segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Galega sarará


A pôs no peito
Desde que nasceu
Sua mãe a viu
Quando abriu os óio
Dos zoinho azul
Do cabelo crespo.


Desde pequeninha
Muito espevitada
Não oiásse prá ela
Que queria encrenca
Perguntava logo
Se queria endereço e foto.


Era bem lorinha
Do cabelo loulo
Atenta a tudo de bom
Mas também de ruim
Não tava nem aí
Quem lhe achasse prego.


Eita sangue quente
Sempre a resposta ali
Na bucha, e na hora
Gostasse quem gostasse
Dava no mesmo
Já nascera assim.


Seguiu desse jeitinho
Prá vida toda, não criou juízo
Quem não gostasse
Que se lascasse
Até o coitado do Papa
Que a engolisse.


Foi, foi, foi...
Levando a vida
E ela também levando
Casou-se com um destrambelhado
O caba não contou conversa
Arrancou-lhe o couro.
Então que o mingau desandou
Ela puxou a faca peixeira
Tirou-lhe um bife da orelha
O sangueiro espirrou no ventilador
E a coisa ficou feia.

A PM foi chamada
E a galega sarará
Não ligou prá nada
Dançara, no baile, a noite inteira
Rodopiou pelo salão
Deu tanto encontrão
Nos negros de Moçambique.

A moçada detonou aos gritos
_ Galega sarará, galega sarará...!

Nesse momento
É que não houvera conversa
Começara aí a zoada
E não prestou a parada
O estrupício sarará
Era mesmo danada
Era negro prá todo lado
Parecia mais uma boiada
Uns caíram de mau jeito
Outros, foram pisoteados
E a galega nem aí
A festa enfim fora decretada.


Dura na queda, a safada
Não há quem dê jeito nela
Somente a mortalha
Ousará mudá-la.

Nenhum comentário:

Postar um comentário