quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O Juazeiro


Imponente, mágico, ileso de todos os nefastos danos que a ele são feitos.
De dia ou à noite, a qualquer hora que se passe, na Praça da Matriz. Referência de beleza e elegância. Hirto. Poderoso. Destaque no porte; harmônico no modo de conviver e na estética; e mais, com um ótimo perfume.
É uma lástima ser tão desprezado por aqueles que o rodeiam, aqueles que mais tiram proveito dele. “Lástima mesmo! Eu sou natureza! Cadê o respaldo das pessoas?” _Juazeiro mordido de raiva.
Precisa ver quando tá cheio de frutas. Não existe tapeçaria igual. “Nem assim sou apreciado” _ resmunga o Juazeiro triste. Século e século ditando a beleza do lugar, mas ninguém nem tum. Mal sabem que o Juazeiro se sente ferido e magoado.
Deseja que fosse diferente, gostaria de ser acolhido por todos que por ali passam.
E, no fundo, ele tem Consciência do tratamento que lhes dão: "Nada mais é que efeito da correria do dia-a-dia. Que as pessoas, na sua grande maioria, vivem exasperadas em busca da sobrevivência. Estou aqui, vê se me ver, seus alienados” _ grita de raiva.
Nada!A indiferença é total. Passam prá lá e prá cá e não dão à mínima. São, com toda certeza, alienados mesmos. Eu que o diga, pois sou testemunha. Porque se fosse diferente, veriam o tesouro ali nas suas ventas.
“Se eu pudesse, colocaria uma placa em letras garrafais 'OLHA EU AQUI ' - Juazeiro gostaria de radicalizar.
Quer saber mais? Nem assim a história seria outra. As pessoas arrancariam a placa e não dariam nem bolas prá o Juazeiro. É do tempo essa cegueira. No nosso tempo é cada um por si e Deus por todos. Cada um se livre das intempéries, não estão nem aí prá seu próximo; como vão se importar com um reles Juazeiro? Quem sabe se ele morrer de desgosto, ou de menosprezo da população, esses não tiverem mais o perfume que tinham, venham se dar conta, isto é, sintam falta, pois os humanos são assim: só valorizam, quando perdem. Então, será tarde demais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário