quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
O Sapo
No meio da rua deserta
Vai o sapo imponente
Quando se depara com o embuá
Pára, mira-o; segue enfrente
É um bicho inocente.
Eu também bicho-homem a passear
Já o olhei de soslaio
Malicioso como sempre.
O Sapo no seu passeio noturno
Não quer nem saber
O que está a pensar o seu predador:
“_ A rua é pública!”
Vai em seu caminho
Todo sorridente
Não sabe ele que é seu último luar
Nunca mais içará o papo
Um chute o mandará pro inferno
E naquela rua jamais ele pisará; e mais
Livrar-se-á daqueles olhos que só refletem desdém.
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