quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O Corvo Poetiano




Era mês de setembro de um ano qualquer
Esse pássaro agourento aparece
Na minha cidade!...Animal estrupício demais!
Sempre pra lá e pra cá, com seus ais
Bicho morrinha da molesta dos umbrais!
Filho das sombras, muito sagaz!
                       “-Eita, ave lamurienta!”
À noite, solitário; um sonho
A vida me fizera ver quanto tudo é fugaz
Assusta-me o futuro!
À morte, sente-se a fraqueza que faz
Dor e ranger de dentes, à lápide, quando você jaz
Porém, o que fazer meio ao sofrimento que isso traz?!

Ínfimos tempos de nanicos loucos
Onde esses pásssaros pretos saem dos fossos abissais
Sedentos por suas presas mortas
Especialmente, se esses forem boçais
Sim. Se aquelas se sentem em pedestais
Ave da peste com artimanhas conjeturais

Em minha cabeça, todos os sinos tocam
Tilintam com um pensamento perspicaz
Esse animal tira-nos o sossego
Ele sabe ser voraz
“-Diga-me, senhora (or): quem é esse bicho mordaz?!”
Deixará todos nós para trás.

Na imensidão de um verso, minha fantasia
O desejo pra não atrair esse e outros animais
Briga de foice continuar com tal infortúnio
De dia, dorme; de noite, não tem paz
Ixe, quantas viagens colossais!
Muito enxofre constituindo os seus aminoácidos triviais.

A janela batera forte lá dentro
Não vale à pena sermos individuais!
Corro pra ver o que era; nada veria jamais!
No entanto, um vulto pelas persiamas
Como não crer em corpos espirituais?!
Por ver esses seres distintos dos mortais.

Pássaro preto nem se faz rogado!
Ave traquina como sempre igual Moraes
À moita, qual mineirinho; pelas beira , comendo quieto
Da muierada, à sua volta e de pés atrás
“- Que seja infinito enquanto dure, rapaz!”
Essas e outras, são regras gerais!

Mentira tem pernas curtas!
Bicho esperto, estás demais!
Não mais preciso mentir, seboso!
Sabes...?! Não imiscuas!
Já era em tempo! Agora, vais...!
                     O Corvo disse: “-Nunca mais!”

Se, por acaso, voltares, meto bala na tua fussa!
Daí, não serás mais o mesmo, nunca mais!
Pássaro malvado, volta pro inferno de onde saíste!
Larga de mim, satanás!
Do contrário, creas...
                     O Corvo: “ - Já te disse, nunca mais!”

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