sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A La Fontaine: Porco chauvinista


O Porcão e as porquinhas
Na fita da TV era bem legal ver o Porcão Alan Delon. Mas, na vida real era surreal. As porquinhas faziam do Porcão, bolinha.  O coitado do Porcão era um jogado. Imagina aí o Porcão entregue à maldade de dez porquinhas! A porca mais velha era a mais cruel e a que mais lhe fazia mal. Insultava-no sempre que podia. Jogava-lhe na cara a toda hora: _ Imundo, fedorento, eu não te amo e não me encosto a um bicho como tu, do focinho porquerento de fuçar as xecas das raparigas. O Porcão calado estava, e calado continuava. Ele sabia que era melhor se fingir de morto. Reconhecia que, em parte, as suas porquinhas tinham razão. Ele fora, na juventude, muito mulherengo e gastara todas as suas posses econômicas. Hoje estava morto nas mãos daquelas que tanto as favorecera. Daquele Dom Juan de outrora somente havia a caveira. E havia um ditado: Comeram a carne, agora roam os ossos! As demais porquinhas somente menosprezavam-no. Faziam de conta que ele não existia pra elas. Elas se acostumaram àquele porco chauvinista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário