quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

GALEGA SARARÁ


Desde que nasceu
Quando abriu os óio
Sua mãe a viu
Lhe pôs no peito
Dos zoinho azul
Do cabelo crespo.
Desde pequeninha
Muito espevitada
Não oiásse prá ela
Que queria encrenca
Perguntava logo
Se queria endereço e foto.
Era bem lorinha
Do cabelo loulo
Atenta a tudo de bom
Mas também de ruim
Não tava nem aí
Quem lhe achasse prego.
Eta sangue quente
Sempre a resposta ali
Na bucha, e na hora
Gostasse quem gostasse
Dava no mesmo
Já nascera assim.
Seguiu desse jeitinho
Prá vida toda, não criou juízo
Quem não gostasse
Que se lascasse
Até o coitado do Papa
Que lhe engolisse.
Foi, foi, foi...
Levando a vida
E ela também levando
Casou-se com um moço destrambelhado
O caba não contou conversa
Arrancou-lhe o couro.
Fora então que o mingau desandou
Ela puxou a faca peixeira
Tirou-lhe um bife da orelha
O sangueiro espirrou no ventilador
E a coisa ficou feia
A PM foi chamada.
E a galega sarará
Não ligou prá nada
Foi dançar no baile a noite inteira
Rodopiou pelo salão
Deu tanto encontrão
Nos negros de Moçambique.
A moçada detonou aos gritos
_ Galega sarará, galega sarará...
Nesse momento
É que não houve conversa
Começa aí a zoada
E não presta a parada.
Era negro prá todo lado
Parecia mais uma boiada
Uns caiam de mau jeito
Outros, eram pisoteados
E a galega nem aí
A festa enfim fora decretada.
O estrupício sarará
Era mesmo danada
Dura na queda, a safada
Não há quem dê jeito nela
Somente a mortalha
Ousará mudá-la.

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