua gula te apeteças mais e mais, peste!

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